ECOLOGIA DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM CAMPO INUNDÁVEL NA APA DA BAIXADA MARANHENSE
Keywords:
unidade de conservação, riqueza de espécies, biomassa, composiçãoAbstract
Este trabalho enfocou a composição de espécies, a diversidade e a biomassa de macrófitas aquáticas em campo inundável na bacia do rio Pericumã, Baixada Maranhense, nos períodos seco e chuvoso. A metodologia consistiu no alinhamento de um transecto de 20 metros e demarcação de dez parcelas com 4 m² cada, para avaliação do número de espécies e da densidade de macrófitas em campo inundável no município de Pinheiro (MA). A biomassa vegetal foi determinada em uma área à parte, de modo aleatório, com o auxílio de quadrado de madeira com 0,25 m² de área e expressa em g/m² de peso seco para três espécies mais frequentes. Foram observadas 12 espécies de plantas no campo, das quais 11 são macrófitas aquáticas e uma espécie anfíbia invasora. Eleocharis interstincta apresentou a maior biomassa (156,5 g/m²), 74,8% em massa viva, Eichhornia crassipes (53,6 g/m²), 61,6% em massa viva, e Salvinia auriculata apresentou a menor biomassa (29,6 g/m²), 14,5% em massa viva, no mês de julho de 2010. No que diz respeito à diversidade de Shannon (H’) para espécies na área estudada, os dados calculados foram 0,3915 (julho/2010) e 0,3882 (junho/2011). A riqueza de espécies apresentou diferenças relevantes ao longo do período sazonal, bem como a biomassa e o ciclo de vida das plantas, aspectos que refletiram a grande variação do nível d’água e a drástica mudança ambiental no campo inundável. Os dados demonstram que, no período seco, o campo acumula grande carga de massa vegetal morta que enriquece o solo em matéria orgânica e se torna substrato para a comunidade na próxima enchente. O grande número de indivíduos por área e a recuperação de biomassa no período úmido, ou de cheia no campo, é um fenômeno evidente para as macrófitas flutuantes e gramíneas perenes, as quais são indicadoras da recomposição da comunidade e fornecedoras de energia para cadeias alimentares.Downloads
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