https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/issue/feed Revista Iluminus 2025-12-16T08:49:52-03:00 Luciano da Silva Façanha - Editor Chefe da Iluminus revista.iluminus@ufma.br Open Journal Systems <p>A Revista <em>Iluminus</em> é vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão.</p> <p>Em formato eletrônico, a Revista Iluminus pretende realizar duas publicações por ano de artigos científicos inéditos multi/interdisciplinares, voltados para o pensamento das Luzes. Artigos de primeira linha, além de resenhas, traduções, crônicas, ensaios, entrevistas e dossiês, sobre todos os aspectos do Iluminismo (Ilustração), escritos em português, inglês, espanhol, italiano, alemão ou francês. Seu principal objetivo é apresentar e expandir o pensamento da Ilustração, interpretado de forma ampla, a partir de sua complexidade, envolvendo problemas formulados em todas as áreas do conhecimento que dialogam com essas ideias, presente nas dimensões da saúde, biológicas, exatas, tecnológicas, ciências humanas, ciências sociais e sociais aplicadas, por meio de diálogos com essas ideias, além de sua recepção contemporânea, seja na modalidade da continuidade ou do rompimento dessas reflexões, assumindo uma concepção integradora, dialética e totalizadora na construção do conhecimento e suas implicações no campo das diferentes áreas com uma característica articuladora, tendo como contribuições originais e inéditas (de autoria individual ou coletiva) de autores Doutores (ou correspondente no caso de autores estrangeiros), Mestres e alunos de pós-graduação (Mestrandos e Doutorandos) em coautoria com doutores. A <em>Iluminus</em> se esforçará para oferecer artigos com argumentação sólida e bem escrita sobre as questões que possam dar continuidade ou romper com reflexões que aparecem no Século da Ilustração. A Revista Iluminus se propõe a contribuir com a excelência da publicação da Universidade Federal do Maranhão, Brasil. Seu objetivo é ser uma publicação multi/interdisciplinar de alto padrão e com impacto no Brasil e no exterior. Com esse objetivo em mente, a Revista Iluminus conta com coeditores principais, que cuidam da publicação e execução da revista, além de um Conselho Editorial e Científico de renomados autores do Brasil e do Exterior, para garantir alta qualidade em suas publicações.</p> <p>ISSN 2966-1196</p> <p>Periodicidade: Semestral</p> https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28362 A utilização do fantástico como ferramenta de reflexão social em Lygia Fagundes Telles 2025-12-15T16:58:14-03:00 Amanda Monteiro do Nascimento am.nascimento@discente.ufma.br Naiara Sales Araujo Santos naiara.sas@ufma.br <p><span style="font-weight: 400;">Lygia Fagundes Telles, um dos grandes nomes da Literatura brasileira, deixou um legado surpreendente. Suas narrativas, embora realistas, incorporam o fantástico, provocando no leitor e personagens uma sensação de inquietação. Tendo isso em vista, o presente trabalho investiga como a autora utiliza o fantástico para criar mistério e criticar questões sociais. Com base nas teorias de Todorov (2008), David Roas (2009), e Bueno (2016), entre outros, o artigo analisa o conto O Jardim Selvagem (1969), explorando como a autora articula críticas por meio do insólito. A partir da personagem Daniela, enigmática e de comportamento peculiar, com sua mão enluvada, Telles aborda as rígidas expectativas sociais, evidenciando como status, dinheiro e reputação moldam as atitudes dos personagens. Esses elementos guiam suas ações, enquanto questões profundas e sombrias surgem com o mistério. Assim, o insólito intensifica a narrativa e torna-se uma poderosa ferramenta de reflexão crítica.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28364 Crise da experiência e melancolia em Aos 7 e aos 40 (2016), de João Anzanello Carrascoza 2025-12-15T17:04:10-03:00 Michel Augusto Carvalho da Silva michel.silva@ifpi.edu.br Luizir de Oliveira luizir@ufpi.edu.br <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo analisa de que maneira a melancolia configura o romance </span><em><span style="font-weight: 400;">Aos 7 e aos 40</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2016), de João Anzanello Carrascoza, a partir da perspectiva da crise da experiência na contemporaneidade. A diferenciação proposta por Walter Benjamin entre vivência (</span><em><span style="font-weight: 400;">Erlebnis</span></em><span style="font-weight: 400;">) e experiência (</span><em><span style="font-weight: 400;">Erfahrung</span></em><span style="font-weight: 400;">) é fundamental para a compreensão dos aspectos melancólicos que atravessam a obra, tais como a fragmentação narrativa, a carência de experiências significativas do protagonista, o desajuste com a realidade e o sentimento de desencanto. A discussão teórica ancora-se nos escritos de Walter Benjamin (1994), Byung-Chul Han (2023), Susana Kampf Lages (2016) e Jaime Ginzburg (2013), estabelecendo relações entre a fragmentação da experiência e a constituição da melancolia na narrativa contemporânea. A melancolia configura a narrativa de </span><em><span style="font-weight: 400;">Aos 7 aos 40</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2016) a partir da fragmentação narrativa e alternância dos episódios narrados na infância e fase adulta do protagonista – não nomeado do romance, como um aspecto do sentimento de busca de sentido do narrador na fase adulta. Além disso, o sentimento de perda, ausência, desencanto e desajuste entre o protagonista que não se reconhece em suas ações demonstram o distanciamento e carência de experiências significativas. O romance de João Anzanello Carrascoza estetiza e ficcionaliza o sentimento de perda e o desajuste com a realidade que, como discutido, são aspectos da melancolia.