FILOSOFIA DA TRAGÉDIA: Nietzsche, Wilamowitz-Möllendorff e a polêmica sobre a relação entre Filologia, Arte e Ciência
Palavras-chave:
Estética, Filologia, Tragédia Grega, CiênciaResumo
Nietzsche, ao publicar O Nascimento da Tragédia, lança nos meios acadêmicos alemães uma polêmica obra, que se distancia sensivelmente das demais investigações acerca da gênese da cultura grega. Afinal, neste ensaio, Nietzsche, em uma tendência inovadora, entrelaça temas filológicos com questões metafísicas e musicais, refletindo, respectivamente, a influência de gênios como Schopenhauer e Richard Wagner. Wilamowitz-Möllendorff, filólogo promissor, contesta o valor acadêmico da obra, considerando-a muito mais uma reflexão poética do que um tratado consistente acerca da cultura grega, conforme a pretensão original. No entanto, Wilamowitz-Möllendorff não compreendeu o verdadeiro significado do projeto empreendido por Nietzsche. Desse modo, pretendo demonstrar que Nietzsche pretendia desenvolver uma investigação helenística capaz de superar o método filológico então em voga, pautado na análise descritiva de fatos e documentos, situação que, dado ao extremo preciosismo, tornava o discurso filológico muito próximo do sistema positivista.
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Referências
HESÍODO. Teogonia. Trad. de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 2003.
NIETZSCHE, Friedrich. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Trad. de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e como Representação, Tomo I. Trad. de Jair Barboza. São Paulo: Ed. UNESP, 2005.
WILAMOWITZ-MÖLLENDORFF, Ulrich von. “Filologia do Futuro! – Primeira Parte”. In: MACHADO, Roberto. Nietzsche e a polêmica sobre O Nascimento da Tragédia. Trad. de Pedro Süssekind. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005, p. 55-78.
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