INTERSECCIONALIDADE E DECOLONIALIDADE NA ESCREVIVÊNCIA DE CONCEIÇÃO EVARISTO

Autores

  • Claudia Letícia Gonçalves Moraes Universidade Federal do Maranhão
  • Luís Carlos Serra Amorim Filho Universidade Federal do Maranhão
  • Márcia Manir Miguel Feitosa Universidade Federal do Maranhão
  • Zilmara de Jesus Viana de Carvalho Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.18764/2595-9549v7n12.2024.5

Palavras-chave:

Escrevivência, Interseccionalidade, Decolonialidade

Resumo

Este estudo tem como objetivo esclarecer como a escrevivência de Conceição Evaristo se configura como um novo paradigma literário brasileiro, fundamentado nas perspectivas do pensamento decolonial e da interseccionalidade em sua concepção. O termo “escreviver”, cunhado pela linguista e escritora Conceição Evaristo (1946-), não se limita a uma autoficção, mas representa uma abordagem literária que entrelaça as vidas e vivências de mulheres negras na escrita, resultando em uma literatura rica em atravessamentos e representatividade, tanto na questão da autoria quanto na construção dos personagens. Metodologicamente, esta pesquisa baseou-se em uma análise bibliográfica, utilizando como aporte teórico os escritos acadêmicos da autora sobre seu trabalho, além de outros teóricos para sustentação. Ao final do estudo, verificou-se que a escrevivência desempenha um papel fundamental na luta contra os estereótipos profundamente enraizados na literatura brasileira. Através de sua abordagem, entendida como uma postura decolonial e interseccional ao destacar as pessoas negras como protagonistas de suas histórias, a escrevivência pode ressignificar e gerar uma mudança significativa no contexto literário atual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Claudia Letícia Gonçalves Moraes, Universidade Federal do Maranhão

Doutora em Literatura pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (bolsista pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão - FAPEMA). Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão. Graduada em Letras - Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão. Professora Adjunta da Universidade Federal do Maranhão, Campus São Bernardo - Licenciatura Interdisciplinar em Linguagens e Códigos e professora colaboradora do mestrado interdisciplinar em Cultura e Sociedade (PGCult - UFMA), atuando na área de Língua Portuguesa com ênfase em estudos discursivos e literaturas de língua portuguesa. Líder do Grupo de Pesquisa Literatura e outras artes: identidade, alteridade e decolonialidade (UFMA). Integrante dos Grupos de Pesquisa Historiografia, cânone e ensino (UnB) e Estudos de Paisagem nas Literaturas de Língua Portuguesa (UFF-UFMA). Organizadora do I e do II Colóquio Interdisciplinar de Literatura e Cultura Negra do Baixo Parnaíba (2018-2019) e da I Jornada Interdisciplinar de Linguagens (2023).

Luís Carlos Serra Amorim Filho, Universidade Federal do Maranhão

Graduando em Ciências Humanas - Filosofia na Universidade Federal do Maranhão -UFMA (2021). Fui bolsista do PIBID de Filosofia da UFMA pela CAPES, (2017 - 2020). Atualmente, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (PGCult) pela Universidade Federal do Maranhão (2023-atual). Bolsista CAPES/PDPG. Membro da Equipe Técnica da Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (RICS). Áreas de interesse: Filosofia Política, Filosofia do Direito, Filosofia da História, Práticas Educacionais.

Márcia Manir Miguel Feitosa, Universidade Federal do Maranhão

Professora Titular do Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão. Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (1984), com Mestrado em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (1992) e Doutorado em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (1997). Pós-Doutora com bolsa CAPES, pelo Programa Ciência sem Fronteiras, em Estudos Comparatistas na Universidade de Lisboa, sob a supervisão da Profa. Helena Carvalhão Buescu. Bolsista de Produtividade do CNPq - nível 1D. Docente permanente dos Programas de Mestrado em Letras, Linha de Pesquisa: Estudos Teóricos e Críticos em Literatura. e em Cultura e Sociedade da UFMA, Linha de Pesquisa: Expressões e Processos Socioculturais. Coordenadora do PROCAD-AM (PGCult) com a UEMA (São Luís) e a UESB (Vitória da Conquista). Líder do Grupo de Estudos de Paisagem em Literatura - GEPLIT. Vice-Líder do Grupo de Pesquisa em Estudos da Paisagem nas Literaturas de Língua Portuguesa. Autora do livro A representação do espaço e do poder em Mário de Carvalho: uma apologia da subversão (2018). Organizadora, juntamente com a Profa. Ida Alves (UFF), do livro Literatura e Paisagem (2010) e com a Profa. Silvana Maria Pantoja dos Santos da coletânea A cidade nas literaturas de língua portuguesa: imagética, plural, transfigurada (2021).Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Outras Literaturas Vernáculas, atuando, sobretudo, nos seguintes temas: literatura e paisagem, literatura portuguesa e africana de língua portuguesa, literatura e patrimônio, cultura, identidade, memória e exílio.