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28366 L'illusion du réalisme: erreurs fondamentales dans l'œuvre de Machiavel 2025-12-15T17:10:15-03:00 Thiago Barbosa Soares thiago.soares@mail.uft.edu.br <p><strong><span style="font-weight: 400;">Cet article se propose d’analyser de manière critique et approfondie les erreurs fondamentales de la philosophie politique de Machiavel, en prenant pour point d’appui l’ouvrage </span><em><span style="font-weight: 400;">Maquiavel ou la confusion démoniaque</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Carvalho (2011). Selon l’auteur, le machiavélisme ne saurait être compris comme une science politique réaliste et pragmatique, mais doit plutôt être envisagé comme une construction contradictoire, parfois même parodique, où des éléments d’ordre moral et religieux sont déformés et réarticulés dans une logique instrumentale du pouvoir. En introduisant une conception de la « vertu » détachée de toute référence morale et en postulant un exercice du pouvoir hostile à toute transcendance, Machiavel opère un renversement radical des fondements de la politique classique et chrétienne. Ainsi, sa pensée inaugure une rupture avec la tradition philosophique héritée d’Aristote et de saint Thomas d’Aquin, dans laquelle la politique se concevait comme une continuation de l’éthique et comme une recherche du bien commun. Les effets historiques et doctrinaux de cette entreprise se révèlent marqués par une nature destructrice et corrosive, incompatible avec la rationalité philosophique, la dignité humaine et toute orientation teleologique de l’action politique.</span></strong></p> <p><strong>A Ilusão do Realismo: Erros Fundamentais na Obra de Maquiavel</strong></p> <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo visa analisar de forma crítica e aprofundada os erros fundamentais da filosofia política de Maquiavel, tomando como ponto de partida a obra de Carvalho, Maquiavel ou la confusion demoniaque (2011). Segundo o autor, o maquiavelismo não pode ser compreendido como uma ciência política realista e pragmática, mas sim como uma construção contraditória, por vezes até paródica, na qual elementos de natureza moral e religiosa são distorcidos e rearticulados dentro de uma lógica instrumental de poder. Ao introduzir uma concepção de “virtude” desvinculada de qualquer referência moral e ao postular um exercício de poder hostil a toda transcendência, Maquiavel efetuou uma inversão radical dos fundamentos da política clássica e cristã. Assim, seu pensamento inaugurou uma ruptura com a tradição filosófica herdada de Aristóteles e São Tomás de Aquino, na qual a política era concebida como uma continuação da ética e como uma busca do bem comum. Os efeitos históricos e doutrinários dessa empreitada mostraram-se de natureza destrutiva e corrosiva, incompatíveis com a racionalidade filosófica, a dignidade humana e qualquer orientação teleológica da ação política.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28367 No Picadeiro do Destino 2025-12-15T17:15:09-03:00 Marcelo Calderari Miguel marcelocalderari@yahoo.com.br <p><span style="font-weight: 400;">Esse poema emprega a metáfora do circo para examinar as contradições da existência, mesclando imagens de espetáculo, acrobacias e resistência. Ele se sobressai pelo ritmo envolvente e pelos duplos sentidos que, de forma quase imperceptível, sugerem que a luta pessoal se articula com a força de uma coletividade resiliente. O desfecho, que convoca o leitor a encontrar a esperança mesmo quando o mundo tenta silenciar as vozes, confere ao poema um caráter de renascimento</span><span style="font-weight: 400;">.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28347 Editorial Revista Iluminus v. 2, n. 2, jul./dez. 2025 2025-12-15T15:29:08-03:00 Luciano da Silva Façanha luciano.facanha@ufma.br Flávio Luiz de Castro Freitas flavio.luiz@ufma.br Zilmara de Jesus Viana de Carvalho zilmara.jvc@ufma.br Vera Waksman vera.waksman@unipe.edu.ar Barbara Rodrigues Barbosa brodriguesbarbosa@gmail.com Maria Constança Peres Pissarra mcpp@pucsp.br Jacira de Freitas jacira.freitas@unifesp.br Maria do Socorro Gonçalves da Costa Maria.sgc@ufma.br <p><strong>Editorial Iluminus</strong></p> <p><span style="font-weight: 400;">O quarto número da </span><em><span style="font-weight: 400;">Revista Iluminus</span></em><span style="font-weight: 400;"> reafirma o compromisso do periódico com a reflexão crítica, interdisciplinar e rigorosa sobre a filosofia, a literatura, as artes e o pensamento moderno e contemporâneo. Reunindo ao todo dezessete textos, esta edição oferece ao leitor um panorama plural de investigações que dialogam, de modo consistente, com os problemas centrais do Iluminismo, em especial a partir das obras de Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant, sem perder de vista desdobramentos estéticos, políticos, pedagógicos e literários que atravessam diferentes tempos e contextos. A organização deste número foi pensada de modo a conduzir o leitor por seções articuladas entre si, preservando a diversidade temática e metodológica que caracteriza a </span><em><span style="font-weight: 400;">Iluminus</span></em><span style="font-weight: 400;">.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">A seção </span><strong>Século XVIII</strong><span style="font-weight: 400;"> é composta por quatro estudos que se dedicam a questões centrais do pensamento moderno. O artigo de </span><strong>Vital Alves</strong><span style="font-weight: 400;">, </span><em><span style="font-weight: 400;">Harrington versus Rousseau: republicanismo e economia política</span></em><span style="font-weight: 400;">, propõe uma análise comparativa entre os republicanismos de James Harrington e Jean-Jacques Rousseau, destacando a emergência ainda incipiente da discussão sobre economia política em ambos os autores. Ao evidenciar convergências e divergências, o texto contribui para uma compreensão mais ampla das bases econômicas e políticas do republicanismo moderno. Em </span><em><span style="font-weight: 400;">Kant e a Fantasia livre: as condições subjetivas para a improvisação musical</span></em><span style="font-weight: 400;">, </span><strong>Nertan Dias Silva Maia</strong><span style="font-weight: 400;"> e </span><strong>Danielton Campos Melonio</strong><span style="font-weight: 400;"> investigam, a partir da terceira Crítica e da Antropologia de Kant, as condições subjetivas que possibilitam a improvisação musical, articulando os conceitos de gênio, representação clara e obscura à forma musical da fantasia livre. O estudo de </span><strong>Juvêncio Terra Marques</strong><span style="font-weight: 400;">, </span><em><span style="font-weight: 400;">Rousseau: a formação do estado e o poder da autoridade</span></em><span style="font-weight: 400;">, analisa a legitimação do Estado civil e da autoridade política no </span><em><span style="font-weight: 400;">Contrato Social</span></em><span style="font-weight: 400;">, examinando a relação entre vontade geral, interesses particulares e justiça do poder político. Encerrando a seção, </span><strong>Paulo Ferreira Junior</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">Sexo e autobiografia em Rousseau: uma peça de comparação para o estudo do coração humano</span></em><span style="font-weight: 400;">, examina o papel da narrativa da experiência sexual nas </span><em><span style="font-weight: 400;">Confissões</span></em><span style="font-weight: 400;">, mostrando como a autobiografia integra a reflexão rousseauniana sobre o ser humano, a imaginação e a diferença sexual.