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  • COMUNICADO - SOBRE O ATENTADO AO STF

    2024-11-14

    Em 29 de setembro de 1988, o Brasil foi abalado pelo sequestro do voo 375 da VASP, um Boeing 737-300 que partiu de Porto Velho com destino ao Rio de Janeiro, fazendo escalas em Cuiabá, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. O sequestrador, Raimundo Nonato Alves da Conceição, um maranhense de 28 anos, embarcou no voo em Belo Horizonte com um revólver calibre .32 e anunciou o sequestro durante a última etapa do voo, entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Raimundo Nonato estava profundamente insatisfeito com a situação política e econômica do Brasil na época. Ele culpava o então presidente José Sarney pelas dificuldades que enfrentava, incluindo o desemprego e a inflação galopante que assolavam o país. Seu objetivo era desviar o avião para Brasília e colidir com o Palácio do Planalto, sede do governo federal, em um ato de protesto extremo contra o governo.

    Durante o sequestro, Raimundo Nonato matou o copiloto Salvador Evangelista com um tiro na nuca após este tentar se comunicar com o controle de tráfego aéreo. O piloto, Fernando Murilo de Lima e Silva, conseguiu realizar uma manobra arriscada para desestabilizar o sequestrador e pousar a aeronave em Goiânia, onde Raimundo foi finalmente detido pela Polícia Federal. O sequestro do voo 375 é lembrado como um dos episódios mais dramáticos da aviação brasileira, destacando as falhas de segurança nos aeroportos da época e a gravidade da crise econômica e política que levou um cidadão a tomar medidas tão extremas.

    O que ninguém sabe é que Osama Bin Laden, estudou diversos casos de sequestros de aviões e atentados anteriores ao planejar os ataques de 11 de setembro de 2001, entre eles estava o caso do maranhense Raimundo Nonato. Bin Laden e a Al-Qaeda estavam interessados em ataques que causassem grande impacto e simbolismo, e o sequestro do voo 375 da VASP pode ter servido como um exemplo de como um único indivíduo poderia tentar usar um avião como arma para atingir um alvo político. Como é do conhecimento de todos os ataques de 11 de setembro envolveram o sequestro de quatro aviões comerciais, dois dos quais foram lançados contra as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York, um contra o Pentágono e o quarto caiu em um campo na Pensilvânia após os passageiros tentarem retomar o controle da aeronave.

    Mas porque desde o início da abertura política esses eventos retornam em solo brasileiro? A democracia brasileira é precária e existe um distanciamento abissal da população e seus representantes encastelados em Brasília. Imagine se a capital brasileira fosse no Rio de Janeiro, com sede no Palácio do Catete? A deterioração das instituições brasileiras, incluindo o Executivo, Legislativo e Judiciário, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF), vem de longa data, é um fenômeno complexo que reflete a insatisfação crescente da população com seus representantes eleitos e influenciados por teorias conspiratórias. Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado uma série de crises políticas e econômicas que abalaram a confiança da população nas instituições democráticas. Escândalos de corrupção, como a Operação Lava Jato, expuseram a profundidade da corrupção sistêmica no país, envolvendo políticos de alto escalão, empresários e membros do Judiciário.

    Esses escândalos minaram a confiança pública e alimentaram a percepção de que as instituições estão mais preocupadas com interesses próprios do que com o bem-estar da população, isto tudo fomentado por uma insegurança jurídica e teorias conspiratórias extremas. O Executivo, representado pela Presidência da República, tem sido alvo de críticas constantes. A polarização política exacerbada, especialmente durante e após os mandatos de presidentes como Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro, contribuiu para um ambiente de desconfiança e divisão. A gestão de crises, como a pandemia de COVID-19, também expôs falhas na coordenação e implementação de políticas públicas, aumentando a insatisfação popular. O Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, enfrenta críticas por sua ineficiência e por estar desconectado das necessidades da população. A percepção de que muitos parlamentares estão mais interessados em manter privilégios e atender a interesses particulares do que em legislar para o bem comum é prevalente. A fragmentação partidária e a dificuldade em formar coalizões estáveis também contribuem para a paralisia legislativa e a falta de avanços significativos em políticas públicas.

