ANÁLISE ECOMORFOLÓGICA DE TRÊS ESPÉCIES DE PEIXES DO PARQUE ESTADUAL MARINHO DO PARCEL DE MANUEL LUIZ, MARANHÃO, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.18764/Parole chiave:
Ecomorfologia, Peixes Recifais, Nordeste do Brasil, Parcel de Manuel LuizAbstract
O objetivo deste trabalho foi descrever padrões ecológicos relacionados com aspectos morfológicos de Balistes vetula, Ocyurus chrysurus e Haemulon plumieri, espécies que representam cerca de 10% da abundância da comunidade de peixes do Parque Estadual Marinho Parcel de Manuel Luiz. Dez indivíduos de cada espécie foram utilizados no estudo e, sobre cada um, 12 medidas morfométricas foram obtidas para o cálculo de nove atributos morfológicos. Uma matriz combinada de atributos e espécies foi submetida a uma ACP para identificar os padrões ecomorfológicos. Os resultados mostraram diferenças entre as espécies relacionados com o uso de microhabitat. B. vetula tem maior capacidade para realizar giros verticais e possui hábito associado com o fundo. H. plumieri e O. chrysurus, por sua vez, estão associados com o fundo e possuem fenótipo adaptado para natação rápida. Estas duas espécies podem ser diferenciadas pelo tamanho da presa ingerida, que é maior em H. plumieri.ABSTRACT
Ecomorphological analysis of three species of fishes from Parcel de Manuel Luiz Marine State Park, Brazilian northeast
The goal of this paper was to describe ecological patterns related to morphological characteristics of Balistes vetula, Ocyurus chrysurus and Haemulon plumieri, which represent 10% of the total abundance of the Marine State Park of Parcel Manuel Luiz fish community. Ten individuals of each species were used for an ecomorphological analysis. On each exemplar, 12 morphometric measures were obtained in order to compute nine morphological attributes. A matrix with attributes and species was submited to a Principal Components Analysis (PCA) aiming to identify ecomorphological patterns. The results showed differences among species, related to the microhabitat uses. B. vetula has the highest capacity to do vertical turns and has a benthic habit. H. plumieri and O. chrysurus are associated with the bottom and bear phenotype adaptated to high swim velocities. These two species are yet diferenciated by the size of the prey ingested, which is larger in H. plumieri.
Key words: Ecomorphology, Reef fishes, Northeastern Brazil, Parcel de Manuel Luiz.Downloads
Riferimenti bibliografici
BEAUMORD, A.C. & PETRERE-JR., M. 1994. Comunidades de peces del rio Manso, Chapada dos Guimarães, MT, Brasil. Acta Biológica Venezolana, 15(2): 21;35.
BELLWOOD, D.R. & WAINWRIGHT, P.C. 2001. Locomotion in labrid fishes: implications for habitat use and cross-shelf biogeography on the Great Barrier Reef. Coral Reefs 20: 139-150
CERVIGÓN, F., CIPRIANI, R., FISHER, W., GARIBALDI, L., HENDRICKX, M., LEMUS, A.J., MÁRQUEZ, R., POUTIERS, J.M., ROBAINA, G., RODRÍGUEZ, B. 1993. Field guide to the commercial marine and brackish-water resources of the northern coast of South America. 513, FAO, Roma
COSTA, P.A.S., BRAGA, A.C., ROCHA, L.O.F. 2003. Reef fisheries in Porto Seguro, eastern brazilian coast. Fisheries Research 60: 577-583
FEITOSA, C.V., ARAÚJO, M.E. 2002. Hábito alimentar e morfologia do trato digestivo de alguns peixes de poças de maré, no estado do Ceará, Brasil. Arq. Ciên. Mar 35: 97-105
FERREIRA, C.E.L., GONÇALVES, J.E.A., COUTINHO, R. 2001. Fish community structure and habitat complexity in a tropical rocky shore. Env. Biol. Fish. 61: 353-369
FERRITO, V., MANNINO, M.C., PAPPALARDO, A.M., TIGANO, C. 2007. Morphological variation among populations Aphanius fasciatus Nardo, 1827 (Teleostei, Cyprinodontidae) from the Mediterranean. J. Fish Biol. 70: 1-20
FISHER, W. 1978. FAO species identification sheets for fishery purposes. Western Central Atlantic (Fishing Area 31). V. 1, FAO, Roma
FROESE, R., PAULY, D. 2004. FishBase. World Wide Web electronic publication. http://www.fishbase.org
FULTON, C.J., BELLWOOD, D.R., WAINWRIGHT, P.C. 2001. The relationship between swimming ability and habit use in wrasses (labridae). Marine Biology 139: 25-33
GATZ JR, A.J. 1979. Communities Organization in fishes as indicated by morphological features. Ecology, 60 (4): 711-718
GIBRAN, F.Z. 2007. Activity, habitat use, feeding behavior, and diet of four sympatric species of Serranidae (Actinopterygii: Perciformes) in southeastern Brasil. Neotropical Ichthyology, 5(3): 387-398.
