Estética Negra: uma proposta decolonial antirracista para o ensino de Química
DOI:
https://doi.org/10.18764/2447-5777v10n1.2024.04Palavras-chave:
Decolonialidade, Estética Afro-diaspórica, Ensino de Química, Educação AntirracistaResumo
Buscando por uma educação decolonial e antirracista capaz de atender aos anseios da Lei 10.639/2003, este artigo propôs-se a explorar os resultados de uma proposta didática inovadora cujo objetivo foi conectar conceitos químicos, cultura afrodescendente e estética afro-diaspórica. O trabalho visou fomentar o diálogo transformador no espaço da Educação Básica no município de Feira de Santana – Bahia, Brasil. A proposta didática aqui descrita, configura-se como uma ferramenta de combate a situações racistas nas escolas públicas da cidade de Feira de Santana. Valorizando a cultura afrodescendente, a estética afro-diaspórica e abordando conceitos da química do cabelo, a proposta apresentada empodera os estudantes, fomenta o diálogo intercultural e colabora com a edificação de uma sociedade mais justa e igualitária.
Black Aesthetics: an anti-racist decolonial proposal for teaching Chemistry
ABSTRACT
Searching for a decolonial and anti-racist education capable of meeting the desires of Law 10,639/2003, this article set out to explore the results of an innovative didactic proposal whose objective was to connect chemical concepts, Afro-descendant culture and Afro-diasporic aesthetics. The work aims to foster transformative dialogue in the Basic Education space in the municipality of Feira de Santana – Bahia, Brazil. The didactic proposal described here is a tool to combat racist situations in public schools in the city of Feira de Santana. Valuing Afro-descendant culture, Afro-diasporic aesthetics and addressing concepts of hair chemistry, the proposal presented empowers students, encourages intercultural dialogue and helps build a more just and egalitarian society.
Keywords: Interculturality; Black aesthetics; Chemistry teaching.
Downloads
Metrics
Referências
ARROYO, Miguel Gonzáles. Currículo, território em disputa. Petrópolis-RJ: Vozes, 2013.
BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89–117, 2013. DOI 10.1590/s0103-33522013000200004. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s0103-33522013000200004. Acesso em: 15 jul. 2024.
BENTO, Maria Aparecida Silva et al. Branqueamento e branquitude no Brasil. Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, p. 25-58, 2002.
BERTH, Joice. Empoderamento. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, vol. 1. 188p, 2019.
BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto editora, 1998.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana Brasília: MEC, 2004. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/centrais-de-conteudo/acervo-linha-editorial/publicacoes-diversas/temas-interdisciplinares/diretrizes-curriculares-nacionais-para-a-educacao-das-relacoes-etnico-raciais-e-para-o-ensino-de-historia-e-cultura-afro-brasileira-e-africana. Acesso em: 21 jul. 2024.
CANDAU, Vera Maria. Escola, inclusão social e diferenças culturais. In: ENDIPE – XVI Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, Anais [...], Campinas, UNICAMP- CAMPINAS, p. 182-193, 2012.
CARVALHO et al., Bioquímica da Beleza: Curso de verão 2005, 150 p. Curso de Bioquímica, Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho Almeida. Ensino de Ciência: fundamentos e métodos. 4. ed. São Paulo: Cortez, 288 p, 2011.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 64. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra. 253 p, 2017.
GOMES, Nilma Lino. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural?. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 21, p. 40-53, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/D7N3t6rSxDjmrxrHf5nTC7r/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 jul. 2024.
GOMES, Cláudia; DUQUE-ARRAZOLA, Laura Susana. Consumo e identidade: o cabelo afro como símbolo de resistência. Revista da Associação Brasileira de pesquisadores/as Negros/as, v. 11, n. 27, p. 184-205, 2019.
GUEDES, Ivanilde Mattos de. Estética afro-diaspórica e o empoderamento crespo. Revista do Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural, Alagoinhas, v. 5, n. 2, 2015. p. 37-53. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/pontosdeint/article/view/2164/1497. Acesso em: 15 jul. 2024.
HOOKS, Bell. Alisando o nosso cabelo. Tradução do espanhol: Lia Maria dos Santos. 2005. Disponível em: https://www.geledes.org.br/alisando-o-nosso-cabelo-porbell-hooks/. Acesso em: 31 jan. 2024.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, v. 1, p. 249, 2020.
MALAFAIA, Evelyn Dias Siqueira. A importância da representatividade negra na construção de identificação em crianças negras a partir de literatura infanto-juvenil negra. In: COPENE - Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, 10, 2018, Uberlândia. Anais [...]. Uberlândia: Copene, 2018. p. 1-18. Disponível em: https://www.copene2018.eventos.dype.com.br/resources/anais/8/1531151049_ARQUIVO_COPENE2.pdf. Acesso em: 15 jul. 2024.
MALIA, Ashley. A estética é o que nos mata primeiro. 2020. Disponível em: https://www.geledes.org.br/artigo-a-estetica-e-o-que-nos-mata-primeiro/. Acesso em:08 dez. 2024.
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 23, p. 156-168, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/99YrW4ny4PzcYnSpVPvQMYk/?format=pdf Acesso em: 15 jul. 2024.
MOREIRA, Adilson. Racismo recreativo. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 232 p, 2019.
NACKED, Rafaela Capelossa. Identidades em diáspora: o movimento black no Brasil. Desenredos, Teresina, n. 12, p. 1–11, março, 2012.
OLIVEIRA, Vicente Gomes. Cabelos: uma Contextualização no Ensino de Química. 2013. PIBID UNICAMP. Disponível em: https://gpquae.iqm.unicamp.br/PIBIDtextCabelos2013.pdf. Acesso em: 21 maio 2021.
PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. Educação em Ciências na Escola Democrática e as Relações Étnico-Raciais. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Rio de Janeiro, v. 19, p. 329–344, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/13139/11886. Acesso em: 15 jul. 2024.
PONTES, Daniela Barros; FLORÊNCIO, Saulo Pequeno Nogueira; PEDERIVA, Patrícia Lima Martins. Educação na Tradição Oral de Matriz Africana: a constituição humana pela transmissão oral de saberes tradicionais–um estudo histórico-cultural. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2019.
POZEBON, Dirce; DRESSLER, Valderi L.; CURTIUS, Adilson J. Análise de cabelo: uma revisão dos procedimentos para a determinação de elementos traço e aplicações. Química Nova, São Paulo, v. 22, n. 6, p. 838-846, 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/qn/a/PYNT9rQhqmy9XYC6QZpkwfD/. Acesso em: 15 jul. 2024.
SANTOS, Natália Contesini dos; PEREIRA, Severiano Joaquim Nunes. Barba, Cabelo e bigode: consumo e masculinidades em barbearias. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 59, n. 3, p. 183-194, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rae/a/fYKMhgwbnrLQ6rNyRmgq7MQ/. Acesso em: 15 jul. 2024.
VERRANGIA, D.; SILVA, P. B. G. Cidadania, relações étnico-raciais e educação: desafios e potencialidades do ensino de Ciências. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 705-718. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/wqb8HvXMVG8C8KD7hKn5Tms/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 jul. 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ensino & Multidisciplinaridade
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons CC BY que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a publicação final do manuscrito.
