OSMAN POETA: O RIGOR DA RECUSA

Abstract

Por que Osman Lins, que se notabilizou por uma obra estruturada em contos, romances, ensaios e teatro no leito do que chamamos modernidade literária, não insistiu no depurado gênero da poesia? E, se chegou a publicar poemas em suplementos literários e diários jornalísticos, especialmente na década de 50, por que não os firmou em livro? Terá o próprio escritor respondido a essas questões? Neste artigo, podemos atestar como, mesmo em sua recusa em se assumir como poeta, Lins dispôs do gesto poético na narrativa em prosa, por meio da absoluta maestria formal quanto aos recursos que ancoram os fundamentos expressivos do poema: sonoridade, ritmo e prosódia, por meio da recorrência de anáforas, assonâncias e aliterações, elementos estéticos caracterizadores do gênero lírico.