A melhor cartomante era ele mesmo
Palavras-chave:
Literatura, Machado de Assis, A cartomante, Gênero conto, Crítica social.Resumo
Mestre no gênero conto, Machado de Assis continua permitindo releituras de seus textos já considerados clássicos. O conto “A cartomante”revela algo da composição do autor, de seu estilo; compreendido aqui como uma dimensão da representação da realidade social do século XIX. Uma análise estilística acaba por revelar o domínio do narrador sobre as personagens, bem como, paralelamente, do escritor sobre os seus leitores. Ao longo da leitura, vislumbra-se a relação entre as personagens, o narrador e a descrição de um ambiente cultural permeado por valores supostamente místicos em um mundo secularizado. Apoiando-se em alguns estudos sobre a obra machadiana (BOSI, 1999; FONSECA, 2008), o artigo busca analisar a composição deste conto consagrado, partindo de ilações feitas com base em um dos parágrafos do texto, de modo a revelar a capacidade criativa de um autor que, conhecendo as formas do conto moderno, utilizo-as para capturar leitores e os valores sociais que predominavam na sociedade oitocentista.
Downloads
Referências
ADORNO, Theodor W. “Sinais de Pontuação”. In: Notas de Literatura I. 2ª ed. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2012.
ASSIS, Machado. “A cartomante”. In: Várias Histórias. São Paulo: Escala Educacional, 2008.
AUERBACH, Erich. “A Cicatriz de Ulisses”. In: Mimesis: A representação da realidade na literatura ocidental. 5º Edição. São Paulo: Editora Perspectiva, 2009.
BOSI, Alfredo. O enigma do olhar. São Paulo: Editora Ática, 1999.
CORTÁZAR, Julio. “Poe: o Poeta, o Narrador e o Crítico”. In: Valise de Cronópio. São Paulo: Editora Perspectiva, 1974.
FONSECA, Maria Augusta. “A cartomante: ciladas do conto”, In: FANTINI, Marli (org.) Crônicas da antiga corte: Literatura e memória em Machado de Assis. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
MOISES, Massaud. “Realismo”. In: História da Literatura Brasileira, v. II, Realismo e Simbolismo. 5º Edição. São Paulo: Editora Cultrix, 2009.
SHAKESPEARE, William. Hamlet. São Paulo: Martin Claret, 2005.
SÓFOCLES. Édipo rei. Porto Alegre: L&PM, 1998.
SPITZER, Leo. Linguística e Historia Literaria. Madrid: Editoral Gredos, 1982.
TODOROV, Tzvetan. “As categorias da narrativa literária”. In: Análise estrutural da narrativa. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1971.
VILLAÇA, Alcides. “Machado de Assis tradutor de si mesmo”. Novos Estudos Cebrap. São Paulo, n. 51, p. 3-14, jul. 1998.
WILLIAMS, Raymond. Base e superestrutura na teoria da cultura marxista. In: Cultura e Materialismo. São Paulo: Editora UNESP, 2011.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos autorais Afluente: Revista Eletrônica de Letras e Linguística
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.