A representação feminina nos contos de fadas: uma análise a partir do conto cinderela
Palavras-chave:
Conto de fada Cinderela. Representação feminina. Desigualdade de gênero.Resumo
Este artigo objetiva discutir sobre a representação das mulheres nos contos de fadas, tendo por referência
o conto “Cinderela”, a fim de apreender como as relações de gênero se apresentam no enredo.
Parte-se do pressuposto de que os contos de fadas não são somente estórias distrativas, posto que são
amplamente disseminados, transcendem barreiras geográficas, encantam o imaginário de crianças (e
adultos) com narrativas, personagens, padrões de beleza, estereótipos, sentimentos e comportamentos
que traduzem fascínio e, em geral, exprimem relações de gênero marcadas pela cultura patriarcal.
Reafirmam papéis sociais distintos para cada sexo como produto natural, ao mesmo tempo em que reproduz
hierarquias e lugares distintos para homens e mulheres, prenhes de simbolismos que ofuscam
a percepção de suas construções sociais, como produto deliberado da ação humana que institui o jeito
de ser, agir e viver de ambos. Determina o espaço público, a razão, a força, ao primeiro, e o espaço
privado, a emoção, a delicadeza à segunda. Com base em aporte bibliográfico, procurou-se identificar
elementos e conteúdos ideológicos que se fazem presentes no conto em tela que demarcam relações
de poder e desigualdades de gênero. Conclui-se que contos de fadas, como “Cinderela”, em que são
disseminadas hierarquias, prestígios, lugares diferenciados entre os seres humanos, agravados pelas
condições de raça e classe, vigentes na realidade concreta ocidental capitalista, são potentes instrumentos
de naturalização de um conjunto de desigualdades sociais, que contribui para a exploração,
subalternidade e humilhação de minorias sociais, a exemplo das mulheres.
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