    Um bom exemplo a ser usado é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a escala 6x1 no Brasil e foi apresentada pela Deputada Federal Erika Hilton (PSOL-SP). A proposta sugere a redução da jornada de trabalho semanal de 44 para 36 horas, distribuídas em quatro dias de trabalho e três dias de descanso, sem redução salarial. A PEC ganhou força nas redes sociais e conseguiu o número necessário de assinaturas para começar a tramitar na Câmara dos Deputados. A escala 6x1, que prevê seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso, é vista como exaustiva e prejudicial à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores. A proposta argumenta que a mudança para uma escala 4x3 pode aumentar a produtividade, reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

    Diante disso, há uma crítica recorrente sobre a hipocrisia dos setores públicos, especialmente o Legislativo, que não seguem uma escala de trabalho como a 6x1. Parlamentares, por exemplo, têm uma carga horária flexível e muitas vezes não cumprem uma jornada de trabalho regular, o que contrasta com a rigidez imposta aos trabalhadores do setor privado. Essa discrepância alimenta a percepção de que os representantes eleitos estão desconectados das realidades e dificuldades enfrentadas pela população trabalhadora. A discussão sobre a PEC é um reflexo das tensões entre a busca por melhores condições de trabalho e as preocupações econômicas das empresas. A decisão final dependerá do equilíbrio entre esses interesses e do impacto que a mudança pode ter na economia e na vida dos trabalhadores.

    Da mesma forma o Supremo Tribunal Federal (STF) enfrenta críticas frequentes devido aos seus altos gastos, especialmente após os ataques de 8 de janeiro de 2020, o STF aumentou significativamente seus gastos com segurança. Muitos críticos argumentam que são valores excessivos e poderiam ser melhor utilizados em outras áreas. O STF também investiu fortemente em tecnologia da informação para melhorar a produtividade e a segurança de seus sistemas. Esses gastos, que incluem a aquisição de licenças e a proteção contra ataques cibernéticos, são vistos por alguns como desnecessários. O quadro de servidores do STF é altamente qualificado, resultando em altos custos com salários e benefícios. Além disso, a contratação de terceirizados para atender às demandas específicas também contribui para o orçamento elevado, argumentando que esses custos poderiam ser reduzidos com uma gestão mais eficiente. Investimentos em infraestrutura, como a manutenção e modernização de edifícios, também são alvo de críticas, questionando a necessidade desses gastos, especialmente em um contexto de restrições orçamentárias. Ou seja, há uma percepção de desigualdade na distribuição de recursos entre os poderes da República. Enquanto o STF tem um orçamento elevado, outros órgãos podem enfrentar cortes e restrições, o que alimenta a crítica sobre a alocação de recursos.

    Mas estas críticas não podem afastar ou esquecer que o Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituição, tem um papel crucial na manutenção do Estado de Direito. No entanto, decisões controversas e a percepção de ativismo judicial têm gerado críticas tanto da população quanto de outros poderes. A politização do STF, com ministros sendo indicados por presidentes e frequentemente envolvidos em disputas políticas, contribui para a desconfiança pública. Além disso, a lentidão na resolução de processos e a falta de transparência em algumas decisões aumentam a percepção de que o Judiciário não está cumprindo seu papel de forma eficaz. Sem contar com a proliferação de teorias conspiratórias e a disseminação de desinformação nas redes sociais têm exacerbado a crise de confiança nas instituições.

    Narrativas que questionam a legitimidade das eleições, a integridade dos políticos e a imparcialidade do Judiciário encontram terreno fértil em uma população já desiludida. Essas teorias muitas vezes são amplificadas por figuras públicas e influenciadores, criando um ciclo de desconfiança e polarização. A deterioração das instituições brasileiras é um reflexo de uma série de fatores interconectados: corrupção sistêmica, ineficiência administrativa, polarização política e a influência de teorias conspiratórias. Para restaurar a confiança pública, é essencial promover a transparência, a responsabilidade e a eficiência em todos os níveis de governo. Além disso, é crucial combater a desinformação e fomentar um diálogo construtivo entre a população e seus representantes.

    Somente através de um esforço conjunto será possível fortalecer as instituições democráticas e garantir um futuro mais justo e próspero para o Brasil. Caso contrário fujam para as montanhas!

     

    Prof. Dr. Wellington Lima Amorim

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  • CONVITE - FILOSOFIA ANTROPOFÁGICA

    2024-11-13

    CHAMADA DE ARTIGOS PARA EDIÇÃO TEMÁTICA DA REVISTA PROMETEUS

    Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará. Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós. (Oswald de Andrade, Manifesto Antropofágico, 1928)

    Ainda que tenhamos tido precursores modernos antes deles, foi somente a partir do Movimento Modernista que a arte nacional fez intencionalmente uma incursão ao Brasil, numa ingestão e deglutição daquilo que se alimentava na Europa, misturada a uma busca por raízes de uma brasilidade, de um modo de ser. Isto se traduziu na temática cotidiana brasileira, na irreverência da forma e da estética, na recusa à subserviência ao estrangeiro, na valorização da cultura indígena e nacional, na incorporação antropofágica de si mesma para produzir algo de fato novo e representativo do que fosse representativo do país.

