CAMINHO DA SERVIDÃO: o projeto neoliberal e a conquista da subjetividade como afirmação da liberdade
Resumo
Após a segunda guerra mundial, a partir da uma ação deliberada de grupos econômicos em busca de poder e dominação em escala global, o neoliberalismo apresentava-se como resposta à crise do capital, quando o mundo desmoronava em contradições e violências sem precedentes. Estudar a obra emblemática O Caminho da Servidão de Friedrich Hayek talvez seja a melhor maneira de expor o projeto neoliberal em seus próprios termos. Contudo, em seguida, é preciso realizar um contraste, um olhar crítico sobre o fenômeno através das leituras de vários pensadores, dentre eles os filósofos Foucault e Deleuze, para compreender o sucesso de um projeto que começa na academia e faz história transformando diferentes culturas, produzindo subjetividades e ajustando instituições históricas ao conjunto de ideias de ordem político-econômica que visa a supremacia: a vitória histórica de uma elite que não só deseja a conservação, mas, sobretudo, o aumento da exploração pelo capital. A narrativa construída deve ser materialista, à maneira de Espinosa, partindo de hipóteses criativas relacionando à observação empírica do fenômeno com o intuito, além da compreensão e melhor constituição do problema, preparar o terreno para uma proposta de afirmação política, o porvir nas palavras de Antônio Negri.
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Referências
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