CARTOGRAFIAS DO ESPAÇO: o cinema como lugar da memória

Autores

Resumo

Através da análise de três filmes (Tangos - o Exílio de Gardel, Terra Estrangeira e Viajo porque preciso, volto porque te amo) que falam da nostalgia, apresento o cinema como o lugar do reencontro possível com os lugares da memória. As personagens destes filmes estão longe de casa, desterritorializados. Bazin, no seu texto Ontologie de l'image photographique, falava do carácter de verdade das imagens, - realistas em sua origem, cuja função primordial era “salvar o ser pela aparência” – e ressaltava: “Não se acredita mais na identidade ontológica de modelo e retrato, porém se admite que este nos ajuda a recordar aquele e, portanto, a salvá-lo de uma segunda morte espiritual.” Assim temos que a imagem surge, fundamentalmente, na arte, para salvar a todos da morte certa do esquecimento. Portanto o cinema funciona como o medium perfeito para traçar trajetórias de lembranças, como um álbum de recordações, e mais ainda, para mostrar, a sua maneira, como a nossa relação com o mundo é construída de fragmentos que vão sendo justapostos na tentativa de recriar o espaço e de dominar o caos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mirian Estela Nogueira Tavares, CIAC - Centro de Investigação em Artes e Comunicação, Universidade do Algarve

Professora Associada do Departamento de Artes e Humanidades da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve

Referências

Abel, Richard (ed.). (1993). French film theory and criticism, vol. I. New Jersey: Princenton University Press.

Arnheim, Rudolf (1998), Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Pioneira.

Barthes, Roland et alii (1984), Psicanálise e cinema. Lisboa: Relógio D’Água.

Baudelaire, Charles. (1996). Sobre a modernidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Baudry, Jean-Louis (1974-1975), “Ideological effects of the basic cinematographic apparatus” in Film Quarterly, vol. 28, nº 2.

Bazin, André (1991). O Cinema. São Paulo: Brasiliense.

Benjamin, Walter (1992). “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica” in Sobre arte, técnica, linguagem e política. Lisboa: Relógio D’Água.

Benveniste, Émile (1966). Problèmes de linguistique générale, vol. I. Paris:Gallimard.

Charney, Leo e Schwartz, Vanessa R. (ed.). (2001). O cinema e a Invenção da Vida Moderna. São Paulo: Cosac & Naify.

Comolli, Jean-Louis (2007). Ver y poder - La inocencia perdida: cine, televisión, ficción, documental. Buenos Aires: Aurelia Rivera.

Crary, Jonhatan (2001) in Charney, L. e Schwartz, V. R., O Cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac & Naify.

Debray, Régis (1994). Vida e Morte da Imagem. Petrópolis: Editora Vozes.

Dondis, Donis A. (1999). Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins fontes.

Huyghe, René (1998). O poder da imagem. Lisboa: Edições 70.

Lyotard, Jean François (1993). O pós-moderno explicado às crianças. 2º Ed. Lisboa: Dom Quixote.

Mauerhofer, Hugo (1983), “A Psicologia da Experiência Cinematográfica”. In Xavier, Ismail (org.), A Experiência do Cinema. Rio de Janeiro: Graal.

Munsterberg, Hugo (1916). The Photoplay - A Psychological Study. The Project Gutenberg EBook, http://www.gutenberg.org/files/15383/15383-h/15383-h.htm

Xavier, Ismail (org.) (1983). A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal.

Downloads

Publicado

2021-04-21

Como Citar

Tavares, M. E. N. (2021). CARTOGRAFIAS DO ESPAÇO: o cinema como lugar da memória. Revista Húmus, 11(31). Recuperado de http://cajapio.ufma.br/index.php/revistahumus/article/view/16558

Edição

Seção

DOSSIÊ INTERNACIONAL BRASIL E PORTUGAL: leituras, experimentações, práticas comunitárias e coesão social e territorial