    Custamos, entretanto, a deglutirmos antropofagicamente a filosofia importada para darmos criação à nossa. Ainda vemos a produção nacional do pensar como algo menor e com menos valor. Isto se materializa na constante referência e validação do saber que buscamos obter pela citação indefectível dos gregos, alemães e franceses. Mesmo as temáticas se voltam inexoravelmente àquelas propostas por filósofos de outros tempos e lugares. O Brasil e o agora não são dignos serem pensados como se a lógica não pudesse estar entre nós.

    A REVISTA PROMETEUS incita os pensadores nacionais a refundarem a filosofia brasileira aos moldes do Manifesto Antropofágico e da Semana de Arte Moderna de 1922 que completará 100 longos anos em 2022, contribuindo com artigos a serem publicados no dossiê temático comemorativo: FILOSOFIA ANTROPOFÁGICA: DEGLUTINDO A NACIONALIDADE DO PENSAMENTO E DA CULTURA BRASILEIRA.

    Sendo assim, os interessados deverão submeter suas propostas até o dia 08 de Junho de 2025 para serem analisados.

    As normas de publicação podem ser encontradas no site Prometheus – Journal of Philosophy (https://seer.ufs.br/index.php/prometeus )

    Organizadores

    Profª. Drª. Priscila Céspede Cupello (UFRJ)

    Prof. Dr. Leandro Gaffo (UFSB)

    Prof. Dr. Aldo Dinucci (UFS)

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  • CONVITE - SOLIDARIEDADE À UFRJ - MOMENTO DE CRISE

    2024-11-13

    A UFRJ foi criada em 7 de setembro de 1920 pelo Decreto nº 14.343, sendo a primeira universidade federal do Brasil. Antes disso, o ensino superior no país era proibido por lei, e os filhos das elites colonial e imperial frequentavam universidades europeias, principalmente a de Coimbra. A UFRJ foi formada pela fusão de três escolas: a Escola de Engenharia (1810), a Faculdade de Medicina (1832) e a Faculdade de Direito (1891). Em 1937, a universidade foi reorganizada e renomeada para Universidade do Brasil, e em 1967, passou a se chamar Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    O Museu Nacional foi fundado em 6 de junho de 1818 por D. João VI, com o nome de Real Museu de História Natural e Arqueologia. O museu foi criado para promover a educação e a pesquisa científica no Brasil. Em 1856, o museu foi transferido para o Palácio de São Cristóvão, onde permaneceu até o incêndio devastador que ocorreu em 2 de setembro de 2018. O museu abriga uma vasta coleção de artefatos históricos, científicos e culturais, e é um importante centro de pesquisa e educação no país.

    O Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tem uma história rica e significativa. Suas origens remontam à Faculdade Nacional de Filosofia, criada pelo Decreto-Lei nº 1.190, de abril de 1939.

    Durante a reforma universitária de 1968, a Faculdade Nacional de Filosofia foi reestruturada e seus cursos foram agrupados em novos institutos e faculdades. O IFCS foi formado pela fusão dos cursos de Filosofia, História e Ciências Sociais da antiga Faculdade Nacional de Filosofia, além do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Brasil

    O edifício do IFCS está localizado no Largo de São Francisco, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, em um prédio histórico que já abrigou a Academia Militar e a Escola Politécnica. Ao longo dos anos, o IFCS se tornou um dos principais centros de ensino e pesquisa nas áreas de Filosofia, Sociologia, Antropologia e Ciência Política.

    A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enfrenta uma crise financeira severa, com uma dívida acumulada de quase R$ 32 milhões em contas de luz e água. Hoje a situação é dramática, a concessionária de energia elétrica, Light, suspendeu o fornecimento em várias instalações da universidade devido à inadimplência, afetando significativamente as atividades acadêmicas e administrativas. Este cenário é um reflexo do descaso contínuo do Governo Federal em relação às universidades federais, que têm sofrido com cortes orçamentários e falta de repasses adequados.

    Durante o governo de Dilma Rousseff, foi lançado o lema "Brasil, Pátria Educadora", que prometia priorizar a educação e aumentar os investimentos no setor. No entanto, a realidade mostrou-se diferente. Os recursos destinados às universidades federais foram insuficientes, e muitos projetos ficaram apenas no papel. A falta de investimentos adequados contribuiu para a deterioração das infraestruturas universitárias, culminando em tragédias como o incêndio do Museu Nacional em 2018. O museu, que fazia parte da UFRJ, perdeu cerca de 90% de seu acervo devido à falta de manutenção e investimentos em segurança.

    A situação da UFRJ é emblemática do estado das universidades federais no Brasil. A promessa de uma "Pátria Educadora" não se concretizou, e as instituições de ensino superior continuam a lutar por recursos para manter suas operações básicas. A dívida milionária da UFRJ é apenas um exemplo das consequências do descaso governamental, que compromete não apenas a qualidade da educação, mas também a preservação do patrimônio histórico e cultural do país.

