Violência, memória e novas gramáticas da resistência: o desastre da Samarco no Rio Doce
DOI:
https://doi.org/10.18764/2236-9473.v16n32p51-68Palabras clave:
Desastre, Mineração, Violência, Resistência, Rio DoceResumen
A partir do desastre da Samarco no Rio Doce, em curso desde 2015, o texto reflete sobre formas de produção da violência em torno de práticas institucionais e políticas que fazem o neoextrativismo possível no Brasil. Desta forma, aponta para processos como: revisão das leis e desmanche das instituições de proteção ambiental e cuidado com os direitos indígenas, quilombolas e povos tradicionais; deslocamento da política para a polícia, sinalizando as estratégias de criminalização de movimentos sociais, lideranças, mediadores e pesquisadores por parte de grupos transnacionais extrativos e do Estado. Por fm, apresenta novas gramáticas da resistência que, no caso específco, ao atualizarem elementos da tradicionalidade, como as celebrações próprias do catolicismo popular, colocam-se de orma autônoma em relação aos modelos convencionais e burocratizados de atuação política sob disciplinamento do Estado e do mercado. Para fazer esta análise, o texto aciona o princípio heurístico da variação de escalas que entrelaça processos globais, nacionais e locais na reprodução de violências históricas que, por outro lado, fazem emergir novos esforços de subjetivação nos territórios.
Palavras-chave: Desastre. Mineração. Violência. Resistência. Rio Doce.
VIOLENCE, MEMORY AND NEW FORMS OF RESISTANCE: THE SAMARCO DISASTER IN THE RIO DOCE
Abstract
Based on the Samarco disaster, ongoing in the Rio Doce since 2015, the article reflects about forms of violence production around institutional and political practices that make neo-extractivism possible in Brazil.Thus, it points to processes such as the revision of laws and the dismantling of environmental protection institutions and agencies responsible for policies related to indigenous, quilombolas and traditional peoples rights; the displacement of politics to the police, signaling the strategies of criminalization of social movements, mediators and researchers by transnational extractive groups and the State. Finally, it presents new modalities of resistance that, in this ethnographic case, by updating elements of traditionality, such as the celebrations proper to popular Catholicism, stand for autonomy in face of the conventional models of political action under both market and State discipline. To make this analysis, the text triggers the heuristic principle of scale variation that intertwines global, national and local processes in the reproduction of historical patterns of violence that, on the other hand, give rise to new efforts of subjectivation in the territories.
Keywords: Disaster. Mining. Violence. Resistance. Rio Doce.
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