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Na sequência, o </span><strong>dossiê temático Rousseau en Diálogos Iberoamericanos I: Perspectivas filosóficas</strong><span style="font-weight: 400;">, organizado por Vera Waksman e Luciano da Silva Façanha, reúne dois artigos que exploram a recepção e a circulação do pensamento rousseauniano em contextos ibero-americanos. </span><strong>Gabriela Paula Lupiañez</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">Ecos rousseaunianos en las Provincias Unidas del Río de la Plata en tiempos revolucionarios</span></em><span style="font-weight: 400;">, analisa o uso da noção de vontade geral na experiência política de Tucumán entre 1810 e 1813, destacando a circulação da linguagem republicana e a apropriação de conceitos rousseaunianos pelas elites locais. Já </span><strong>Yanet del Socorro Valverde Riascos</strong><span style="font-weight: 400;"> e </span><strong>Oscar Olmedo Valverde Riascos</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">Fundamentos psicológicos y pedagógicos presentes en las obras de Rousseau</span></em><span style="font-weight: 400;">, examinam, por meio de uma análise hermenêutica, as contribuições de Rousseau para a psicologia do desenvolvimento e para a pedagogia moderna, com ênfase nos princípios da educação natural presentes no </span><em><span style="font-weight: 400;">Emílio</span></em><span style="font-weight: 400;">.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O </span><strong>dossiê temático Rousseau, Kant e Diálogos</strong><span style="font-weight: 400;">, organizado por Luciano da Silva Façanha, Zilmara de Jesus Viana de Carvalho, Bárbara Rodrigues Barbosa, Maria Constança Peres Pissarra, Jacira de Freitas e Maria do Socorro Gonçalves da Costa, concentra sete artigos que aprofundam diferentes dimensões do diálogo entre filosofia, estética, política e linguagem. </span><strong>Manoel Dionizio Neto</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">A questão da natureza na Júlia ou a Nova Heloísa</span></em><span style="font-weight: 400;">, analisa os múltiplos sentidos da natureza na obra epistolar de Rousseau, articulando-os às tensões entre convenção social, afetividade e diferenças entre os sexos. </span><strong>Maria de Lourdes Dionizio Santos</strong><span style="font-weight: 400;">, no artigo </span><em><span style="font-weight: 400;">Liricidade na linguagem d’Os devaneios do caminhante solitário</span></em><span style="font-weight: 400;">, evidencia a dimensão poética da prosa rousseauniana, ressaltando o conflito entre sujeito e sociedade, a introspecção e a contemplação da natureza. </span><strong>Kathia Salomão</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">Concepções musicais de Rousseau em Noções de música de Antonio Rayol (1902)</span></em><span style="font-weight: 400;">, investiga a apropriação das ideias musicais de Rousseau em um manual escolar maranhense, destacando o diálogo estético estabelecido no texto prefacial da obra. </span><strong>Antonio Basilio Novaes Thomaz de Menezes</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">Considerações para uma leitura constelar da liberdade em Rousseau</span></em><span style="font-weight: 400;">, propõe uma leitura experimental da ideia de liberdade a partir da noção benjaminiana de constelação, ressaltando o caráter polissêmico e paradoxal do pensamento rousseauniano. </span><strong>Ronzelene Nazaré Souza de Lima</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">Compaixão e vontade geral em Rousseau</span></em><span style="font-weight: 400;">, articula o sentimento natural de compaixão à unidade racional da vontade geral, refletindo sobre a passagem do isolamento à vida comunitária. </span><strong>Konrad Utz</strong><span style="font-weight: 400;">, no artigo </span><em><span style="font-weight: 400;">Breves considerações sobre racismo e dignidade humana em Kant</span></em><span style="font-weight: 400;">, analisa criticamente a coexistência entre o racismo empírico presente em alguns escritos de Kant e o universalismo moral de sua filosofia prática, defendendo a coerência ética do humanismo transcendental kantiano. Por fim, </span><strong>Carolina Miranda Sena</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">O gosto como uma espécie de sensus communis</span></em><span style="font-weight: 400;">, discute o papel do </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis</span></em><span style="font-weight: 400;"> na </span><em><span style="font-weight: 400;">Crítica da faculdade de julgar</span></em><span style="font-weight: 400;">, enfatizando sua função na fundamentação da universalidade do juízo de gosto e na constituição de uma comunidade de comunicabilidade.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">A seção </span><strong>Área Livre</strong><span style="font-weight: 400;"> reúne três estudos voltados à literatura e à filosofia política. </span><strong>Amanda Monteiro do Nascimento</strong><span style="font-weight: 400;"> e </span><strong>Naiara Sales Araujo Santos</strong><span style="font-weight: 400;">, em </span><em><span style="font-weight: 400;">A utilização do fantástico como ferramenta de reflexão social em Lygia Fagundes Telles</span></em><span style="font-weight: 400;">, analisam o conto </span><em><span style="font-weight: 400;">O jardim selvagem</span></em><span style="font-weight: 400;">, mostrando como o insólito intensifica a crítica às convenções sociais. </span><strong>Michel Augusto Carvalho da Silva</strong><span style="font-weight: 400;"> e </span><strong>Luizir de Oliveira</strong><span style="font-weight: 400;">, no artigo </span><em><span style="font-weight: 400;">Crise da experiência e melancolia em Aos 7 e aos 40, de João Anzanello Carrascoza</span></em><span style="font-weight: 400;">, examinam a melancolia a partir da fragmentação da experiência e da narrativa contemporânea, à luz de Walter Benjamin e outros autores. Em </span><em><span style="font-weight: 400;">L’illusion du réalisme: erreurs fondamentales dans l’œuvre de Machiavel</span></em><span style="font-weight: 400;">, </span><strong>Thiago Barbosa Soares</strong><span style="font-weight: 400;"> propõe uma leitura crítica da filosofia política maquiaveliana, questionando sua pretensão realista e apontando rupturas com a tradição ética clássica e cristã.