    Repassem! Hoje é a UFRJ, amanhã será a sua Universidade!

    Prof. Dr. Wellington Lima Amorim

     

     

     

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  • COMUNICADO - NOVA EDIÇÃO DA REVISTA HÚMUS

    2024-11-12

    Boa tarde!

    Foi publicada uma nova edição da Revista Húmus.

    Desta forma a Revista Húmus está atualizada, sem atrasos nas edições.

    Bem como, a Cadernos Bauman, Revista Agon e Evocatio!

    Nesta nova edição da Revista Húmus foram selecionados 17 artigos e foram publicados 12.

    Isto se deu porque os autores não enviaram suas correções e solicitações realizadas por essa editoria dentro do prazo estipulado.

    Ficarão para a última edição em dezembro, caso os autores enviem suas correções.

    Quero agradecer ao meu amigo Prof. Claudio Cavalcante Junior que estuda Ucrânia e nos forneceu uma visão indicativa de como muitos, sem conhecerem devidamente a pesquisa, defendem uma falsa liberdade patrocinada pelo Ditador Putin, em que o Brasil insiste em mater relações diplomáticas.

    Leiam: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/view/25152/13175

    A história do sofrimento do povo ucraniano é marcada por uma série de eventos trágicos que se estendem desde o século XIX até os dias atuais. 

    No século XIX, a Ucrânia estava sob o domínio do Império Russo. Durante esse período, a política de russificação imposta pelo império buscava suprimir a identidade cultural e linguística ucraniana.

    A língua ucraniana foi proibida em escolas e publicações, e a população foi pressionada a adotar a fé ortodoxa russa.

    Esse período de opressão gerou um sentimento de resistência e desejo de independência entre os ucranianos.

    Um dos episódios mais sombrios da história ucraniana ocorreu entre 1932 e 1933, durante o regime soviético de Joseph Stalin. Conhecido como Holodomor, este foi um período de fome artificialmente induzida que resultou na morte de milhões de ucranianos.

    A política de coletivização forçada da agricultura e a imposição de quotas de grãos impossíveis de serem cumpridas levaram à escassez de alimentos e à fome em massa. O Holodomor é amplamente reconhecido como um genocídio, uma tentativa deliberada de Stalin de suprimir o nacionalismo ucraniano e consolidar o controle soviético sobre a região.

    Com o colapso da União Soviética em 1991, a Ucrânia finalmente conquistou sua independência. No entanto, a transição para a independência não foi fácil. A Ucrânia enfrentou desafios econômicos, políticos e sociais significativos enquanto tentava se afastar da influência russa e se aproximar do Ocidente.

    A Revolução Laranja de 2004 e os protestos de Maidan em 2014 foram marcos importantes na luta da Ucrânia por uma democracia mais transparente e por laços mais estreitos com a União Europeia.

    A situação se agravou em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia e apoiou movimentos separatistas nas regiões de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia.

    A guerra resultante causou milhares de mortes e deslocou milhões de pessoas. Em 2022, a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia sob a liderança de Vladimir Putin intensificou ainda mais o conflito. A guerra atual é vista como uma tentativa de Putin de reverter a independência da Ucrânia e reafirmar o controle russo sobre a região.

    O sofrimento do povo ucraniano ao longo dos séculos é um testemunho de sua resiliência e determinação em buscar a liberdade e a autodeterminação. Desde a opressão imperial russa no século XIX, passando pelo genocídio do Holodomor, até a atual guerra contra a agressão russa, os ucranianos têm enfrentado desafios imensos. No entanto, sua luta contínua pela soberania e pela paz é um exemplo inspirador de resistência e esperança.

    A história recente da Rússia sob a liderança de Vladimir Putin é marcada por uma série de assassinatos de opositores políticos, muitas vezes em circunstâncias suspeitas. 

    - Alexei Navalny


    Alexei Navalny, um dos críticos mais proeminentes de Putin, foi envenenado em agosto de 2020 durante um voo da Sibéria para Moscou. Ele sobreviveu ao ataque após ser tratado na Alemanha, mas foi preso ao retornar à Rússia em janeiro de 2021. Em fevereiro de 2024, Navalny morreu na prisão de Yamalo-Nenets, onde cumpria pena.

    - Yevgeny Prigozhin


    Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner, morreu em agosto de 2023 quando um jato executivo caiu na cidade de Tver, ao norte de Moscou. Prigozhin havia se manifestado fortemente contra Putin durante a guerra na Ucrânia.

    - Boris Berezovsky


    Boris Berezovsky, um magnata russo e crítico de Putin, foi encontrado morto em sua residência em Londres em 2013. A causa oficial da morte foi enforcamento, mas muitos acreditam que ele foi assassinado.

