Peteca de banana ou “petit gâteau”? Tradição, turismo e gastronomia
DOI:
https://doi.org/10.18764/2236-9473v21n2.2024.11Palavras-chave:
Peteca de banana, Turismo, Brejo, Gastronomia, PatrimonializaçãoResumo
Em Bananeiras, cidade paraibana que tem a banana no toponímico, canaviais disputam espaço com pomares historicamente cultivados por pequenos e grandes proprietários fundiários. Moradores e meeiros não tinham a autorização para plantá-los próximos a seus roçados, tornando excepcional o acesso às frutas para os mais pobres. Mesmo as abundantes bananas só eram consumidas por eles quando muito maduras e sua venda comprometida. Era quando cozinheiras anônimas e habilidosas transformavam-nas em petecas de banana; bolinho “mata-fome” oferecido preferencialmente às crianças. Reconversões produtivas conduziram Bananeiras ao turismo a partir dos anos 2000, quando cresceu o investimento simbólico de produtos “típicos” como a peteca de banana. Adaptada aos visitantes, ela se tornou gastronomia e foi declarada patrimônio oficial local. Este artigo busca compreender as transformações da peteca seguindo a memória de seu consumo socialmente diferenciado, focando nos diversos agentes da Rota Caminhos do Frio (2006), de significativa influência nesse processo.
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