Desafios e táticas de mulheres para tornarem-se estudantes de pedagogia
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v31n2.2024.37Palavras-chave:
Mulheres universitárias. Experiências juvenis. Afiliação. Relação com o saber. Desafios do primeiro ano.Resumo
Este artigo tem como objetivo estudar questões sobre os desafios de afiliação das mulheres universitárias em uma universidade pública federal localizada no nordeste brasileiro, especialmente no primeiro ano do curso de Pedagogia. Trata-se de um recorte de uma pesquisa qualitativa1, conforme Delory-Momberger, com as descrições e análises das narrativas de duas mulheres estudantes do curso, tendo como procedimento a entrevista de pesquisa biográfica. Nas análises são mobilizadas as noções de afiliação, conforme Coulon; táticas, de acordo com Certeau e relação com o saber, segundo Charlot. Identificam-se como resultados: as mulheres universitárias de modo diferenciado, com seus repertórios, suas redes de apoio e condições ou não de envolvimento com oportunidades oferecidas no curso necessitam enfrentar os desafios para se tornarem estudantes universitárias que, não sendo interrompida, produz os sentidos de sua formação que, como apontam as duas participantes da pesquisa, são fundamentais para a ampliação de seus modos de se relacionar com mundo, com os outros e com si mesmas. Desse modo, apostamos na importância de políticas educativas nas universidades que transversalizem as questões de gênero e permitam às estudantes vivenciarem experiências, no sentido empregado aqui, para, assim, desenvolverem o seu processo de afiliação em uma formação que lhes permita, além de tudo, refletir sobre (e modificar) o seu lugar no mundo.
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