INFÂNCIA E LINGUAGEM EM PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM E AVALOVARA: PERCURSOS, ERRÂNCIAS E INSCRIÇÕES DE SI
Abstract
O pensador italiano Giorgio Agamben problematiza a noção que cerca os limites da linguagem e da representação. A partir dessas formulações, ajustam-se as provocações simbólicas linguísticas trazidas pela protagonista Joana, em Perto do Coração Selvagem (1943), de Clarice Lispector, no transcurso da infância. Na mesma perspectiva, em Avalovara (1973), de Osman Lins, alinham-se também os questionamentos suscitados pela personagem alegórica identificada pelo sinal gráfico , duas vezes nascida, a própria carne transfigurada em verbo, em que o ser/estar no mundo deriva do violento e estranho reconhecimento de si por meio da palavra, ora como instauradora, ora como destruidora da experiência. Pois é nesse rito de passagem e “estado de infância” – percurso inicial e autoria inaugural –, que as duas personagens se compõem, contraditória e progressivamente, como leito e estuário entre língua, pensamento e palavra, testando e acirrando as fronteiras entre semiótica e semântica, signos e discurso.Downloads
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