Cambiassu: Estudos em Comunicação

Narrativas sobre gênero e raça:

Sarah Lyssa Ribeiro Martins — 2024-12-20

Neste estudo, exploramos as práticas discursivas presentes no podcast "Mano a Mano", sob a perspectiva de gênero, raça e classe. Através da análise das entrevistas de Glória Maria, uma figura de referência no jornalismo brasileiro, e Sueli Carneiro, uma das principais autoras e teóricas do feminismo negro no Brasil. Observamos como o programa proporciona às mulheres negras visibilidade nas narrativas e experiências, desafiando a falta de representação nos meios de comunicação convencionais. As entrevistas destacam o pioneirismo, a identidade social negra e a realidade brasileira, construindo sentidos que desafiam estereótipos e promovem uma representação mais inclusiva. Assim, as plataformas digitais surgem como um canal para ampliar a visibilidade e construir identidades.

A favela no horário nobre da TV:

Andreza Patricia Almeida Gonçalves — 2024-12-20

Este artigo analisa a representação da favela em A Força do Querer (Globo, 2017), telenovela que abordou temas ligados ao universo do crime, tráfico de drogas, ostentação e atuação policial no Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa baseada no levantamento bibliográfico sobre telenovela, estereótipo e Rio de Janeiro. A partir da análise das personagens Bibi e Jeiza, concluímos que a obra se insere no contexto de construção de um campo simbólico mais amplo, onde a conformação das subjetividades é apresentada em termos da dicotomia entre o algoz da violência e a vítima, o mocinho e o vilão, o que acaba por reforçar um estereótipo negativo em relação à favela.

As Relações de Trabalho e as Narrativas Organizacionais dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Caroline Delevati Colpo — 2024-12-20

Esse trabalho tem o objetivo de identificar possíveis formas de precarização e flexibilização nas relações de trabalho, através de narrativas organizacionais que utilizam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Considerando as relações de trabalho em uma lógica neoliberal, analisou-se o Relatório Anual da Americanas S.A. (2021), que se utilizam do ODS número 8: “Trabalho decente e crescimento econômico”. Essa pesquisa, exploratória e qualitativa, aponta que as narrativas organizacionais investem na utilização de discursos socialmente engajados com o propósito de reproduzirem a lógica de precarização e flexibilização do trabalho.

O videoclipe Formation, de Beyoncé, e a crítica pós-colonial ao racismo ambiental

Simão Farias Almeida — 2024-12-20

A cantora Beyoncé assumiu sua causa antirracista e agregou apelos ambientais, de classe e de gênero no videoclipe Formation. Apresentando distintos perfis sociais de mulheres e os articulando contra camadas de opressão, legitima seus
engajamentos feministas. As perspectivas representadas demonstram que as reações a desastres ambientais cujos impactos atingem mais a comunidade negra pobre podem romper dispositivos de poderes socioambientais convergentes e hierárquicos.

Comunicação não violenta e os axiomas da comunicação:

Matheus Henrique Andrade Silva — 2024-12-20

A comunicação é crucial para relações interpessoais e profissionais, sendo essencial ao sucesso organizacional. Este artigo explora a integração entre a Comunicação Não Violenta (CNV) e os Axiomas da Comunicação, ressaltando a importância dessas abordagens para contribuir com o entendimento sobre os desafios das relações humanas. Por meio de uma
pesquisa bibliográfica, revelaram-se intersecções entre a CNV e os cinco Axiomas da Escola de Palo Alto, possibilitando discussões em torno de estratégias para o aprimoramento da comunicação. Conclui-se que a integração das teorias fortalece relacionamentos e evita conflitos, com a CNV mitigando obstáculos comunicacionais apontados pelos Axiomas.

“Acredito em negócios justos”:

Marina Soler Jorge — 2024-12-20

Neste artigo serão analisados três produtos culturais – um livro e duas séries de TV – que tratam da ascensão da personagem Teresa Mendoza a chefe do
narcotráfico. Trata-se de pensar de que modo a cultura de massas incorpora elementos do feminismo, criando personagens femininas “empoderadas”, talentosas e implacáveis, tendo como pano de fundo um ambiente muito masculino – o narcotráfico –, mas fazendo-o a partir de elementos estéticos e narrativos que compõem o chamado feminismo pop e de elementos ideológicos do pós-feminismo e do feminismo liberal.