    - Alexander Litvinenko


    Alexander Litvinenko, um ex-espião russo que se tornou crítico de Putin, foi envenenado com polônio-210 em Londres em 2006. Sua morte foi amplamente atribuída a agentes russos.

     

    - Sergei Skripal


    Sergei Skripal, outro ex-espião russo, e sua filha Yulia foram envenenados com uma substância tóxica em Salisbury, Reino Unido, em 2018. Ambos sobreviveram, mas o incidente gerou uma crise diplomática entre o Reino Unido e a Rússia.

    Esses casos ilustram o ambiente perigoso para os críticos do governo russo e levantam sérias questões sobre a extensão das ações do Kremlin para silenciar a oposição e praticar o genocídio ucraniano.

    Meus parabéns Prof. Claudio Cavalcante Junior.

    Хай живе Україна!

    Viva a Ucrania!

     

     

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  • COMUNICADO - SOBRE A REVISTA HÚMUS E CADERNOS BAUMAN

    2024-11-08

    Estimados pesquisadores e colaboradores

    É com grande satisfação, sempre seguindo a Filosofia punk: faça você mesmo, que conseguimos atualizar as edições atrasadas dos seguintes periódicos:

    - Cadernos Zygmunt Bauman

    - EVOCATIVO: Revista Luso-brasileira de Filosofia, Artes e Cultura;

    - REVISTA AGON - Ἀγών

    Lembrando: ainda estamos recebendo artigos para fechar a ultima edição do ano de 2024!

    Gostaria de agradecer aos professores:

    Profº Drº Renan Antônio da Silva - Universidade Federal de São Carlos - UFSCar.

    Profº Drº Daniel Fraga de Castro - Universidade Pontifícia Católica - PUCRS;

    Profª Drª Diana Gonçalves Loureiro - Universidade Federal do Rio Grande - FURG;

    Profº Drº Aruanã Antonio dos Passos - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UFTPR;

    Bem como, todos os autores que enviaram seus artigos!

    Pois estes professores nos ajudaram e nos ajudam diariamente nas atividades que foram retomadas com tempo extremamente exíguo, mas conseguimos atingir a meta de colocar todas as edições atrasada ONLINE.

    Voltaremos a editar os artigos da Revista Húmus para colocar a edição de Agosto de 2024 online ainda este final de semana.

    Fiquem atentos!

    Realizaremos correções nas edições anteriores, uma vez que devido a extrema aceleração das atividades muitos erros podem ter sido cometidos durante nossa edições.

    Grato

    Prof. Dr. Wellington Lima Amorim

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  • NOVO QUALIS - IMPORTANTE E URGENTE

    2024-11-04

    O SENTIDO DA DECADÊNCIA II:  

    Será o novo Qualis mais uma porta que se abre para o abismo?

     

    O novo sistema de avaliação Qualis, que será implementado para o ciclo 2025-2028, traz mudanças significativas em relação ao sistema anterior. Aqui está uma explicação detalhada de como ele funcionará. Diferente do sistema anterior, que avaliava a qualidade das revistas científicas, o novo Qualis focará na avaliação dos artigos publicados. Isso significa que a classificação será feita com base na qualidade e impacto dos artigos individuais, e não mais no periódico onde foram publicados. O novo sistema adotará três procedimentos distintos para a classificação dos artigos. Cada área do conhecimento poderá escolher e combinar esses métodos conforme suas especificidades.

    O primeiro procedimento continuará a utilizar indicadores bibliométricos, como o número de citações, para avaliar a relevância dos artigos. No entanto, a classificação recairá diretamente sobre os artigos e não sobre as revistas. O segundo procedimento incorporará indicadores diretos dos artigos, como índices de citação e análises altimétricas (menções em sites e redes sociais, número de downloads), além de critérios qualitativos relacionados aos periódicos. Isso permitiria uma avaliação mais detalhada e precisa da contribuição de cada artigo. O terceiro procedimento focará em uma análise qualitativa dos artigos, considerando fatores como a pertinência temática, o avanço conceitual e a contribuição científica do estudo. Esse método visa identificar a qualidade intrínseca de cada artigo, independentemente do impacto bibliométrico.  Com a introdução desses três procedimentos, o novo Qualis permite uma avaliação mais precisa e flexível da produção científica?

    Artigos publicados na mesma revista podem receber classificações diferentes, refletindo suas contribuições específicas. A CAPES enfatiza que essas mudanças visam aprimorar a avaliação dos programas de pós-graduação, promovendo a excelência acadêmica e o impacto social da pesquisa brasileira. Será? Segundo a Capes a implementação bem-sucedida dessas mudanças demandará um amplo debate na comunidade científica, envolvendo pesquisadores, gestores de programas de pós-graduação e editores de periódicos científicos.  Porém, o novo sistema de avaliação Qualis tem recebido diversas críticas da comunidade acadêmica. Uma das críticas mais frequentes é que o novo sistema pode incentivar uma cultura onde a qualidade dos artigos pode ser comprometida em prol do número de publicações. Isso pode levar a uma saturação de artigos de baixa qualidade, prejudicando a produção científica. Há preocupações sobre o equilíbrio entre os critérios quantitativos (como índices de citação) e os critérios qualitativos (como a contribuição científica do artigo). Alguns especialistas argumentam que o foco excessivo em métricas quantitativas pode desvalorizar a importância da pesquisa de alta qualidade que não necessariamente gera muitas citações.

