A REVOLUÇÃO INDÍGENA NAS AMÉRICAS: percepções obtidas com o povo Laklãnõ
DOI:
https://doi.org/10.18764/2236-4358v14n41.2024.3Palavras-chave:
Laklãnõ, Revolução indígena, Movimentos indígenasResumo
O artigo apresenta uma faceta pouco explorada do ativismo indígena no Brasil: O material empírico é baseado em pesquisas realizadas com o povo Laklãnõ desde 2016 e que têm sido discutidas em diferentes espaços. O foco é demonstrar como esses indígenas são protagonistas de um processo revolucionário sem precedentes – e fora de uma orientação ocidental-europeia. Este processo revolucionário articula-se numa rede maior com outros povos indígenas da América que realizam outras frentes antissistema, não necessariamente estando em contato entre si, ou mesmo sabendo das ações que estão a ser realizadas. Discuto especificamente as ações práticas do povo Laklãnõ que potencializam os resultados deste processo revolucionário. O artigo sugere uma articulação destas e de outras frentes de atuação como constituintes de um fenômeno maior para o desenvolvimento de um modelo particular de contra-colonialismo indígena com foco orientado na salvaguarda de uma espécie vegetal em extremo risco de extinção e que tem sido sagrada para esse povo há milhares de anos através da apropriação e ressignificação de uma série de dispositivos que são identificados pelos indígenas como <<armas (de colonização e destruição) dos brancos.Downloads
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