RASTROS HISTÓRICOS E GEOLINGUÍSTICOS DA UNIDADE LEXICAL 'PETECA' EM TERRITÓRIOS INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS DE PERNAMBUCO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2525-3441v10n27.2025.13

Palavras-chave:

Léxico. Peteca. Pernambuco. Marcas históricas. Territórios Indígenas e Não-indígenas

Resumo

Este estudo investiga a distribuição, os significados e as motivações históricas associadas à unidade lexical peteca em Pernambuco, a partir de dados dos atlas linguísticos do Estado e do corpus emergente do Atlas Linguístico de Áreas Indígenas do Agreste e Sertão. Fundamentado nas contribuições de Cardoso (2010) e Thun e Elizaincín (2000) sobre Geolinguística e Dialetologia, busca-se compreender a variação diatópica da lexia, enquanto a Etnolinguística, com base nos pressupostos de Duranti (1997), possibilita a identificação de aspectos culturais e históricos que respaldam a análise em territórios indígenas e não indígenas. Nesse sentido, o objetivo principal é examinar as marcas do contato interétnico e os processos de natureza lexical. Para tanto, a metodologia emprega um enfoque geolinguístico e etnolinguístico, combinando a análise cartográfica da dispersão do termo com o estudo do contexto sociocultural dos pontos de inquérito investigados. Como perspectivas de análise, espera-se identificar traços diacrônicos na distribuição do item lexical, evidenciar substratos indígenas na sua constituição semântica e compreender os efeitos da territorialidade sobre sua manutenção e inovação lexical. Os resultados contribuirão para os estudos sobre diversidade linguística, demonstrando como os atlas linguísticos, ao registrarem fenômenos léxicos em diferentes espaços geográficos, desempenham um papel relevante na documentação e valorização do patrimônio linguístico e cultural brasileiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Edmilson José de Sá, Centro de Ensino Superior de Arcoverde

Mestre em Linguística (UFPE), Doutorado em Letras (UFPB), Pós-doutor em Letras (UFPA). Professor de Língua e Literatura no Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA) e Professor colaborador no Mestrado Profletras na Universidade de Pernambuco (UPE)  -  Campus Garanhuns

Referências

ASENSIO, M.O. Gran diccionario español portugués, português espanhol. Espasa Calpe, 2001

BAUMAN, R. e SHERZER, J. The Ethnography of Speaking. Annual Review of Anthropology, vol. 4, 1975, pp. 95–119.

CALAME-GRIAULE, G. Ethnologie et langage. In: CALAME-GRIAULE, G. Des cauris au marché: Essais sur des contes africains. (Publié avec le concours du Centre national des Lettres.) Paris : Société des Africanistes, 1987.

CAMBRIDGE ESSENTIAL ENGLISH DICTIONARY. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

CARDOSO, S. A. M. et al. Atlas Linguístico do Brasil: cartas linguísticas 1. Londrina: Eduel, 2014.

CARDOSO, S. A. M. Geolinguística: tradição e modernidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

CASCUDO, L. da C. Dicionário do folclore brasileiro. 11. ed. São Paulo: Global, 2001.

COLLINS Dicionário Inglês - Português / Português - Inglês. 1. Ed. São Paulo: Collins, 2005.

CRUZ, M. L. de C. Atlas Linguístico do Amazonas – ALAM. Tese (Doutorado em Letras). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.

DURANTI, A. Linguistic anthropology. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

HYMES, D. Foundations in Sociolinguistics: An Ethnographic Approach. London: Tavistock Publications Limited, 1974.

LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Philadelphia, PA: University of Pennsylvania Press, 1972.

LYRA FILHO, J. Introdução à sociologia dos desportos. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1973.

MEILLET, A. Bull. de la Soc. de Ling. de Paris, t. XXX, 1929. In: POP, S. Aperçu historique sur le développement de la dialectologie. Vols.1. Louvain : Chez l’auteur. Gembloux, 1950.

MILROY, L.; GORDON, M. Sociolinguistics: method and interpretation. Oxford: Blackwell, 2003.

NAVARRO, E. de A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global, 2013.

NOMISO, C. M. Possibilidades da cultura japonesa na prática pedagógica: um caso a ser estudado. Dissertação (Mestrado profissional - Docência para a Educação Básica) - Universidade Estadual Paulista (UNESP). Faculdade de Ciências de Bauru, Bauru, 2022, 160p.

POP, S. Aperçu historique sur le développement de la dialectologie. Vols.1 e 2. Louvain : Chez l’auteur. Gembloux, 1950.

RANDOM HOUSE WEBSTER'S COLLEGE DICTIONARY. Random House. New York, 1997.

RAZKY, A.; RIBEIRO, C. M. da R.; SANCHES, R. D. Atlas linguístico do Amapá. São Paulo: Labrador, 2017.

SÁ, E. J. de et al. Atlas Linguístico Bidimensional do Sertão do Pajeú Pernambucano. Monografia (Especialização em Língua Portuguesa). Arcoverde: CESA, 2019.

SÁ, E. J. de. Atlas Linguístico de Pernambuco. Tese (Doutorado em Letras). João Pessoa: UFPB, 2013.

SÁ, E. J. de. Atlas Linguístico Quilombola do Moxotó-Ipanema Pernambucano (ALQUIMIPE). Relatório de Pós-Doutorado. Belém: Universidade Federal do Pará, 2018.

SALLES, J. G. do C; MOTTA, I.; PEREIRA JÚNIOR, C. C. Peteca. In: COSTA, L. P. da (org). Atlas do Esporte no Brasil. Shape: Rio de Janeiro, 2005.

SALVADOR, G. Lexicografía y geografía lingüística. REL, 10,1 1980.

SANCHES, R. Atlas Linguístico dos Karipuna do Amapá. 1. ed. Rio Branco - AC: NEPAN, 2020.

SAPIR, E. Le langage. Introduction à l’étude de la parole. Québec: Édition électronique réalisée en 2001.[1921]

SILVA, F. Atlas Linguístico da Pedra. Monografia (Especialização em Língua Portuguesa). Arcoverde: CESA, 2018.

SILVA-CORVALÁN, C. Sociolinguística: teoria y análisis. Madrid: Editorial Alhambra, 1989.

SOBIERAJSKI, J. L. Política do Direito Desportivo Brasileiro. Dissertação (Curso de Pós-Graduação em Direito). Santa Catarina. UFSC. 1997.

TARALLO, F. A pesquisa sociolinguística. Série Princípios, São Paulo: Ática. 1986.

THUN, H. O português americano fora do Brasil. In: GÄRTNER, E.; HUNDT, C.; SCHÖNBERGER, A. (Org.). Estudos de geolinguística do português americano. Frankfurt am Main: TFM, 2000. p. 185-227.

THUN, H.; ELIZAINCÍN, A. Atlas diatópico y diastrático del Uruguay (ADDU), I, 1-2, Kiel: Westensee-Verlag, 2000.

WEINREICH, U. Is a structural dialectology possible? Word v.10, n.4, New York: Linguistic Circle of New York. 1954.pp.388-400.

Downloads

Publicado

2025-08-27

Como Citar

SÁ, Edmilson José de.
RASTROS HISTÓRICOS E GEOLINGUÍSTICOS DA UNIDADE LEXICAL ’PETECA’ EM TERRITÓRIOS INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS DE PERNAMBUCO
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, v. 10, n. 27, p. 01–23, 27 Ago 2025 Disponível em: https://cajapio.ufma.br/index.php/afluente/article/view/26046. Acesso em: 11 out 2025.