    Outra crítica é que o novo sistema pode não ser adequado para todas as áreas do conhecimento. Áreas mais especializadas ou emergentes podem ser prejudicadas por métricas que não refletem adequadamente a relevância e impacto de suas pesquisas. Há também preocupações sobre a pressão para internacionalizar a produção científica. O novo sistema pode favorecer periódicos internacionais de alto impacto, o que pode dificultar a visibilidade e a valorização da pesquisa publicada em periódicos nacionais. A implementação do novo sistema apresenta desafios significativos, incluindo a necessidade de um amplo debate e consenso na comunidade científica brasileira. A CAPES enfatiza que a participação ativa dos pesquisadores, gestores de programas de pós-graduação e editores de periódicos é essencial para o sucesso da reforma.

    A dependência de índices de citação e análises altimétricas pode resultar em uma avaliação superficial da qualidade dos artigos. Tais métricas podem ser manipuladas ou inflacionadas artificialmente, seja através de auto-citações ou por práticas questionáveis de publicação. Além disso, altos índices de citação nem sempre correlacionam com a relevância ou qualidade do trabalho, podendo favorecer pesquisas de modismo ou áreas com alta visibilidade imediata. As análises altimétricas, que consideram menções em sites e redes sociais, são particularmente problemáticas. A presença digital de um artigo pode ser altamente influenciada por fatores extrínsecos à sua qualidade científica, como campanhas de marketing, popularidade dos autores, ou até mesmo eventos virais. Isso pode promover uma ciência populista em detrimento de pesquisas profundas e inovadoras que não recebem tanta atenção online.

    Áreas do conhecimento menos populares ou emergentes podem ser prejudicadas. A dependência em métricas quantitativas e altimétricas não considera a natureza interdisciplinar e o ritmo diferente de citação em várias disciplinas. Por exemplo, áreas de ciências humanas e sociais frequentemente têm ciclos de citação mais longos comparados às ciências exatas e biológicas. Isso poderia desvalorizar trabalhos significativos nessas áreas. Embora a incorporação de critérios qualitativos seja um passo na direção certa, o processo de avaliação qualitativa pode ser altamente subjetivo e suscetível a vieses. A falta de transparência e padronização nos critérios qualitativos pode levar a avaliações inconsistentes e injustas, prejudicando a imparcialidade do sistema. O foco em métricas de citação e altimetria pode estimular uma cultura de “publicação pela publicação”, onde a quantidade prevalece sobre a qualidade. Isso pode levar à proliferação de artigos de baixa qualidade, saturando o campo e dificultando a identificação de pesquisas verdadeiramente impactantes e inovadoras. A complexidade do novo sistema pode gerar confusão e dificuldades na sua implementação. Os pesquisadores podem encontrar dificuldades em entender e se adaptar às novas regras, e a ausência de um período de transição adequado pode agravar esses problemas. Isso pode resultar em frustração e desmotivação entre os acadêmicos.

    Em resumo, o novo Qualis, ao adotar indicadores diretos dos artigos como índices de citação e análises altimétricas, levanta críticas severas e justas. Este procedimento, que incorpora menções em sites, redes sociais e número de downloads, pode transformar a pesquisa acadêmica em uma busca incessante por "curtidas" e "citações", semelhante à lógica das redes sociais.  Este sistema pode transformar a produção científica em uma busca pela popularidade. Assim como nas redes sociais, onde os usuários buscam curtidas e seguidores, os pesquisadores agora podem ser tentados a buscar citações e menções para aumentar sua visibilidade. Isso pode desviar o foco da qualidade e relevância científica, privilegiando artigos que atraem mais atenção, mesmo que não sejam os mais rigorosos ou inovadores. A pressão por citação e menções pode levar à produção de artigos mais sensacionalistas, que buscam atrair a atenção do público e da comunidade acadêmica, em vez de contribuir com pesquisas sólidas e metodologicamente rigorosas. Isso pode resultar em uma ciência mais superficial, com menos foco na profundidade e na contribuição real ao conhecimento.

