Etnografias em locais perigosos: educação e pobreza em territórios dominados pela Milícia
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v31n2.2024.27Palavras-chave:
etnografia, educação, pobreza, violência, territórios em conflitoResumo
Este artigo discute as possibilidades e desafios em fazer etnografia em locais perigosos, empobrecidos e dominados pela violência. Estuda situações de disputas e reconfigurações das favelas que passaram seu controle do crime organizado para as milícias. Trata-se da combinação de uma revisão de literatura de estudos etnográficos e do estudo de caso em uma escola na favela Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, território dominado pela Milícia. O artigo foca na realização de etnografias em locais perigosos. Um dos objetivos da pesquisa de base foi investigar, analisar descrever relação entre pobreza, educação e a mobilidade migratória do Nordeste para o Sudeste do Brasil. Como resultado conclui-se que, fazer etnografia em locais perigosos envolve complexidades que pode forçar enfrentar múltiplos constrangimentos, restrições e até abandono do campo de pesquisa. Consequentemente, isso leva ao empobrecimento e comprometimento dos dados coletados.
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