Ser professora de crianças no acampamento Chesf: um estudo a partir das memórias docentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2178-2229v31n1.2024.9

Palavras-chave:

chesf, educação de crianças, memórias, professoras

Resumo

O presente artigo busca compreender a partir das memórias de professoras que atuaram com crianças nas escolas do Acampamento Chesf, entre 1949 a 1985, a composição dos seus respectivos perfis e a visão que resguardam sobre a significância do trabalho exercido como professoras da Companhia. A partir da metodologia qualitativa com enfoque da História Oral, utilizamos como fontes as memórias de doze professoras que trabalharam nas escolas da Chesf com crianças na faixa etária de quatro a quatorze anos, inseridas nas turmas de jardins e ensino primário. Os dados revelam que as professoras eram todas mulheres pela concepção que a figura feminina seria fundamental para uma formação humanista de cuidados, livre de conflitos. Atuar na empresa consistia em alcançar benefícios econômicos e sociais, oportunizando independência e participação nos setores do Acampamento. O perfil docente se caracterizava por mulheres com conhecimentos históricos, científicos e culturais centrais para constituição do sujeito chesfiano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Laíse Soares Lima, Universidade do Estado da Bahia

Doutora e Mestra em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (PPGED/UFS). Especialista em Psicopedagogia e Educação Especial pela Universidade Candido Mendes (UCAM). Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL/ Campus do Sertão). No presente, é professora substituta no curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia - Campus VIII/ Paulo Afonso. Membro do Núcleo Docente Estruturante do Colegiado de Pedagogia e Integrante do grupo de pesquisa FORPEC - Formação de Professores, Educação e Contemporaneidade. Possui experiência na área de pesquisa em Educação, principalmente com publicações e estudos nos seguintes temas: História Social da Infância; Infância e Educação; Estágio Supervisionado; Formação de Professores e Práticas Pedagógicas na Educação Infantil.

Silvana Aparecida Bretas, Universidade Federal de Sergipe

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1990), mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1995) e doutorado em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino, pesquisa, indissociabilidade, história, historicidade e educação, ciência, cientificidade, pesquisa e educação, filosofia da educação, ensino superior, pesquisa e formação docente.

Referências

ABREU, Diana C. Carreira e perfil do profissional do magistério na rede municipal de ensino de Curitiba: história e impacto da política brasileira de valorização do magistério. 2008. 168 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.

ALMEIDA, Jane Soares de. Mulheres na educação: missão, vocação ou destino? A feminização do magistério ao longo do século XX. In: SAVIANI, Dermeval. O legado educacional do século XX no Brasil. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2014.

ARCE, Alessandra. Compre o kit neoliberal para a educação infantil e ganhe grátis os dez passos para se tornar um professor reflexivo. Educação & Sociedade, Campinas, ano XXII, n.74, p.251-283, abr. 2001.

ARROYO, Miguel González. Quem de-forma o profissional do ensino? In: VIELLA, M. A. L. (Org). Tempos e espaços de formação. Chapecó: Argos, 2003. p. 103-118.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 3.ed. São Paulo: Cia das Letras, 1994.

BRASIL, Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília, 1961. Fixa as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus e dá outras providências. Brasília, 1971.

COMPANHIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO. Relatório da Diretoria, exercício de 1952. Recife, 1952.

COMPANHIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO. Relatório da Diretoria, exercício de 1960. Recife, 1960.

COMPANHIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO. Setor de Ensino Integrado. Relatório/Plano de Atividades. Paulo Afonso/Bahia, 1978

FREITAS, Anamaria Gonçalves Bueno de. Vestidas de azul e branco: um estudo sobre as representações de ex-normalistas (1920-1950). – São Cristóvão: Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação/NPGED, 2003.

GHEDIN, Evandro; FRANCO, Maria Amélia Santoro. Questões de método na construção da pesquisa em educação. São Paulo: Cortez, 2011.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Trad. de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006.

LIMA, Elieuza Aparecida de; SILVA, Ana Laura Ribeiro da; RIBEIRO, Aline Escobar Magalhães. Reflexões sobre a educação infantil: contribuições da teoria histórico-cultural. Revista Interfaces. Suzano, ano 2 nº 2 out. 2010, p.16-20.

MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. A prática pedagógica histórico-crítica na educação infantil e ensino fundamental. Campinas, SP: Autores Associados, 2011.

MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão; MARTINS, Lígia Márcia. Contribuições da pedagogia histórico-crítica para a formação de professores. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 5, n. 2, p. 97-105, dez. 2013.

MEIHY, José Carlos Sebe B.; HOLANDA, Fabíola. História Oral: como fazer, como pensar. 2ª ed. São Paulo: Editora Contexto, 2015.

NASCIMENTO, Edvaldo Francisco do. Modernização e educação escolar no Nordeste Brasileiro: as escolas da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco: Chesf (1949-2000). 2019. 439f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019

SAVIANI, Dermeval. Os saberes implicados na formação do educador. Anais do IV Congresso Estadual Paulista sobre formação de Educadores. Águas de São Pedro, São Paulo, 1996. p.145- 155.

SOUZA, Antônio José Alves de. Paulo Afonso. 2. ed. Coleção Mauá. Ministério da Viação e Obras Públicas: Serviço de Documentação, 1955.

THOMPSON, Paul. A voz do passado: História oral. Tradução: Lélio Lourenço de Oliveira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

Downloads

Publicado

2024-06-28

Como Citar

LIMA, Laíse Soares; BRETAS, Silvana Aparecida.
Ser professora de crianças no acampamento Chesf: um estudo a partir das memórias docentes
. Cadernos de Pesquisa, p. 1–28, 28 Jun 2024 Disponível em: http://cajapio.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/21689. Acesso em: 14 nov 2024.

Edição

Seção

Artigos