    Áreas de pesquisa menos populares ou emergentes podem ser prejudicadas por esse sistema. Assim como nas redes sociais, onde certos tipos de conteúdo tendem a ser mais populares, certos campos de pesquisa podem receber mais citações e menções, enquanto áreas igualmente importantes, mas menos visíveis, podem ser negligenciadas. Isso cria um ambiente acadêmico desigual e injusto onde há práticas para aumentar artificialmente a popularidade (compra de seguidores, curtidas, etc.), o sistema de citação e menções pode ser suscetível a manipulações. Práticas como autocitação excessiva, acordos entre autores para citar mutuamente seus trabalhos e outras formas de inflacionar artificialmente as métricas podem se tornar comuns, comprometendo a integridade do sistema.

    A pressão para acumular citações e menções pode levar a um aumento significativo no estresse e na ansiedade dos pesquisadores, impactando negativamente sua qualidade de vida e bem-estar. O foco excessivo em métricas pode desvalorizar o trabalho acadêmico genuíno e a paixão pela pesquisa, transformando a academia em uma corrida desenfreada por números. O novo Qualis, ao incorporar indicadores diretos dos artigos, corre o risco de importar para a pesquisa acadêmica a lógica das redes sociais, onde a busca por curtidas e popularidade muitas vezes supera a busca pela qualidade e autenticidade. Será uma nova porta que se abre para a decadência da pesquisa brasileira, em especial, as Ciências Humanas?

     

    Prof. Dr. Wellington Lima Amorim

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  • CONVITE - FEIRA DO LIVRO - PORTO ALEGRE

    2024-10-31

    Prezado Professor,

    Temos o prazer de convidá-lo para a Feira do Livro de Porto Alegre de 2024, que ocorrerá de 1º a 20 de novembro, na Praça da Alfândega, com entrada gratuita.

    Estaremos presentes com o estande da Livraria do Senado, onde você poderá explorar mais de 200 títulos e participar de atividades interativas.

    Entre essas atividades, destacamos as Oficinas Legislativas do e-Cidadania, que aproximam os alunos do processo legislativo e incentivam a formação cidadã. Durante as oficinas, os estudantes criam e redigem ideias legislativas que podem virar leis. Essa experiência desenvolve habilidades como redação, argumentação e pensamento crítico, tornando-os cidadãos mais ativos.

    No estande, doaremos materiais das Oficinas Legislativas para que você possa aplicá-las em sala de aula. Todo o conteúdo digital também está disponível gratuitamente em nosso site.

    As Oficinas Legislativas ocorrerão entre os dias 4 e 8 de novembro, às 10h e às 15h.

    Em anexo, enviamos a programação completa da Livraria do Senado.

    Estamos ansiosos para recebê-lo em nosso estande e compartilhar todas as possibilidades que as Oficinas Legislativas oferecem para enriquecer o aprendizado de seus alunos.

    Atenciosamente,
    Coordenação do Programa e-Cidadania

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  • O SENTIDO DA DECADÊNCIA NAS INSTITUIÇÕES NO BRASIL:  será o abismo?

    2024-10-31

    Dois eventos noticiados nas últimas semanas me chamaram a atenção:  

    1 - Durante um evento acadêmico considerado “científico” realizado na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), uma performance da historiadora e artista trans Tertuliana Lustosa gerou grande repercussão. Lustosa, que também é integrante da banda "A Travestis", participou de uma mesa redonda no "Encontro de Gênero", onde realizou uma apresentação com uma conotação pornográfica. Quem me conhece sabe que não tenho nada contra a pornografia e muito menos com a liberdade de costumes e expressão. Porém, precisamos considerar que em certo momento, ela subiu em uma cadeira e, com parte do corpo exposto, interpretou uma de suas músicas, que faz parte de um conteúdo provocativo relacionado ao conceito de “traveco-terrorismo” e educação descolonial de gênero.  O conceito de "traveco-terrorismo" busca questionar as normas tradicionais sobre gênero, identidade e resistência, combinando arte e ativismo. O termo reflete a ideia de "terrorismo cultural", isto é, uma prática disruptiva que desafia normas e convenções da sociedade hegemônica por meio de provocações artísticas e performáticas, além de uma crítica à exclusão e à marginalização das identidades trans e travestis. Para Lustosa, essa prática visa, de forma irônica e crítica, desestabilizar as concepções binárias de gênero e as ideias conservadoras que ainda prevalecem no ambiente acadêmico e na sociedade em geral. Ou seja, ela apela para o conceito de terrorismo. Na minha opinião um conceito abominável, pode-se dizer um HAMAS cultural, não tendo sentido construtivo, mas destrutivo; ela quer educar com o C...  

