DO “BARÃO” IMPERIAL AOS VENTOS DA “ANGÉLICA” REPÚBLICA
o fenômeno literário como lugar de memória em “O Monstro”, de Josué Montello
DOI:
https://doi.org/10.18764/2177-8868v14n27.2023.7Palavras-chave:
O monstro, Josué Montello, Literatura, Lugar de MemóriaResumo
O artigo busca examinar a construção do espaço em O monstro, de Josué Montello, como lugar de memória, a partir do ambiente ficcional representado pelo lar da personagem Jerônimo. Para tanto, adotam-se as concepções de lar, de Relph (2014), de casa, de Bachelard (2008), de topofilia, apinhamento e espaciosidade, de Tuan (2012;2013), de memória, a partir de Halbwachs (1990), Pollak (1992) e Ricoeur (2007), e de lugar de memória, de Nora (1993), além do olhar de Cândido (2009) sobre a personagem de ficção e o sentido do real. A narrativa versa sobre a história de Jerônimo, solteiro convicto, que sai da Bahia para o Rio de Janeiro em busca de uma vida pacífica de funcionário público, paz que é abalada com a chegada de sua mãe, Angélica, que altera toda a dinâmica da sua casa e dos rumos da sua vida. Trabalha-se sobre a ideia da construção metafórica de uma disputa entre uma reminiscência imperial e os novos ares republicanos, contexto em que a obra se situa no tempo histórico brasileiro, buscando observar de que maneira o espaço do lar de Jerônimo corresponde à construção de um lugar de memória imperial, em contraposição às alterações empreendidas nesse ambiente por sua mãe.
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