v. 25, n. 2, jul./dez. 2024
A Revista Brasileira do Caribe chega à maturidade nos seus 25 anos! Vale a pena lembrar que este é o primeiro periódico nacional, na área de História, especializado nas conexões atlânticas que ligam os Brasis, as Américas e as Áfricas a partir do eixo caribenho. A missão da revista continua sendo, de forma transdisciplinar, o incentivo a pesquisas de alto nível que envolvam a História da circulação de pessoas, produtos, ideias, políticas e culturas pela imensa malha oceânica.
A RBC está mais internacionalizada, como fica patente neste atual volume. Apresentamos ao leitor trabalhos de fôlego, resultados de pesquisas originais, produzidas por autores de origens e instituições bem variadas, em português, inglês e espanhol. Embora não seja um dossiê temático, é possível verificar uma clara unidade nos trabalhos que agora apresentamos ao leitor. Assim, esta edição procurou refletir sobre a formação das culturas e identidades caribenhas com grande ênfase nas culturas africanas. Nesse sentido, os artigos abordam diferentes aspectos desse processo diaspórico: formação política, literatura, relações diplomáticas, violência e globalização. A referência à África, aliás, está na ilustração deste volume, com a referência ao trabalho de Wifredo Lam (1902-1982) que, como poucos, sintetizou o espírito das culturas múltiplas e etnogênicas da africanidade latino-americana.
Portanto, para além de uma linha editorial, a RBC segue com sua vocação, ao fomentar a reflexão sobre os povos que compõem o mosaico Atlântico. É, por outro lado, uma crítica a uma certa noção conservadora e, novamente, monocromática de brasilianidade, que insiste em não incorporar nossas raízes latino-americanas, caribenhas e fronteiriças. Esse volume, como não podia ser diferente, foi uma obra coletiva. Merecem muitos créditos, o novo Corpo Editorial da Revista, nossos técnicos e servidores da UFMA, o setor de Periódicos da Universidade e a coordenação do PPGHis-UFMA, que tem garantido o auxílio financeiro, através do Programa de Apoio à Pós-graduação (PROAP/CAPES).
Por fim, desejamos ao público boas leituras e reflexões, exortando sempre a necessidade, constante, de repensar e questionar os lugares comuns da nossa própria formação.
Alírio Cardoso | UFMA
Co-editor da RBC






