Planejamento pedagógico e ensino de ciências: algumas reflexões sobre os elementos centrais
Palavras-chave:
Planejamento escolar, Professor, Ensino de ciências.Resumo
O planejamento do trabalho docente é o momento primordial do processo de ensino e aprendizagem e requer coerência entre os elementos centrais, principalmente, entre os objetivos estabelecidos e a avaliação. Neste artigo, apresenta-se uma análise e interpretação dos planos de ensino elaborados por professores de ciências do ensino fundamental, visando identificar pontos de alinhamento e /ou desalinhamentos entre os elementos centrais. A pesquisa segue os princípios da abordagem qualitativa e caracteriza-se como documental. Os professores participantes atuam nas turmas do 9º ano da rede pública municipal de Codó, Maranhão. Para a constituição dos dados, os participantes disponibilizaram seus planejamentos bimestrais e/ou anuais. De modo geral, observa-se que os objetivos de aprendizagem previstos nos planos de ensino dos professores direcionaram apenas para o âmbito conceitual, não sendo observados indicativos de verbos relacionados aos objetivos procedimentais ou atitudinais. O mesmo foi observado no tópico de avaliação, sendo a prova o instrumento avaliativo de destaque nos planejamentos. Deste modo, observa-se que há sim coerência entre o que os objetivos de aprendizagem propostos e os instrumentos utilizados para a avaliação dos alunos. Entretanto, ressalta-se a ausência de objetivos e meios de avaliação direcionados para as aprendizagens procedimentais e atitudinais, que são essenciais no ensino de ciências. Percebe-se a necessidade dos professores elaborarem seus planejamentos, levando em consideração o princípio básico do Ensino de Ciências, que é a formação do cidadão crítico e atuante em sua sociedade.
Palavras-chave: Planejamento escolar. Professor. Ensino de ciências.
Abstract
Pedagogical planning and science teaching: some reflections about the central elements
The planning of teaching work is the primary moment of the teaching and learning process and requires coherence between the central elements, mainly between the established objectives and the evaluation. This article presents an analysis and interpretation of the teaching plans elaborated by elementary school science teachers, aiming to identify points of alignment and/or misalignments between the central elements. The research follows the principles of the qualitative approach and is characterized as documentary. The participating teachers work in the 9th grade classes of the municipal public network of Codó, Maranhão. For the constitution of the data, the participants made their bimonthly and/or annual plans available. In general, it is observed that the learning objectives foreseen in the teachers' teaching plans were directed only to the conceptual scope, and no indications of verbs related to procedural or aitudinal objectives were observed. The same was observed in the evaluation topic, and the test was the outstanding evaluative instrument in the planning. Thus, it is observed that there is rather coherence between what the proposed learning objectives and the instruments used for the evaluation of students. However, we highlight the absence of objectives and means of evaluation directed to procedural and athenalysial learning, which are essential in science teaching. It is perceived the need for teachers to elaborate their plans, taking into account the basic principle of Science Teaching, which is the formation of critical and active citizens in their society.
Keywords: School planning. Teacher. Science teaching.
Downloads
Metrics
Referências
BRASIL. Lei no 9.394/1996. LDB: Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 1996.
BRASIL. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes Curriculares Nacionais da educação Básica. – 1. ed. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. 562 p.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília MEC / SEF, 1998.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016. 229 p.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 1994.
CARVALHO, A. M. Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. Cengage Learning. São Paulo: 2013.
CARVALHO, A. M. P e GIL-PÉREZ, D. Formação de Professores de Ciências. São Paulo: Cortez, 2011.
CHASSOT, Á. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. 6. ed. Ijuí: Unijuí, 2014. 368 p. (Coleção educação em química).
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2011. (Coleção Docência em Formação).
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2008. 220 p.
HADJI, C. A avaliação, regras do jogo. 4.ed. Portugal: Porto, 1994.
LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2013.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola - Teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Alternativa, 2004.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1998.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. A Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2 ed. Rio de Janeiro: E.P.U., 1986.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MARQUES, C. V. V. C. O. Perfil dos Cursos de Formação de Professores dos Programas de Licenciatura em Química das Instituições Públicas de Ensino Superior da Região Nordeste do Brasil. 2010. 291flhs. Tese (Doutorado em Química) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2010.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 2006. 406 p.
MOREIRA, M. A. Questionário como um instrumento auxiliar na coleta de dados no ensino e na pesquisa em ensino. In: MASSONI, Neusa T; MOREIRA, Marco Antônio. Pesquisa Qualitativa em Educação em Ciências: projetos, entrevistas, questionários, teoria fundamentada, redação científica. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.
PADILHA, P. R. Planejamento Dialógico: Como construir o projeto político - pedagógico da escola. São Paulo: Ed. Cortez, 2001.
POZO, J. I.; CRESPO, M. Á. G. A aprendizagem e o ensino de ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
ORSO, P. J. Planejamento Escolar em Tempos de Precarização da Educação. Revista HISTEDBR, on-line, Campinas, n. 65, p. 265-279, out. 2015.
SANMARTÍ, N. Avaliar para aprender. Porto alegre: Artemed, 2009.
SANMARTÍ, N.; CARVAJAL, I. M. Como elaborar uma prueba de evaluación escrita? Didáctica de las Ciências Experimentales, Alambique, n. 78. jul. 2014.
SILVA, F. S. Análise Panorâmica das Práticas Avaliativas Utilizadas pelos Professores de Ciências da Natureza do Ensino Fundamental no Município de Codó-MA. 2015. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Federal do Maranhão, Codó, 2015.
TARDIF, M.; RAYMOND, D. Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. Educação & Sociedade, ano XXI, n. 73, Dezembro/00.
THOMAZI, Á. R. G.; ASINELLI, T. M. T. Prática docente: considerações sobre o planejamento das atividades pedagógicas. Educar, Curitiba, n. 35, p. 181-195, 2009. Editora UFPR.
TORMENA, A. A.; FIGUEIREDO, J. A. Planejamento: a importância do plano de trabalho docente na prática pedagógica. 2010. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_fafipa_ped_artigo_ana_aparecida_tormena.pdf. Acesso em jul. 2017.
VASCONCELLOS, C.S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 18 ed. São Paulo: Libertad, 2008.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Tradução Ernani Rosa. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
ZANCUL, M. C. S. O ensino de ciências e a experimentação: algumas reflexões. In: PAVÃO, Antonio Carlos; FREITAS, Denise (Orgs.). Quanta Ciência há no Ensino de Ciências. São Carlos: EdUFSCar, 2011. p. 63-68.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons CC BY que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a publicação final do manuscrito.