EPISTEMOLOGIA EM PIAGET: causalidade, psicogênese e ciência
Resumo
Neste estudo temos o objetivo de examinar o modo como Jean Piaget (1896-1980) enfrenta a causalidade em sua epistemologia genética, ao mesmo tempo em que aplica tal estudo, analogamente, ao progresso da ciência. Assim como há o processo evolutivo da cognição nas crianças, salvo a peculiaridade de cada ramo, acontece também com a história da ciência, em sua evolução. O eixo metodológico se dá por meio da revisão literária, examinando obras pertinentes. O objetivo consiste em trazer para o debate provocações já traçadas pelo epistemólogo suíço, com a tarefa de dar nossa contribuição para o avanço da pesquisa. Os resultados podem ser localizados na constatação de que: a criança primeiramente aniquila totalmente os objetos, depois retira suas propriedades e, finalmente, organiza num todo coerente. O sujeito age sobre o objeto e não apenas o enxerga, uma vez que a sensação não conhece sem antes agir. Ao abstrair as propriedades, não deformamos o mundo, pois este é como é, e não se restringe ao que o sujeito faz com o que vê. Elas existem independentemente da extração pelo sujeito. O desafio é desvencilharmos da perspectiva individual, que nos impede de reconhecer as propriedades. Em o fazendo, não aniquilamos o objeto, nem tampouco esvanecemos o posto insubstituível do sujeito.
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Referências
BEARD, Ruth M. Como a criança pensa. A Psicologia de Piaget e Sua Aplicações Educacionais. São Paulo, IBRASA, 1978.
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