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Encerrando o número, a seção </span><strong>Poesias/Poemas</strong><span style="font-weight: 400;"> apresenta </span><em><span style="font-weight: 400;">No Picadeiro do Destino</span></em><span style="font-weight: 400;">, de </span><strong>Marcelo Calderari Miguel</strong><span style="font-weight: 400;">, poema que utiliza a metáfora do circo para refletir sobre as contradições da existência, articulando imagens de espetáculo, resistência e coletividade, e convidando o leitor a reconhecer a possibilidade de esperança e renascimento mesmo diante das adversidades.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Com este conjunto de textos, a </span><em><span style="font-weight: 400;">Revista Iluminus</span></em><span style="font-weight: 400;"> oferece ao leitor um número denso e articulado, que evidencia a vitalidade dos estudos filosóficos, literários e estéticos, bem como a atualidade dos diálogos entre o Iluminismo e os desafios do pensamento contemporâneo. Trata-se de uma edição que convida à leitura atenta e à reflexão crítica, reafirmando o papel da revista como espaço de circulação de pesquisas comprometidas com o rigor acadêmico e a pluralidade intelectual.</span></p> <p><strong>Organizadores do Dossiê Rousseau en Diálogos Iberoamericanos I: Perspectivas filosóficas</strong><span style="font-weight: 400;"> </span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Vera Waksman</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Luciano da Silva Façanha</span></p> <p><strong>Organizadores do Dossiê Rousseau, Kant &amp; Diálogos</strong></p> <p><span style="font-weight: 400;">Luciano da Silva Façanha</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Zilmara de Jesus Viana de Carvalho</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Barbara Rodrigues Barbosa</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Maria Constança Peres Pissarra</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Jacira de Freitas</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Maria do Socorro Gonçalves da Costa</span></p> <p><strong>Os Editores </strong></p> <p><span style="font-weight: 400;">Luciano da Silva Façanha </span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Flávio Luiz de Castro Freitas </span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Zilmara de Jesus Viana de Carvalho</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28349 Harrington versus Rousseau: republicanismo e economia política 2025-12-15T15:37:56-03:00 Vital Francisco Celestino Alves vitalalves1@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Apesar de terem erguido seus edifícios teóricos republicanos em conjunturas diferentes, James Harrington e Jean-Jacques Rousseau possuem um notável ponto de convergência teórica: instauraram em seus republicanismos de forma precursora discussões em torno da “Economia Política”. Partindo desse ponto de convergência, o presente artigo tem como objetivo principal analisar como a discussão acerca da “Economia Política” emerge – ainda que de forma incipiente - e se situa nos republicanismos de Harrington e Rousseau. Mediante essa análise, pretende-se avaliar as possíveis convergências e divergências a respeito das perspectivas sobre a “Economia Política” nas teorias políticas dos referidos pensadores republicanos.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28350 Kant e a Fantasia livre: as condições subjetivas para a improvisação musical 2025-12-15T15:43:48-03:00 Nertan Dias Silva Maia nertan.dias@ufma.br Danielton Campos Melonio danielton.melonio@ufma.br <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo objetiva explicitar as condições subjetivas necessárias para a improvisação musical, baseando-se nos conceitos kantianos de “Gênio”, exposto na terceira </span><em><span style="font-weight: 400;">Crítica</span></em><span style="font-weight: 400;">, e de “representação clara” e “representação obscura”, bem como no exemplo da forma musical Fantasia livre, registrados na </span><em><span style="font-weight: 400;">Antropologia</span></em><span style="font-weight: 400;">. Para tanto, o texto organiza-se nas seguintes seções: I) Introduz o problema investigado; II) Explana sobre as características subjetivas do gênio através da exposição transcendental; III) Discute as qualidades subjetivas do gênio, relacionando-as aos conceitos de “representação clara” e “representação obscura”; IV) Contextualiza, define e analisa a Fantasia livre para proporcionar uma compreensão razoável sobre essa forma musical; V) Mostra que na relação entre a produção da representação obscura com a performatização de uma Fantasia livre, revelam-se as condições subjetivas essenciais para a improvisação, em especial na referida forma musical; VI) Reflete sobre o nexo entre os conceitos e a forma musical abordados no texto nos limites do pensamento kantiano. </span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28351 Rousseau: a formação do estado e o poder da autoridade 2025-12-15T15:51:56-03:00 Juvêncio Terra Marques juvencioterra@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Este estudo visa apresentar a legitimação da formação do estado civil e a constituição do poder da autoridade, segundo Rousseau. Os argumentos e os conceitos das ideias centrais que encorpam e fundamentam tanto o Estado quanto o poder da autoridade, serão analisados, basicamente, a partir do texto </span><em><span style="font-weight: 400;">Do Contrato Social</span></em><span style="font-weight: 400;"> e seus principais comentadores. Com isto, será verificado se realmente o estado civil está solidamente sustentado pela convenção da vontade geral ou por interesses das vontades particulares e, se o poder exercido pelas autoridades é de fato justo e legítimo para governar. Logo, essa teoria se sustenta na medida em que Rousseau cria e propõe o contrato social como solução civilizatória para o homem, abdicar dos confrontos do estado de natureza e aderir à convivência civil em sociedade e com direitos e deveres iguais para todos. As convenções dos particulares únicos formarão o Estado Civil e sua autoridade será legitimada pelo povo quanto se manifesta na vontade geral.