GOMES, L.N.; PINHEIRO-JÚNIOR, J.R. & PIORSKI, N.M. 2003. Aspectos ecomorfológicos da comunidade de peixes do estuário do rio Anil, Ilha de São Luís – MA. Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, 16: 29-36.
HELFMAN, G.S., COLLETE, B.B., FACEY, D.E. 1997. The diversity of fishes. Blackwell Science
JERRY, D.R., CAIRNS, S.C. 1998. Morphological variation in the catadromous Australian bass, from seven geographically distinct riverine drainages. J. Fish Biol. 52: 829–843
KEAST, A. 1985. The piscivore feeding guild of fishes in small freshwater ecosystems. Env. Biol. Fish. 12: 119-129
LABROPOULOU, M., ELEFTHERIOU, A. 1997. The foraging ecology of two pairs of congeneric demersal fish species: importance of morphological characteristics in prey selection. J. Fish Biol. 50: 324-340
LEMOS, R.H.S. 2006. Ecomorfologia de dez espécies de peixes marinhos mais abundantes de Galinhos/RN. Dissertação (Mestrado em Bioecologia Aquática), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 41p.
MAHON, R. 1984. Divergent structure in fish taxocenes of North temperate streams. Can. J. Fish. Aquat. Sci. 41: 330-350
MENDES, L.F. 2000. História natural, biologia alimentar, repartição espacial, densidades populacionais e ecomorfologia dos gobióides e blenóides (Perciformes) do arquipélago de Fernando de Noronha, PE. Tese (Doutorado em Zoologia), Universidade de São Paulo, São Paulo, 191p.
MENEZES, M.F. 1979. Aspectos da biologia e biometria do cangulo, Balistes vetula Linnaeus, no nordeste do Brasil. Arq. Ciên. Mar 19 (1/2): 57-68
MITTELBACH, G.G., OSENBERG, C.W., WAINWRIGHT, P.C. 1999. Variation in feeding morphology between pumpkinseed populations: phenotypic plasticity or evolution? Evol. Ecol. Res. 1: 111-128
PERES-NETO, P.R. 1995. Introdução às análises morfométricas. Oecologia Brasiliensis 2: 57-89
PIORSKI, N.M., ALVES, J.R.L., MACHADO, M.R.B., CORREIA, M.M.F. 2005. Alimentação e ecomorfologia de duas espécies de piranhas (Characiformes: Characidae) do Lago de Viana, Estado do Maranhão, Brasil. Acta Amazônica 35 (1): 63-70
PROJETO REMAC. 1979. Geomorfologia da plataforma continental norte brasileira.
ROCHA, L.A., ROSA, R.S. 2001. Baseline assessment of reef fish assemblages of Parcel Manuel Luiz Marine Park, Maranhão, north-east Brazil. J. Fish. Biol. 58: 985-998
SMITH, W.E. 1999. A ecomorfologia de peixes no Brasil. Boletim da Sociedade Brasileira de Ictiologia. 56: 8-12.
STATSOFT (2001) Inc. STATISTICA version 6. http://www.statsoft.com.
VILAÇA, R. 2002. Recifes biológicos. In: Pereira RC, Soares-Gomes A (eds) Biologia Marinha. Interciência, Rio de Janeiro pp229-248
WATSON, D.J., BALON, E.K. 1984. Ecomorphological analysis of fish taxocenes in rainforest streams of northern Borneo. J. Fish Biol. 25: 371-384