Zilmara de Jesus Viana de Carvalho, Universidade Federal do Maranhão

Possui doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2013), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba e graduação em Filosofia Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão. Professora DE, Associada II, do Depto. de Filosofia da Universidade Federal do Maranhão. Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da UFMA - PGCult/UFMA, vinculada à linha de pesquisa Expressões e Processos Socioculturais, a partir da qual estuda Epistemologia, Iluminismo, Filosofia da história, ética, política, Direitos humanos, cosmopolitismo, educação e filosofia da religião. Atualmente pesquisa sobre o tema da guerra vinculado à crítica kantiana ao imperialismo. Atuou como Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (de agosto de 2019 à setembro de 2021). É presidente do Fórum Maranhense em Defesa da Filosofia. Bolsista produtividade, categoria Doutor Sênior, da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Edital FAPEMA N 04/2023- BEPP). Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar em Kant (GEPI-KANT/UFMA/CNPq). Vice-líder do Núcleo de Estudos do Pensamento Iluminista (NEPI/UFMA).Faz parte do núcleo de sustentação do GT Ética e Política da ANPOF. É membro da Associação Brasileira de Estudos do Século XVIII.

Referências

AKOTIRENE, Carla. O que é interseccionalidade?. Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2018.

ALMEIDA, Sílvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.

COLLINS, Patrícia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. Tradução de Rane Souza. São Paulo: Boitempo, 2021.

COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo. jan./jun., 2017. V.5, nº 1, 2017. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5509704/mod_resource/content/0/559-1734-1-PB.pdf. Acesso em: 09 de março de 2024.

CRENSHAW, Kimberle. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics. Fórum Legal da Universidade de Chicago, Artigo 8, 1989. Disponível em: https://chicagounbound.uchicago.edu/uclf/vol1989/iss1/8/. Acesso em: 09 de março de 2024.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo. Editora Boitempo, 2016.

EVARISTO, C. “Esse lugar também é nosso” — Revista PUCRS. Disponível em: <https://www.pucrs.br/revista/esse-lugar-tambem-e-nosso/>. Acesso em: 25 dez. 2023.

EVARISTO, Conceição. Da representação à auto-apresentação da Mulher Negra na Literatura Brasileira. Revista Palmares , v. 1, pág. 52–57, 2005.

EVARISTO, Conceição. A escritavência e seus subtextos. In: Constância Lima Duarte, Isabella Rosado Nunes(Org.). Escrevivência: a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020, p. 26–46.

EVARISTO, Conceição. Gênero e etnia: uma escre(vivência) de dupla face. In: Nadilza Martins de Barros Moreira; Eliane Schneider (Org.). Mulheres no mundo: etnia, marginalidade e diáspora. 2 ed. João Pessoa: Editora do CCTA, 2020, p. 219–229.

GONZALEZ, Lélia. Por um Feminismo Afro-Latino-Americano: Ensaios, Intervenções e Diálogos. Rio Janeiro: Zahar, 2020.

HOOKS, Bell. E eu não sou uma mulher? Mulheres negras e feminismo. Tradução de Bhuvi Libanio. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2020.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. São Paulo: n-1 edições, 2018.

RIBEIRO, Djamila. Prefácio à edição brasileira. In: DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo. Editora Boitempo, 2016.

Downloads

Publicado

2024-06-12

Como Citar

MORAES, Claudia Letícia Gonçalves; AMORIM FILHO, Luís Carlos Serra; FEITOSA, Márcia Manir Miguel; CARVALHO, Zilmara de Jesus Viana de.
INTERSECCIONALIDADE E DECOLONIALIDADE NA ESCREVIVÊNCIA DE CONCEIÇÃO EVARISTO
. Infinitum: Revista Multidisciplinar , v. 7, n. 12, p. 93–111, 12 Jun 2024 Disponível em: http://cajapio.ufma.br/index.php/infinitum/article/view/23267. Acesso em: 14 nov 2024.

Edição

Seção

Artigos