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28352 Sexo e autobiografia em Rousseau: uma peça de comparação para o estudo do coração humano 2025-12-15T15:56:17-03:00 Paulo Ferreira Junior paulo.junior@ifbaiano.edu.br <p><span style="font-weight: 400;">O objetivo deste artigo é examinar o papel da narrativa da experiência sexual nas </span><em><span style="font-weight: 400;">Confissões </span></em><span style="font-weight: 400;">e verificar em que medida essa narrativa acrescenta algo às reflexões sobre o sexo na obra de Rousseau</span><em><span style="font-weight: 400;">.</span></em><span style="font-weight: 400;"> Partimos da seguinte premissa: a autobiografia não é um mero acessório da teoria filosófica de Rousseau, mas parte integrante de sua reflexão sobre o ser humano. Em nossas análises, chegamos às seguintes conclusões: (i) a narrativa da experiência sexual cumpre um papel retórico no discurso autobiográfico; (ii) o exemplo de Rousseau mostra a influência da imaginação na experiência sexual e, enquanto faculdade nascida da vida social, apresenta os diversos modos de modificação, corrupção e interdição que recaem sobre o sexo; (iii) à medida que Rousseau reivindica sua autenticidade enquanto indivíduo, a retórica da narrativa da experiência sexual na autobiografia tensiona a teoria da diferença sexual e amplia as reflexões de Rousseau sobre o tema.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28353 Ecos rousseaunianos en las Provincias Unidas del Río de la Plata en tiempos revolucionarios. El uso de la noción de voluntad general según el tucumano Nicolás Valerio Laguna, 1810-1813 2025-12-15T16:03:44-03:00 Gabriela Paula Lupiañez gabriela.lupianez@filo.unt.edu.ar <p><span style="font-weight: 400;">Con la crisis de la monarquía hispana, iniciada con la invasión napoleónica a la península ibérica, los territorios bajo la ley del monarca español a ambos lados del Atlántico se convirtieron en un gran espacio de ensayos políticos. Ensayos que procuraban dar respuesta al urgente problema de la recomposición de la comunidad como cuerpo político. Por esos tiempos, América mostraría a Europa las posibilidades y límites del lenguaje republicano de gobierno. Fundado en la soberanía popular su instrumentación efectiva en formas republicanas y la competencia de la opción monárquica, implicaron importantes desafíos. Este trabajo se ocupa de un breve periodo de tiempo, entre 1810 y 1813, en un espacio concreto y delimitado, el pueblo de Tucumán. Constata la presencia de elementos rousseaunianos en la experiencia política local. Aspira a contribuir a reflexionar sobre el papel de las comunidades de los territorios rioplatenses más allá de la región portuaria pampeana en el uso del lenguaje republicano en tanto lenguaje de amplia circulación junto a personas, libros y otros lenguajes entre ambas orillas del Atlántico. La presencia del lenguaje republicano, en particular en clave rousseauniana, fue constatada en el ex virreinato del Río de la Plata en relación con la ciudad de Buenos Aires y Mariano Moreno, secretario del primer gobierno provisional rioplatense. Sin embargo, prácticamente no existen estudios que den cuenta de la circulación de este lenguaje al interior de aquel espacio. De este modo, este escrito se pregunta por la circulación y uso de este lenguaje y de su versión rousseauniana que pudieran haber hecho las elites locales de espacios interiores rioplatenses. En particular, se pone el foco en los dichos y comportamientos de Nicolás Laguna, tucumano de formación letrada, larga trayectoria política e inserto en redes políticas y sociales que iban más allá de su patria chica, San Miguel de Tucumán. Laguna respondió al problema de la recomposición de la comunidad política a partir de proponer<br />un sujeto político soberano apelando a dos elementos de gran difusión del pensamiento rousseauniano en el Río de la Plata: voluntad general y libre consentimiento. </span></p> <p><strong>Ecos rousseaunianos nas Províncias Unidas do Rio da Prata durante os tempos revolucionários. O uso da noção de vontade geral segundo Nicolás Valerio Laguna, natural de Tucumã, 1810-1813</strong></p> <p><span style="font-weight: 400;">Com a crise da monarquia espanhola, iniciada com a invasão da Península Ibérica por Napoleão, os territórios sob o domínio do monarca espanhol em ambos os lados do Atlântico tornaram-se um grande espaço para ensaios políticos. Ensaios que buscavam abordar o problema urgente de recompor a comunidade como corpo político. Durante esse período, os Estados Unidos demonstrariam à Europa as possibilidades e os limites da linguagem republicana de governo. Fundada na soberania popular, sua implementação efetiva em formas republicanas e a concorrência da opção monárquica representavam desafios significativos. Este trabalho se concentra em um breve período, entre 1810 e 1813, em um espaço específico e definido, a cidade de Tucumán. Ele confirma a presença de elementos rousseaunianos na experiência política local. Visa contribuir para a reflexão sobre o papel das comunidades dos territórios rio-platenses além da região portuária dos Pampas no uso da língua republicana como língua de ampla circulação, ao lado de pessoas, livros e outras línguas, entre ambos os lados do Atlântico. A presença da língua republicana, particularmente em termos rousseaunianos, foi confirmada no antigo vice-reinado do Rio da Prata em relação à cidade de Buenos Aires e a Mariano Moreno, secretário do primeiro governo provisório do Rio da Prata. No entanto, praticamente não há estudos que abordem a circulação dessa língua nesse espaço. Assim, este artigo examina a circulação e o uso dessa língua e de sua versão rousseauniana pelas elites locais nos espaços interiores do Rio da Prata. Em particular, o foco é colocado nas declarações e comportamentos de Nicolás Laguna, natural de Tucumã, com formação jurídica, longa trajetória política e inserção em redes políticas e sociais que foram além De sua terra natal, San Miguel de Tucumán, Laguna respondeu ao problema da recomposição da comunidade política propondo um sujeito político soberano, recorrendo a dois elementos amplamente difundidos do pensamento rousseauniano na região do Rio da Prata: "vontade geral" e "livre consentimento".