A CULTURA DO BUMBA-MEU-BOI EM UMA PERSPECTIVA SOCIOLINGUÍSTICA: UM ESTUDO COM FOCO NO LÉXICO DA LIBRAS
Abstract
As línguas de sinais são línguas de modalidade visual-espacial, produzidas, primariamente, pelas mãos e percebidas através da visão. Ao redor do mundo, milhões de pessoas surdas utilizam estas línguas, a fim de estabelecer uma comunicação clara e consistente com seus pares e também com a comunidade ouvinte. Durante anos, negou-se a estes sistemas o caráter linguístico, pois, acreditava-se que fossem somente gestos, que se limitavam a reproduzir a língua oral visualmente. Além disso, esta concepção pregava que essas línguas não seriam capazes de expressar conceitos abstratos, tais como a Filosofia, a Matemática, entre outros. A partir de 1960, com as pesquisas do linguista William Stokoe, esta história mudou; após estudos feitos com a ASL (Língua de Sinais Americana), as línguas de sinais adquiriram status linguístico e foram reconhecidas oficialmente em diversos países. Desde então, pesquisas vêm se desenvolvendo nessa área, enriquecendo o conhecimento que se tem acerca de tal assunto. Tal qual as outras línguas de sinais, há estudos científicos sendo realizados desde a década de 90, conferindo à Libras um nível de objeto de pesquisa, o qual ainda precisa ser explorado. Partindo deste pressuposto, o presente artigo tem o objetivo de apresentar um estudo sociolinguístico da LIBRAS, dando enfoque aos sinais utilizados para representar a tradicional festa do Bumba-meu-boi, na capital do Maranhão. Após fundamentação teórica e pesquisas realizadas com informantes surdos, foi organizado um glossário para efeito de registro destes sinais, que representam não só uma língua de especialidade, mas também um fragmento da história e cultura ludovicense.
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