Revista Brasileira de História das Religiões https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr <p>A Revista Brasileira de História das Religiões (RBHR) é uma publicação sediada no Programa de Pós-Graduação em História e Conexões Atlânticas (PPGHis) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e vinculada ao GT de História das Religiões e Religiosidades (GTHRR) da Associação Nacional de História (ANPUH).</p> <p>A RBHR publica textos originais de temáticas vinculadas à história das religiões, prezando pelo diálogo com as diversas áreas do saber, como Sociologia, Antropologia, Teologia, Filosofia, Geografia e Literatura, entre outras.</p> <p>ISSN 1983-2850</p> <p>Periodicidade: Quadrimestral</p> <p><strong>Qualis/CAPES (2017-2020): A2</strong></p> pt-BR lyndon.santos@ufma.br (Prof. Dr. Lyndon de Araújo Santos) rbhr@ufma.br (Prof. Dr. Thiago Lima dos Santos) Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 OJS 3.2.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 O legado conservador do bispo Antônio de Castro Mayer: uma perspectiva histórica https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/25263 <p>Dom Antônio de Castro Mayer foi uma das figuras mais proeminentes do conservadorismo católico brasileiro no século XX. Sua trajetória, analisada a partir de uma pesquisa bibliográfica documental histórica, revela um sacerdote profundamente comprometido com a preservação de uma visão antimoderna e antiecumênica da Igreja, alinhada aos paradigmas definidos pelos concílios de Trento e Vaticano I. Durante o Concílio Vaticano II, Castro Mayer posicionou-se como um firme opositor às reformas conciliares, tornando-se um dos líderes da resistência conservadora. Diferentemente da maioria das dioceses brasileiras, a diocese de Campos não incorporou prontamente as mudanças conciliares, permanecendo como uma realidade eclesiológica singular no contexto mundial. O processo de recepção das reformas conciliares na Igreja de Campos só teve início após a saída de Castro Mayer, em novembro de 1981. A partir de então, intensificaram-se conflitos internos, exonerações e substituições de párocos, culminando em 1988, quando Castro Mayer participou das sagrações episcopais realizadas sem mandato apostólico. Esse ato, liderado pelo arcebispo Marcel Lefebvre, simbolizou sua adesão à luta anticonciliar e marcou uma ruptura institucional significativa em nome da preservação do modelo pré-conciliar, que ele chamava de a “Igreja de Sempre”. Este artigo, por meio de pesquisa documental histórica, examina o legado de Castro Mayer na diocese de Campos dos Goytacazes, destacando como sua postura intransigente resultou em uma experiência única na história da Igreja, caracterizada por uma resistência doutrinária e institucional que continua a ecoar no debate sobre o impacto do Concílio Vaticano II. </p> Vinícius Couzzi Mérida Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/25263 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 “Não vim trazer paz, mas a espada”: o “Ser” Evangélico, demandas morais e discursos sobre fundamentalismo https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/25433 <p>Este artigo analisa a construção da identidade evangélica no Brasil contemporâneo, com foco nas disputas em torno da moralidade pública e do uso do termo “fundamentalismo” para descrever determinados segmentos do campo evangélico. Argumenta-se que essa categorização é frequentemente simplificadora, desconsiderando a diversidade interna e os conflitos confessionais que atravessam o movimento. A análise parte de referenciais da sociologia da religião e da análise do discurso pós-estruturalista, articulando dados empíricos, registros imagéticos e narrativas produzidas em ambientes e mídias evangélicas. São discutidas ainda as estratégias de diferenciação simbólica em relação ao “mundo”, a participação política crescente dos evangélicos e o papel da mídia na reconfiguração das fronteiras entre religião, cultura e política. </p> Carlos Henrique Pereira de Souza Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/25433 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 Souza Marques e os Batistas Brasileiros: a ascensão de um porta-voz (não) adequado entre 1910-1930 https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26058 <p>Nascido em 1894 no Morro do São Carlos, Souza Marques era descendente de uma família egressa do cativeiro, com raízes na Freguesia de São João Batista do Arrozal, no Vale do Paraíba Fluminense. Sua conversão aos 17 anos na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro marcou o início de uma vida multifacetada. Após formar-se no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil em 1922, Souza Marques destacou-se como ministro religioso, fundando diversas igrejas nas periferias cariocas. Sua atuação não se limitou ao campo eclesiástico. Souza Marques também foi educador (ensinou na rede pública do antigo Distrito Federal e fundou o Colégio/Faculdades Souza Marques) e político (criou o<br />Partido Republicano Democrático em 1945 e foi eleito deputado estadual pelo PTB em 1960). Para elaborar o presente artigo realizamos uma investigação indiciária do nosso personagem histórico através de periódicos, atas de convenções batistas e relatórios de organizações missionárias estadunidenses entre 1910 e 1930. Isto é, um período crucial para o seu estabelecimento como uma figura institucional proeminente na denominação batista brasileira. Além disso, utilizamos as noções de “campo simbólico”, “ilusão biográfica” e “atos de investidura” de Pierre Bourdieu a fim de analisar a ascensão social de José de Souza Marques entre os batistas na primeira república. Assim, objetivamos explorar as possíveis relações entre “fé batista” e “raça” no contexto do pós-abolição brasileiro. </p> João B. Chaves, Álvaro Ramon Ramos Oliveira Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26058 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 Aspectos não institucionais das religiões japonesas no Brasil antes da década de 1950: reconsiderando o “paradigma Maeyama” https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26226 <p>Na produção acadêmica a respeito das religiões e religiosidades japonesas no Brasil, uma das linhas de pesquisa utilizadas partiu das proposições do antropólogo japonês Takashi Maeyama, a ponto de converter-se na principal matriz para pensar o fenômeno. O que denominamos “paradigma Maeyama” postula que os imigrantes e os descendentes de japoneses no Brasil não praticaram manifestações religiosas institucionais até aproximadamente a década de 1950. O objetivo do presente artigo é analisar o paradigma, delineando seus postulados e implicações como modelo norteador de produções posteriores, inclusive do ponto de vista epistemológico. Da perspectiva metodológica, foi realizada uma pesquisa bibliográfica atentando tanto para as produções de Maeyama quanto para investigações posteriores, utilizando do conceito de lugar de produção, tal como proposto por Michel de Certeau, para pensar a inserção do discurso acadêmico do antropólogo japonês. Do ponto de vista teórico, foi mobilizado o conceito de paradigma, segundo Thomas Kuhn. Como discussões, é sugerido que o paradigma em foco, não obstante importante, pode ser problematizado considerando temáticas como o culto aos ancestrais e sua cemiterização, bem como as manifestações do Xintoísmo no Brasil. </p> Richard Gonçalves André, Rafael Shoji Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26226 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 Emoções e saúde mental: uma leitura de autores adventistas do século XX https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26981 <p>Nosso artigo parte de duas constatações, que são também pressupostos teóricos e empíricos: (1) já faz algum tempo que a saúde mental e emocional das pessoas é uma preocupação mundial (e no Brasil não é diferente); (2) além de Estados e outras organizações ligadas à saúde pública, também as comunidades religiosas, de várias crenças e modelos de fé e prática, preocupam-se com o assunto. Como hipótese, entendemos que a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), há mais de um século, tem se destacado de outras igrejas no campo cristão quanto ao assunto de saúde mental e emocional (e física) de seus membros, e de outras pessoas sob sua influência, mesmo que não adventistas. Para escaparmos de uma obviedade, qual seja, mais uma leitura dos textos da profetiza Ellen G. White, que podem ser considerados fundacionais da IASD, optamos pela leitura de dois adventistas do século XX, preocupados com a temática da saúde mental e emocional, que são Humberto O. Swartout e Marcelo I. Fayard. Por meio de pesquisa documental (fontes) e bibliográfica (comentários), nossa pesquisa, metodologicamente, está baseada tanto na história das emoções como na sociologia das emoções religiosas. Entre os resultados alcançados, destacamos que os livro adventistas sobre saúde mental e emocional sempre tiveram o interesse de atingir o público intramuros, mas, sobretudo, servir de cartão de visita para os não adventistas de cada nação, pelo serviço de colportagem.</p> Karina Kosicki Bellotti, Breno Martins Campos Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26981 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 Jesus, O Mago: um olhar (ainda) negligenciado sobre Jesus de Nazaré https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26073 <p>Resenha:</p> <p>CHEVITARESE, André Leonardo; JUSTI, Daniel Brasil. <strong>Jesus, O Mago</strong>: um olhar (ainda) negligenciado sobre Jesus de Nazaré. 1. ed. Rio de Janeiro: Menocchio, 2024. 103 p.