OS “FILHOS DA FOLHA” NA ÉPOCA DA INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS
o protagonismo esquecido dos brasileiros pobres
DOI:
https://doi.org/10.18764/2446-6549.e2023.19Palavras-chave:
Independência, Província de Goiás, Militares, PobresResumo
O presente artigo propõe-se a abordar a participação das camadas pobres de Goiás no processo da independência do Brasil, analisando as narrativas das autoridades militares, escritas entre 1821 e 1825. Como procedimento metodológico, primeiramente, investigamos os dicionários da época, que nos permitiu inferir que a palavra “pobre” constitui um termo mais apropriado do que “popular” para descrever as camadas de baixa renda que faziam parte das tropas goianas. Com base em uma análise qualitativa dos documentos, observamos que indígenas, negros e pardos atuaram como protagonistas nos conflitos políticos da Independência, apesar de terem sido esquecidos nas narrativas históricas produzidas no Oitocentos e nos estudos subsequentes. Para embasar nossas reflexões, nos respaldamos em Michael C. McBeth (1977) e Joan Meznar (1992), que tratam do recrutamento militar no Brasil Império, bem como em pesquisas sobre outras províncias (Sergipe, Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro), que analisam a presença e o engajamento das camadas subalternas nas tropas militares. A concepção de “redes de serviços”, de Fernando Dores Costa (1992), também nos ajudou a compreender como, nos primórdios do Brasil Império, poderia ocorrer a ascensão e a promoção dos sujeitos que eram discriminados pela sua procedência racial e pela sua baixa condição socioeconômica.
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