A DINÂMICA DISJUNTIVA EM A HORA DA ESTRELA

Autores

  • Maria Isabel da Silveira Bordini

Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar a obra A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector. Frequentemente considerada uma narrativa que se destaca do restante da produção da autora, por tratar mais explicitamente da temática da pobreza e da exclusão social, A hora da estrela emprega um interessante procedimento de construção narrativa, qual seja, a duplicação da instância autoral por meio da criação do autor ficcional Rodrigo S. M. Através da análise da relação estabelecida entre este narrador e a personagem Macabéa, verifica-se uma oscilante dinâmica de aproximação e afastamento entre criador e criatura. A hipótese aqui defendida é a de que tal dinâmica representa a tradução, num nível estrutural da obra, de uma questão que acompanha nossa tradição literária enquanto reflexo da formação disjuntiva da sociedade brasileira, qual seja, a questão da dissonância entre a voz do narrador letrado e a matéria ficcional iletrada.

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Publicado

2020-12-23

Como Citar

DA SILVEIRA BORDINI, Maria Isabel.
A DINÂMICA DISJUNTIVA EM A HORA DA ESTRELA
. Littera: Revista de Estudos Linguísticos e Literários, v. 11, n. 21, 23 Dez 2020 Disponível em: https://cajapio.ufma.br/index.php/littera/article/view/15961. Acesso em: 24 dez 2024.

Edição

Seção

v. 11 n. 21 (2020) – Estudos Literários (seção temática e seção livre)