</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28354 Fundamentos psicológicos y pedagógicos presentes en las obras de Rousseau 2025-12-15T16:09:01-03:00 Yanet del Socorro Valverde Riascos yasovari@gmail.com Oscar Olmedo Valverde Riascos ovalverde@umariana.edu.co <p>El presente artículo analiza los fundamentos psicológicos y pedagógicos desarrollados por Jean-Jacques Rousseau en sus principales obras educativas, particularmente en Emilio o de la educación (1762). Mediante un análisis hermenéutico de sus textos, se examinan las contribuciones rousseaunianas a la comprensión del desarrollo infantil, los principios de la educación natural y su influencia en la pedagogía moderna. El análisis señala que Rousseau anticipó conceptos fundamentales de la psicología evolutiva y estableció principios pedagógicos que mantienen su vigencia en los enfoques educativos contemporáneos los cuales se centran en el estudiante. </p> <p><strong>Fundamentos psicológicos e pedagógicos presentes nas obras de Rousseau</strong></p> <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo analisa os fundamentos psicológicos e pedagógicos desenvolvidos por Jean-Jacques Rousseau em suas principais obras educacionais, particularmente em Emílio, ou Da Educação (1762). Por meio de uma análise hermenêutica de seus textos, examinam-se as contribuições de Rousseau para a compreensão do desenvolvimento infantil, os princípios da educação natural e sua influência na pedagogia moderna. A análise indica que Rousseau antecipou conceitos fundamentais da psicologia do desenvolvimento e estabeleceu princípios pedagógicos que permanecem relevantes nas abordagens educacionais contemporâneas centradas no aluno.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28355 A questão da natureza na Júlia ou a Nova Heloísa 2025-12-15T16:22:26-03:00 Manoel Dionizio Neto manoel.dionizio@professor.ufcg.edu.br <p><span style="font-weight: 400;">Cumpre-se pensar a questão da natureza em Jean-Jacques Rousseau tendo a </span><em><span style="font-weight: 400;">Júlia ou a Nova Heloísa</span></em><span style="font-weight: 400;">, sua obra epistolar, como referência. Para isso, busca-se, de forma descritiva, refletir sobre as possibilidades mais diversas do pensar sobre o que seja </span><em><span style="font-weight: 400;">natural</span></em><span style="font-weight: 400;">, ou seja, trata-se de refletir, a partir de uma descrição fenomenológica, sobre os possíveis conceitos de natureza que faz de Rousseau o Iluminista que insere no </span><em><span style="font-weight: 400;">Iluminismo</span></em><span style="font-weight: 400;"> a questão da Natureza, como um dos focos principais para o qual se deveria voltar o ser humano em sua busca do conhecer-se a si mesmo. Parte-se, então, do exposto como prefácio, estendendo-se, passo a passo, a diferentes </span><em><span style="font-weight: 400;">Cartas</span></em><span style="font-weight: 400;">, onde se encontram referências à </span><em><span style="font-weight: 400;">Natureza</span></em><span style="font-weight: 400;">. A que são remetidas quando a questão da natureza, quando vem à tona essas referências? Esta é a questão que se coloca ao se debruçar sobre as mensagens e narrativas das epistolas de Júlia e Saint-Preux, bem como de outros personagens dessa obra de Rousseau, como são o caso de Clara e Wolmar. Casada com Wolmar, para que se cumprisse a convenção social, que dizia ser a afirmação do casamento segundo a vontade do pai, Júlia continua enamorada de Saint-Preux, contrariando-se assim a natureza que se identificasse com a essência humana, enquanto natureza que se diferencia no homem e na mulher, acenando-se para o que, posteriormente, fora desenvolvido ao tratar da relação entre Emílio e Sofia, guardando-se as diferenças entre Sofia e Júlia. Vê-se, pois, que, na Carta X, Saint-Preux se dirige a Milorde Eduardo para lhe dizer das conclusões a que chegou Júlia a respeito da relação entre os cônjuges, considerando as diferenças naturais entre os sexos. Por isso afirma que, na França, faz-se o contrário do que é proposto pela própria natureza: a separação dos sexos por meio de suas ocupações distintas, evitando-se as relações cotidianas entre homens e mulheres. Deste modo, é possível constatar o distanciamento dos costumes franceses de sua época com o que era proposto pela natureza, o que muito bem se fez notável na separação do próprio Saint-Preux e Júlia, para que se fizesse a vontade do pai dessa última que, por sua vez, impôs as determinações da tradição como expressão das convenções contrárias à </span><em><span style="font-weight: 400;">natureza</span></em><span style="font-weight: 400;">.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28356 Liricidade na linguagem d’Os devaneios do caminhante solitário, de Jean-Jacques Rousseau 2025-12-15T16:28:00-03:00 Maria de Lourdes Dionizio Santos maria.dionizio@professor.ufcg.edu.br <p><span style="font-weight: 400;">Trata-se de uma leitura sobre a liricidade presente </span><em><span style="font-weight: 400;">n’Os devaneios do caminhante solitário</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Jean-Jacques Rousseau, partindo do pressuposto de que a poesia é inerente à linguagem da referida obra. À maneira do que observamos no comportamento do indivíduo representado no Movimento Literário do Romantismo, percebemos, na atitude do sujeito poético - o caminhante solitário, uma fuga da sociedade, bem como seu isolamento na natureza, numa demonstração do conflito estabelecido entre o sujeito e o mundo. Nessa perspectiva, voltado para o seu interior, no desejo de autodescoberta, o indivíduo enfrenta o desconhecido e suplanta os obstáculos que impedem sua formação. Temos, dessa forma, uma imersão do eu em sua vida interior, e sua recusa em aceitar a realidade, visto que o narrador-personagem confessa que suas caminhadas são o único instante em que ele se encontra consigo mesmo – espaço-tempo privilegiado cuja solidão lhe propicia ser ele mesmo, através de suas meditações, quando se convence de que a felicidade não depende de homens. Com base nisso, em cada caminhada constatamos a liricidade da obra, conferida no entusiasmo do caminhante solitário, do mesmo modo que é possível acompanhar os devaneios deste, na contemplação da paisagem, à medida que percorre o espaço. Assim sendo, a descrição detalhada da natureza potencializa o alto teor imagético que configura a poética existente na prosa rousseauniana. À procura da poesia que abriga a essência e a verdade, o espaço torna-se o lugar da descoberta, escavada no caminho trilhado pelo personagem.