</p> <p>Jesus e seus seguidores envolveram-se com práticas de magia e fizeram de tais práticas o elemento central do cristianismo originário. No entanto, com o tempo, a constatação de que Jesus e as primeiras gerações de cristãos praticaram magia criou um embaraço para as autoridades religiosas, que buscaram a todo custo suprimir este aspecto do cristianismo.</p> Daniel Soares Veiga Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26073 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 As Filhas de Maria: agentes da história transnacional no século XIX https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26836 <p>Partindo de breves reflexões sobre as abordagens conectadas e transnacionais na historiografia contemporânea e sua pertinência para o estudo dos movimentos de instituições religiosas no espaço e no tempo, sobretudo desde o século XVI, esse artigo trata do culto à Nossa Senhora das Graças, à Medalha Milagrosa e sua relação com as Filhas de Maria, consideradas como as melhores educandas das irmãs Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo no século XIX. Maria teria aparecido por três vezes para a noviça francesa Catarina Labouré a partir de 1830 e apresentado o modelo da Medalha Milagrosa, que deveria ser distribuída entre as suas “filhas” de todas as nações. &nbsp;Assim surgiram as Filhas de Maria, consideradas como aquelas mais capazes de multiplicar o discurso católico e expandi-lo universalmente nas instituições educativas femininas. A medalha seria a exteriorização material dos valores, concepções, papéis e funções que seriam seguidos pelas escolhidas. Pretendemos analisar o movimento transnacional das Filhas de Maria a partir das festividades do culto da Medalha Milagrosa, instituída em 1894.</p> Ana Cristina Pereira Lage, Thais Nívia de Lima e Fonseca Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26836 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 “Maria passa na frente”: o protagonismo místico feminino e as aparições marianas no contexto político do século 19 europeu https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27167 <p>A coincidência do contexto de ascensão de movimentos feministas com o uso da devoção mariana para modular o papel social feminino, bem como o estímulo da experiência religiosa mística pelo romantismo católico oitocentista, levaram países como a Alemanha, Itália e França a presenciarem um importante crescimento tanto de casos de mulheres místicas e visionárias, quanto de aparições marianas. Todavia, o modo como a Igreja Católica lidou ora com o visionarismo (marcado pela passividade face à suposta aparição da Virgem Maria), ora com o a mística feminina (de latente protagonismo do sujeito) revela a maneira ambígua que a mulher, a Virgem e o misticismo feminino foram instrumentalizados em prol de estratégias da Igreja Católica de sobrevivência na modernidade. Em face desse contexto, o presente artigo tem como problemática central a relação entre o contexto de reavivamento político e religioso da Igreja Católica na Europa oitocentista e o expressivo aumento de casos de supostas aparições marianas e misticismo estigmata feminino no mesmo período. Para realizar tal análise, são analisados (qualitativa e quantitativamente) dados de casos de misticismo estigmata feminino e aparições marianas, além de uma revisão bibliográfica crítica da historiografia sobre o assunto. </p> Robson Rodrigues Gomes Filho Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27167 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 “Esta Coroa alcançará a conversão de muitos pecadores”: a formação de uma cultura visionária em Campinas a partir das Irmãs Amália de Jesus Flagelado e Benedetta Mello (1928–1937) https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27158 <p>As primeiras décadas do século XX foram marcadas por diferentes eventos marianos, com visões que modificaram as devoções católicas no mundo ocidental. A partir das propostas da História Cultural, analisamos os eventos em torno das visões na cidade de Campinas, interior do Estado de São Paulo, iniciados em 1928, com relatos protagonizados pelas irmãs Amália de Jesus Flagelado e Benedetta Mello. Para as discussões, utilizamos documentos pontifícios, materiais da imprensa, da Congregação das Missionárias de Jesus Crucificado, do <em>Archivio Apostolico Vaticano</em> e do Centro de Memória UNICAMP. Com a investigação, compreendeu-se como os eventos foram elaborados por membros da Igreja Católica, constituindo um importante projeto para as discussões sobre visões de Jesus Cristo e Nossa Senhora, fundamentais nas disputas religiosas com os protestantes na primeira metade do século XX. Do mesmo modo, foram observadas as formas de silenciamento estabelecidas pela Cúria romana, como forma de organização das devoções no período investigado.