Pertencimentos locais, experiências cotidianas e práticas políticas: clientelismo e politização na Córsega (séculos XIX e XX)
DOI:
https://doi.org/10.18764/2236-9473.v14n27p17-32Palavras-chave:
Clientelismo, Córsega, Democratização na França (Séculos XIX e XX), Laços Políticos Personalizados, PolitizaçãoResumo
O clientelismo geralmente é considerado como um obstáculo à modernização política e à politização democrática. Vínculo pessoal utilitário e particularista, baseado na obtenção de benefícios pessoais recíprocos (apoio político mediante favores), ele é visto como um empecilho à concretização de uma cidadania universalista, fundada na cultura cívica, nas identificações coletivas, nos valores políticos e nas ideologias. A partir do caso da Córsega, este artigo contesta de duas maneiras essa interpretação do clientelismo político. Primeiramente, em uma perspectiva histórica, trata-se de estudar o clientelismo como um mecanismo através do qual as instituições e as categorias políticas modernas integram e se adaptam a situações locais no decorrer do processo de formação e de consolidação das instituições democráticas. Em segundo lugar, em uma ótica mais antropológica, trata-se de mostrar como os vínculos personalizados de troca se inserem em uma economia moral a partir da qual os atores sociais se apropriam concretamente da política e lhe dão sentido. Deste modo, o artigo reexamina a noção de politização, concebida mais como um processo de apropriação prática e de experimentação da democracia do que como um processo de interiorização dos padrões oficiais da política moderna.
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