HENRY e JUNE: o símbolo erótico dos diários não expurgados de Anaïs de Nin
Palavras-chave:
Cinema. Gênero. Henry e June. Diários. Erótico.Resumo
Na obra Diários não expurgados (1931-1932), a impetuosidade, a paixão, o delírio, a liberdade e o prazer não institucionalizados são temas caros a Anaïs Nin, cujo material de textos autobiográficos é um dos maiores da literatura ocidental, visto o tempo em que foi escrito ininterruptamente, desde a adolescência até a morte da autora. Entretanto, a adaptação desses diários para o cinema refere-se a uma pequena parcela deles. Em todo caso, tais escritos contribuem para estudos biográficos da autora bem como para o debruçamento de suas vivências eróticas, visando o entendimento do comportamento da sexualidade humana em detrimento da moralidade e permissividade. A adaptação trata-se do filme Henry&June, lançado em 1990. Desta forma, o presente trabalho busca analisar o processo de transmutação dos símbolos eróticos na literatura de Anaïs Nin para a linguagem fílmica de Philip Kaufman, ressaltando, sobretudo a abordagem desse símbolo erótico trabalhado nos dois campos semióticos. Os recursos aquém da narrativa, como câmera, montagem, edição, trilha sonora e os mais diversos efeitos, permitem à adaptação uma releitura dos sistemas de valores semióticos embutidos na obra literária, produzindo assim uma tradução cultural. O produto traduzido, O novo elemento cultural, possui signos eróticos independentes, ainda que advenha de uma obra pré-existente. A compreensão desses signos no processo de transmutação da linguagem literária para a linguagem do cinema serão estudados com auxílio do aparato bibliográfico de Noth (1995), Peirce (1995) e Diniz (1999) dentre outros.
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Referências
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