Entre a cultura e sociedade mediatizada:

Lucas Lustosa de Brito — 2024-12-20

O presente trabalho busca mensurar os sentidos entre a produção e recepção do podcast “A mulher da casa abandonada”. Procuramos compreender como uma produção pode afetar a cultura de consumo e as práticas sociais, a partir de interações virtualizadas. Como método de investigação e análise, utilizamos o circuito da cultura de Du Gay (1997), para entender a relação entre cultura e poder, em interface com os métodos de netnografia, apresentados por Kozinets (2010), com o propósito de compreender os discursos em redes online. Através da análise de produção e recepção, concluímos que o consumidor tem papel cada mais ativo online, gerando conteúdo sobre si próprio, e reafirmando a sua própria identidade.

Cartes de Visite e a representação visual do negro no século XIX

Michele Pucarelli — 2024-12-20

O presente artigo visa explorar o papel da fotografia no estilo cartes de visite na construção da representação visual do negro no século XIX. Através da análise de conteúdo e revisão bibliográfica, o estudo examina os cartes de visite de três fotógrafos oitocentistas que residiram no Brasil na segunda metade do século. A fundamentação teórica se baseia em autores que abordam temas como fotografia, colonialismo e representação do negro sob uma perspectiva decolonial. Os resultados indicam que essas fotografias desempenharam um papel crucial na formação de percepções sociais sobre a população negra, reforçando estereótipos racistas no imaginário visual coletivo.

A evolução da Pesquisa Aplicada em Jornalismo no Brasil:

Alanna Della Possa Contador — 2024-12-19

Este estudo analisa o panorama da pesquisa aplicada em jornalismo no contexto brasileiro, adotando uma abordagem regional. Com uma metodologia quantitativa, foram consideradas teses e dissertações catalogadas na Compós, artigos publicados em periódicos na área de comunicação, listados pela Compós, assim como os anais de eventos de destaque na da Comunicação, tais como os congressos da Intercom, Compós, SBPJor e ABEJ, durante o período que compreende os anos de 2010 a 2024. A análise foi embasada nos dados disponíveis na plataforma OPAJor, revelando uma adesão comedida à pesquisa aplicada em jornalismo no território nacional, evidenciando somente 181 trabalhos identificados ao longo do período.

O fenômeno TikTok:

Rafaela Pinho Melo de Carvalho — 2024-12-19

Estudos apontam que o TikTok – rede social digital – gera mudanças psicossociais em decorrência do seu uso, inclusive em utilizadores adolescentes, um dos seus públicos mais ativos. Nessa perspectiva, objetivamos refletir sobre a
influência do TikTok na identidade dos adolescentes a partir de uma literatura já existente. Para tanto, realizamos uma revisão narrativa, a qual consiste em explorar teoricamente uma temática sem seguir uma sistematização na busca e coleta dos artigos. Assim, identificamos que o TikTok se encontra em posição de influência na identidade do sujeito, pois está incluído no seu cotidiano, caracterizado como um processo em transformação dentro de um contexto sociocultural.

Aspectos sobre o assédio sofrido por jornalistas negras de São Luís e Imperatriz

Leila Lima de Sousa — 2024-12-19

Neste texto refletimos sobre o assédio vivenciado por jornalistas negras de São Luís e Imperatriz, no estado do Maranhão. O objetivo é investigar as assimetrias de gênero e raça, entraves, estratégias de sobrevivência e táticas de enfrentamento ao racismo e sexismo no mercado local. Aspectos sobre o assédio moral, verbal e sexual são apontados pelas profissionais na etapa metodológica correspondente à etapa de entrevistas semiestruturadas. Nove jornalistas participaram das entrevistas pelo Google Meet, entre os anos de 2022 e 2023. Os resultados apontam que há recorrência de assédio dentro e fora do ambiente de trabalho que parte, majoritariamente, de chefes, colegas de trabalho e fontes. Para driblar e se blindar das violências operadas pelo mercado por meio de práticas racistas e machistas, as jornalistas constroem estratégias e táticas como trabalhar em empresas próprias, se profissionalizar em áreas ainda não tão saturadas e a construção de pautas e agendas com outras narrativas sobre a população negra.

Expediente

Fernanda Gabriela Gadelha Romero — 2024-12-20

Carta dos Editores

Fernanda Gabriela Gadelha Romero — 2024-12-20