INTERSECCIONALIDADE E DECOLONIALIDADE NA ESCREVIVÊNCIA DE CONCEIÇÃO EVARISTO
DOI:
https://doi.org/10.18764/2595-9549v7n12.2024.5Palavras-chave:
Escrevivência, Interseccionalidade, DecolonialidadeResumo
Este estudo tem como objetivo esclarecer como a escrevivência de Conceição Evaristo se configura como um novo paradigma literário brasileiro, fundamentado nas perspectivas do pensamento decolonial e da interseccionalidade em sua concepção. O termo “escreviver”, cunhado pela linguista e escritora Conceição Evaristo (1946-), não se limita a uma autoficção, mas representa uma abordagem literária que entrelaça as vidas e vivências de mulheres negras na escrita, resultando em uma literatura rica em atravessamentos e representatividade, tanto na questão da autoria quanto na construção dos personagens. Metodologicamente, esta pesquisa baseou-se em uma análise bibliográfica, utilizando como aporte teórico os escritos acadêmicos da autora sobre seu trabalho, além de outros teóricos para sustentação. Ao final do estudo, verificou-se que a escrevivência desempenha um papel fundamental na luta contra os estereótipos profundamente enraizados na literatura brasileira. Através de sua abordagem, entendida como uma postura decolonial e interseccional ao destacar as pessoas negras como protagonistas de suas histórias, a escrevivência pode ressignificar e gerar uma mudança significativa no contexto literário atual.
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