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28357 Concepções musicais de Rousseau em Noções de musica de Antonio Rayol (1902) 2025-12-15T16:34:26-03:00 Kathia Salomão salomaokathia@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho aborda as concepções musicais de Rousseau que se encontram em </span><em><span style="font-weight: 400;">Noções de musica</span></em><span style="font-weight: 400;">, o livro escolar do maranhense Antonio Rayol (1863-1904), publicado em 1902, com o fim de ser usado por seus alunos da Escola de Música e da Escola Normal em São Luís. Rayol explicou que elaborou o conteúdo do seu livro embasado em diversos autores. No entanto, priorizou determinadas obras: de Raphael Machado - </span><em><span style="font-weight: 400;">Diccionario musical</span></em><span style="font-weight: 400;"> (1842), de Nicolao Cattaneo - </span><em><span style="font-weight: 400;">Grammatica da musica</span></em><span style="font-weight: 400;"> (1861) e de Jean Jacques Rousseau - </span><em><span style="font-weight: 400;">Dictionnaire de musique</span></em><span style="font-weight: 400;"> (1781a, 1781b). Rousseau foi citado também nas referidas obras de Machado e de Catta-neo, evidenciando assim a relevância desse autor na literatura musical. Dessa forma, lançamos o seguinte questionamento: de que forma os conceitos de Rousseau sobre a música são encontrados no livro de Rayol? Sendo assim, o objetivo deste trabalho é analisar </span><em><span style="font-weight: 400;">Noções de musica</span></em><span style="font-weight: 400;"> para identificarmos como Rayol apropriou-se das concepções musicais de Rousseau. Como procedimento metodológico foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os autores e obras citados, com embasamento teórico em Rousseau (2021, 2008, 2005), entendendo suas concepções musicais. Na análise realizada encontramos referências à Rousseau nos conteúdos textuais de </span><em><span style="font-weight: 400;">Noções de musica</span></em><span style="font-weight: 400;">, mas identificamos um diálogo mais extenso, com o filósofo genebrino, no texto prefacial desse livro, intitulado “Aos Leitores”. Constatamos que esse texto de Rayol é um discurso com reflexões estéticas sobre a música, em que o autor apresenta diversos conceitos comuns a Rousseau, evidenciando que a música teria poder mágico para representar os sentimentos da alma, elevar os sentimentos, excitar as paixões humanas, despertar afetos e a imaginação.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28358 Considerações para uma leitura constelar da liberdade em Rousseau 2025-12-15T16:40:12-03:00 Antonio Basilio Novaes Thomaz de Menezes antonio.basilio@ufrn.br <p><span style="font-weight: 400;">Este ensaio constitui um experimento mental de aproximação entre a leitura de Rousseau, em específico da ideia de liberdade, e a noção de constelação, a partir dos aportes de Walter Benjamin na “Origem do Drama Barroco Alemão” em torno da discussão do estatuto do conhecimento naquilo que diz respeito às ideias formarem “uma multiplicidade irredutível” (Benjamin, 1984; p. 65). Elaborado no contexto da natureza das ideias e da exposição dos conceitos, o ensaio tem por objeto o caráter polissêmico da ideia de liberdade em Rousseau e suas variações nas obras: Discours sur l’origine et les fondements de l’inegalité parmi les hommmes (Rousseau, 1964a), Du Contrat Social (Rousseau, 1964b) e Émile (Rousseau, 1969); bem como sua explicitação numa interpretação alternativa das diferentes acepções no quadro de entendimento dos seus epitomes. A proposta de uma leitura constelar se configura no experimento mental de análise da concepção de liberdade no conjunto restrito das obras, o qual circunscreve na literatura especializada aquilo que Grosrichard (1967, p. 43) denomina “obra de reação”. Esta última caracterizada como uma provocação em si mesma, que se encontra na ordem do próprio pensamento; ou ainda, na compreensão limite do autor como “um homem de paradoxos” (Rousseau, 1964e, p.230-236; 1969, p.323) assinalada em dois contextos diferentes. As-sim, é no quadro geral da compreensão dos aspectos relevantes da tradição ensaística de Rousseau como “homem de letras” (Bouvier, 1912), que pode ser encontrada uma compreensão espectral para sua literatura na condição própria da linguagem e do limite inultrapassável da língua pelo pensamento. O que se faz presente em diferentes escritos, a exemplo da sua preocupação com o método em Idée de la méthode dans la composition d’um livre (Rousse-au,1964c), no qual descreve a si mesmo o fazer do escritor limitado a condição das palavras, num diálogo permanente com o leitor, não apenas em torno da forma de argumentação, mas principalmente como um esforço de explicitação das ideias que se encontram na ordem das ambiguidades da linguagem e do pensamento, no caráter paradoxal da sua obra.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28359 Compaixão e vontade geral em Rousseau 2025-12-15T16:44:37-03:00 Ronzelene Nazaré Souza de Lima ronzelenel@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Rousseau, como é do conhecimento de seus leitores costumazes, sendo adepto da hipótese de que, na evolução humana, podemos distinguir dois momentos bem demarcados, um relativo às condições naturais do homem como espécie – completamente determinado pelo meio ambiente em que vivia e os impulsos que a natureza pôs nele como orientação para sua sobrevivência –, e o outro momento em que se vê sob condições de existência autodeterminadas, uma vez que suas ações passam a ser regradas por interesses que vão além da mera conservação da vida e da reprodução. A divisão do </span><em><span style="font-weight: 400;">Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens</span></em><span style="font-weight: 400;">, pode ser considerada a obra que mais nitidamente trabalho que esses elementos, digamos, díspares, na consideração da natureza humana, com uma longa digressão sobre como nós seríamos e viveríamos tanto nos momentos anteriores a formação de associações estáveis de pessoas e nos momentos em que tal estabilidade colaborativa parece totalmente assumida, apesar das dificuldades intrínsecas a convivência entre seres da mesma espécie, porém com interesses tão diferentes entre si. Interligando esse tipo de compreensão da estratégia de leitura e interpretação da história humana realizada pelo cidadão de Genebra, nos parece interessante faz algumas considerações acerca do aspecto, por assim dizer, natural da vida comum humana – ainda que Rousseau pense essa possibilidade tomando como ponto de partida um acordo deliberado – e a unidade racional das vontades representada no conceito de Vontade Geral, em </span><em><span style="font-weight: 400;">Do contrato social</span></em><span style="font-weight: 400;">. Cremos que a impossibilidade de explicar a evolução da vida humana, do isolamento à vida comunitária, por uma perspectiva que não fosse cara a um iluminista do século XVIII, conduziu Rousseau ao reconhecimento no sentimento de compaixão, inata ao homem, uma espécie de base natural à unidade racional que nós só podemos alcançar por um acordo de colaboração mútua, acordo livre e voluntário.