</p> Carlos André Silva de Moura Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27158 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 “A Santa de Campinas”: irmã Amalia de Jesus Flagelado e a experiência visionária no Brasil https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27185 <p>Este artigo tem como escopo analisar os embates acerca das visões marianas da irmã Amália de Jesus Flagelado na cidade de Campinas, no final da década de 1920, envolvendo cientistas e líderes religiosos adeptos de diferentes credos. Integrante do Instituto das Missionárias de Jesus Crucificado, a partir de 1928, a religiosa passou a vivenciar experiências místicas que foram associadas à êxtases, nos quais resultaram na aparição de estigmas. Além disso, a religiosa também alegava ter colóquios com Jesus Manietado e com Nossa Senhora das Lágrimas. Essa experiência se transformou em um fenômeno midiático, com reportagens publicadas na imprensa, além de livros escritos por médicos que discorriam sobre a natureza dos episódios. Com isso, esses registros documentais possibilitam pensar acerca das polêmicas atinentes à imagem da religiosa, bem como dos diferentes interesses nos usos dessa experiência nos campos religioso e científico brasileiro.</p> Magno Francisco de Jesus Santos Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27185 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 La Peregrinación de Nuestra Señora del Cisne en los Andes bajos del Ecuador https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27134 <p>En el presente artículo se comienza exponiendo el contexto histórico y teórico en el que se desarrolla la actual investigación. Segundo se presenta la metodología, una etnografía experimental y multisituada. Tercero, se rastrea críticamente los orígenes Nuestra Señora del Cisne (NSC). Cuarto, se analiza la Peregrinación del 2022 como principal rito en torno a NSC. Quinto, analizamos la Fiesta de la Integración del 2022, como la otra peregrinación, alternativa a la hegemónica. Y sexto, como resultados y conclusión, se entiende la construcción de la subjetividad social en la interacción entre Sentires, Prácticas, Pensares (SentisPraxisPensares); y, se comprende el papel transcendental de NSC en este proceso.</p> Cesar Miguel Salinas Ramos Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27134 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 Culto mariano em Angola: Nossa Sra. da Conceição da Muxima ou Mamã Muxima https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27176 <p>Neste trabalho, trataremos da construção popular do culto e devoção à Nossa Sra. da Conceição da Muxima ou “Mamã Muxima”, como é conhecida pela população local, cuja igreja atualmente está situada na Vila da Muxima, no Município de Kissama, em Angola. Conforme tentaremos explanar, com base nos relatos e escritos, por muitos séculos a Igreja e a imagem da Santa foram bastante negligenciadas, sendo mantidas de forma precária pela população local, também responsável pela criação de mitos em torno da Santa. Com a observação do aumento do volume de manifestações, peregrinações e devoções, evidenciadas por milhares de cartas aos pés da Santa, a autoridade eclesiástica local legitimou o culto mariano na Igreja. Atualmente, o “Santuário de Mamã Muxima” é um local de peregrinação anual, que recebe milhares de fiéis católicos angolanos e de outras nações, chamando a atenção do poder político angolano. O culto à Santa chamou tanto a atenção das autoridades que, em 2022, o Estado e a Igreja Católica se uniram e lançaram a primeira pedra para a construção da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Vila da Muxima, considerada atualmente a padroeira mais venerada e de maior devoção popular em Angola e em toda a África. O evento é pouco conhecido na história da religião no Brasil. Neste sentido, um dos objetivos centrais deste trabalho é dar visibilidade à especificidade do culto mariano em Angola, enfocando a força da tradição oral na propagação do culto católico. </p> Giselda Brito Silva, Constança Ceita, Yuri Agostinho Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de História das Religiões https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27176 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300 Visões, aparições e cultos marianos no período contemporâneo https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27459 <p>As investigações em torno das visões, aparições e devoções marianas têm sido realizadas por profissionais das diferentes áreas do conhecimento. Desde os relatos sobre Lourdes, na França a partir de 1858, os eventos passaram a atender uma lógica com mensagens apocalípticas, a relação do político com o religioso, o protagonismo de crianças e o fortalecimento de projetos que tinham o objetivo de aprimorar as propostas da Igreja Católica e colaborar com a formação de uma neocristandade.</p> Carlos André Silva de Moura, Verónica Roldán Copyright (c) 2025 https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/27459 Wed, 27 Aug 2025 00:00:00 -0300