SERENDIPITY:
ERA UMA VEZ EM CANDEIAS
DOI:
https://doi.org/10.18764/2525-3441v9n26.2024.25Palavras-chave:
Narrativa fílmica brasileira. Metaficção. Bodas de papel. Maravilhoso. Memória.Resumo
Adriana Lisboa, que para Saramago “é uma autora para o presente e para o futuro”, revela-se pelas vozes poéticas no verso e na prosa, materializadas em poemas, contos e romances, revisitando memórias que amplificam o olhar do escritor português. Flávio Carneiro, escritor, crítico literário e professor de literatura na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, alude vozes narrativas, predominantemente, ficcionalizadas em romances, novelas e contos, totalizando dezessete livros; escreveu dois roteiros para o cinema, o curta-metragem A noite do capitão (2014) e o longa-metragem Bodas de Papel (2008). Este último, narrativa que intenta projeção em outra mídia, estabelece intersecção entre os autores Adriana Lisboa e Flávio Carneiro, primeiro, porque assinam o roteiro, e segundo, pela construção de memórias espiraladas que ressignificam o conto de fadas pelo deslocamento do maravilhoso, reescrevendo outras narrativas. Dito isto, objetiva-se analisar o maravilhoso e os desdobramentos da memória no longa-metragem Bodas de Papel (2008), roteirizado por Adriana Lisboa e Flávio Carneiro, dirigido e produzido por André Sturm. Amparado pelos vieses teóricos da narrativa fílmica, de Robert Stam (1981) e metaficção, de Gustavo Bernardo (2010), dentre outros, articulam-se as categorias do maravilhoso a partir das considerações de Todorov (2017) e Propp (2002) e da memória, segundo Candau (2012) propostas para análise, de modo que o imaginário dos contos de fadas se atualiza pela personagem principal, Nina. Dessa forma, evidencia-se o diálogo estabelecido pelas idas e vindas das lembranças da personagem que revisitam Os três príncipes de Serendip e histórias de Sherazade, enquanto se reconecta à Candeias.
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Referências
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