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28360 Breves considerações sobre racismo e dignidade humana em Kant 2025-12-15T16:48:45-03:00 Konrad Utz utz@ufc.br <p><span style="font-weight: 400;">O artigo analisa criticamente a relação entre o pensamento racista de Kant e sua filosofia moral universalista, discutindo se há ou não contradição entre ambos. Kant, de fato, sustentou ideias racistas empíricas, defendendo a existência de raças humanas hierarquizadas e atribuindo superioridade à raça branca, com base em concepções lamarckianas e eurocêntricas de seu tempo. Ainda que suas afirmações sejam eticamente inaceitáveis, elas não implicam uma negação da dignidade moral universal dos seres humanos que fundamenta sua filosofia prática. Pode-se distinguir entre o “racismo empírico” de Kant, referente a talentos e temperamentos, e seu “humanismo transcendental”, segundo o qual todo ser humano, por possuir faculdade racional, é uma pessoa e tem dignidade inalienável, independente de raça, gênero, idade ou condição mental. Assim, embora Kant tenha ex-pressado preconceitos raciais (sobretudo em suas lições de geografia e antropologia), sua ética transcendental permanece coerente e antirracista em princípio, pois o imperativo ca-tegórico exige tratar toda humanidade como fim em si mesma. É legítimo condenar moralmente o racismo de Kant, mas é inadequado descartar sua filosofia por causa disso. Seu pensamento foi profundamente benéfico em fomentar o reconhecimento universal e incondicional da dignidade humana, a abolição da escravidão, o fim do colonialismo, o es-tado direito, o republicanismo e muitas outras conquistas dos últimos 200 anos.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus https://cajapio.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/28361 O gosto como uma espécie de sensos communis 2025-12-15T16:52:44-03:00 Carolina Miranda Sena carolmsena@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Nosso objetivo é mostrar como a ideia de </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis</span></em><span style="font-weight: 400;">, que aparece no §40 da </span><em><span style="font-weight: 400;">Crítica da faculdade de julgar</span></em><span style="font-weight: 400;">, obra publicada por Immanuel Kant em 1790, pretende funcionar como uma transição de um sentimento individual para a constituição de uma comunidade, e a consequente importância dessa passagem para a universalidade do juízo de gosto, bem como para o projeto crítico-transcendental. A tentativa argumentativa no §40 é associar um sentido de comunidade, denominado </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis</span></em><span style="font-weight: 400;">, com a faculdade de julgar reflexiva, isto é, legitimar a universalidade do juízo de gosto através da ideia de </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis</span></em><span style="font-weight: 400;">. O sentido de comunidade é, primeiramente, pensado segundo um </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis logicus</span></em><span style="font-weight: 400;"> e as suas máximas, quais sejam: pensar por si mesmo, pensar no lugar dos demais e pensar em concordância consigo próprio. Não se trata da faculdade de conhecer, mas, de um modo de pensar para além das condições subjetivas individuais, chegando a um “ponto de vista universal (que ele só pode estabelecer colocando-se no ponto de vista dos outros)” (</span><em><span style="font-weight: 400;">KU</span></em><span style="font-weight: 400;">, AA 05: 295). Tais máximas do entendimento humano estão associadas ao sistema kantiano e à sua primazia de moralidade. A primeira máxima, pensar por si mesmo, é o resultado da atitude corajosa de fazer uso de seu próprio entendimento. A segunda, pensar no lugar de todos os demais, é a ampliação de pensar por si mesmo a uma comunicabilidade com todos os demais. A segunda máxima mostra uma afinidade do </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis logicus</span></em><span style="font-weight: 400;"> com o estético, pois, pensar no lugar de todos os demais também significa pensar segundo uma comunicabilidade universal, a partir de uma subjetividade, característica do juízo de gosto, que julga subjetivamente e, ao mesmo tempo, de forma universal, segundo um sentimento estético, tendo como ponto de referência um </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis</span></em><span style="font-weight: 400;">. O </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis aestheticus</span></em><span style="font-weight: 400;">, segundo um sentido de comunidade do gosto, aparece na terceira Crítica como uma tentativa de fundamentação da universalidade e necessidade do juízo de gosto, construindo, assim, uma comunidade de comunicabilidade universal. A universalidade do juízo de gosto, por sua vez, busca resolver o problema do abismo intransponível entre natureza e liberdade, exposto por Kant nas Introduções do livro. Entre a natureza e a liberdade não há passagem possível, “como se se tratasse de outros tantos mundos diferentes, em que o primeiro não pode ter qualquer influência no segundo” (</span><em><span style="font-weight: 400;">KU</span></em><span style="font-weight: 400;">, AA 05: 176). No entanto, a argumentação que tenta legitimar uma comunidade de seres humanos sensíveis e racionais através de um </span><em><span style="font-weight: 400;">sensus communis</span></em><span style="font-weight: 400;"> esbarra nos limites anteriormente traçados pelo projeto-crítico transcendental, pois a fundamentação de um senso comum intersubjetivo não pode ser metafísica, empírica ou psicológica.</span></p> 2025-12-16T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Revista Iluminus