LITERATURA E AUTOBIOGRAFIA EM JORGE AMADO
uma análise de Navegação de cabotagem
DOI:
https://doi.org/10.18764/2177-8868v14n27.2023.12Palavras-chave:
Navegação de Cabotagem, Jorge Amado, AutobiografiaResumo
No âmbito literário, os gêneros autobiográfico e biográfico conquistaram notoriedade no decorrer do século XX, despertando interesse em estudiosos da literatura. Nesse contexto, teóricos franceses como Philippe Lejeune foram responsáveis por desenvolverem estudos críticos acerca do gênero, buscando estabelecer a relação intrínseca entre o autor e a obra. Partindo dessa perspectiva, o objetivo deste estudo é refletir e estabelecer apontamentos a respeito da relação entre Jorge Amado e o gênero autobiográfico, tendo como base sua obra Navegação de Cabotagem (1992). Por meio da análise das memórias expostas pelo autor neste livro, pretendemos identificar indícios autobiográficos que possam ser utilizados para aprofundar a compreensão da literatura amadiana. Observou-se que, nesta obra, Jorge Amado busca se afastar da concepção tradicional de escrita de memórias e autobiografias, recusando-se a seguir uma linearidade narrativa e uma ordenação cronológica dos fatos. Dessa forma, Navegação de Cabotagem (1992) apresenta-se como uma retrospectiva da vida do autor, desde sua intimidade até a formulação de seus escritos. Para alcançar esse objetivo, a presente pesquisa irá se concentrar nos campos autobiográfico e literário, tendo como referencial teórico autores como Lejeune (2014), Candido (2000), Sousa (2022) e Salah (2008). Pretendemos, assim, evidenciar algumas particularidades presentes na tradição literária de Jorge Amado, que manifestou em suas obras, especialmente em Navegação de Cabotagem, interessantes histórias sobre si mesmo e sobre seu processo de escrita. Dessa forma, a pesquisa irá se pautar em uma análise minuciosa da obra, identificando elementos autobiográficos e estabelecendo relações entre esses elementos e a literatura produzida por Jorge Amado.
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Referências
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