Do grito à música: a problemática musical em Rousseau em relação aos seus contemporâneos
DOI:
https://doi.org/10.18764/2966-1196v1n1.2024.2Palavras-chave:
Rousseau, Estética, Música, Sensibilidade, FormaçãoResumo
O presente texto procura discutir alguns aspectos da obra musical e da crítica estética de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Para tanto, amparada por uma bibliografia específica, o texto ressalta a importância da análise que o genebrino faz da trajetória que vai do grito da natureza às inúmeras expressões musicais constituintes na sociedade. Nesse processo de aperfeiçoamento, Rousseau desenvolve uma semiologia do grito, o qual se torna peça-chave na démarche dos signos, influenciando o desenvolvimento humano e ampliando a capacidade comunicativa, até tornar-se música. Os elementos musicais, assim como as variadas expressões, são analisados por Rousseau em contraposição à de seus contemporâneos, como a do compositor Jean-Philippe Rameau (1683-1764) que privilegiavam a harmonia e valorizavam a música francesa. A exaltação rousseauniana da melodia e seu elogio da musicalidade italiana tem, malgrado as querelas, uma perspectiva filosófica pela qual Rousseau ressalta a expressividade não viciosa, menos corrupta e mais simples da música italiana que ampara sua defesa de uma estética natural e/ou do uso das artes paradoxalmente como remédio para os males sociais. Mesmo condenando as ciências e as artes, Rousseau se consagrou como compositor, sobretudo pelas obras O Adivinho da Aldeia; As Musas Galantes e o Pygmalion. Por elas e pelas obras teóricas, Rousseau contribuiu com o tema, deixando claro que a música, como a linguagem oral, deve encantar o ouvinte, tentando sensibilizá-lo, na perspectiva de uma formação estética, a qual se realiza pelas mais sublimes expressões da fala ou da música.
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