    A UFMA emitiu uma nota informando que está conduzindo uma investigação para apurar o caso, buscando entender os detalhes e as circunstâncias do ato. Esse episódio levanta um debate sobre os limites da liberdade de expressão em espaços acadêmicos e a importância de assegurar um ambiente que promova o diálogo respeitoso. A UFMA ainda não anunciou as medidas que serão adotadas após a conclusão da apuração interna. “A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) suspendeu eventos e instaurou uma sindicância para investigar a performance erótica realizada durante uma palestra acadêmica. A instituição afirmou que o departamento jurídico estuda “os procedimentos judiciais cabíveis (...) Em nota, a UFMA afirmou que já notificou a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria Federal. A universidade também disse que atualizou os procedimentos e normas para realização de atividades na instituição e que suspendeu os eventos do programa e do grupo de pesquisa que organizaram o evento. A suspensão segue até que a sindicância seja finalizada para defender os seus interesses, dados “os prejuízos sociais e de imagem causados” à unidade de ensino superior[1]

    2 – Por outro lado, neste mesmo mês ocorreu um "baile funk" em um quartel da Brigada de Paraquedistas no Rio de Janeiro que gerou repercussão após a divulgação de vídeos nas redes sociais que mostram os soldados dançando e comemorando dentro da unidade militar, com músicas de funk proibidão e bebida alcoólica sendo consumida em horário de expediente. Segundo o Exército Brasileiro, o evento não foi autorizado e desrespeitou as normas militares, levando a consequências disciplinares para os envolvidos, sendo aberto inquérito policial militar. Os militares que participaram da festa foram punidos e o comando do Exército anunciou uma investigação para apurar os detalhes e estabelecer as responsabilidades.

    A instituição reforçou que o comportamento dos soldados viola o regulamento disciplinar das Forças Armadas, que exige dos integrantes uma conduta compatível com os valores militares. O episódio reacendeu debates sobre limites de comportamento em ambientes militares e o papel das redes sociais na exposição de práticas internas. A Brigada Paraquedista é uma das unidades mais tradicionais e respeitadas do Exército Brasileiro, e o incidente trouxe à tona discussões sobre a relação entre a cultura do funk — uma expressão marcante do Rio de Janeiro — e os limites de comportamento esperado em ambientes de alta disciplina como os quartéis.

    Pois é, em um mundo onde as fronteiras entre o público e o privado se diluem cada vez mais, as redes sociais são espaços de intensa exposição pessoal e os valores parecem se dissolver diante da mudança constante, segundo Zygmunt Bauman. O sociólogo polonês, apresenta uma crítica afiada e profundamente humana do fenômeno. Em suas obras, Bauman discute como este novo contexto impacta a vida individual e coletiva, transformando nossa maneira de se relacionar e alterando radicalmente a ideia de privacidade. A pós-modernidade surge como uma condição histórica e cultural que se afirma após o período conhecido como modernidade, marcada por avanços tecnológicos, racionalidade científica e pela busca por certezas, idealizava um mundo ordenado e regido pela razão. Porém, ao longo do século XX, os horrores de duas guerras mundiais, somados a mudanças econômicas e à rápida globalização, criaram uma sensação de instabilidade e incerteza. Bauman cunha a expressão “modernidade líquida” para descrever essa nova realidade.

    Na sociedade líquida, as instituições, as tradições e as identidades que antes forneciam segurança passam a ser frágeis e instáveis. Esse conceito enfatiza a fluidez das relações e dos valores na sociedade pós-moderna: tudo é temporário e efêmero. Valores fixos e certezas, que antes sustentavam a identidade do sujeito, são substituídos por uma constante mudança e adaptação, o que Bauman descreve como um “mundo líquido” no qual as pessoas não encontram pontos de ancoragem. Na sociedade líquida a exposição de si mesmo ganha novas formas e significados. Bauman aponta que a própria ideia de privacidade e intimidade que muda em um cenário onde as redes sociais desempenham um papel central na criação da identidade. Hoje, a intimidade tornou-se um espaço público – uma espécie de espetáculo no qual todos os detalhes da vida privada são compartilhados e, muitas vezes, incentivados a serem exibidos. Essa exposição de si, segundo Bauman, traz uma busca por aprovação constante, já que o reconhecimento se torna um valor essencial para o indivíduo pós-moderno.

    No caso do incidente da UFMA perpassa pela exigência de grupos ressentidos de sua discriminação, mas que desejam esfregar sua intimidade, sem autorização dos demais, na cara das pessoas, não mantendo o distanciamento necessário do privado ou público, ou seja, não tendo respeito. Lembrando que a palavra “respeito” vem do latim respectus, que significa “olhar para trás” ou “considerar”. Derivada do verbo respicere, que combina re- (para trás) e specere (olhar ou ver), a palavra denota, de forma mais literal, o ato de olhar novamente, observar ou prestar atenção em algo ou alguém. Esse sentido original de “consideração” ou “atenção cuidadosa” evoluiu para o conceito de respeito como o entendimento e reconhecimento do valor ou da dignidade de uma pessoa, ideia ou regra. Enfim, o distanciamento necessário entre o Eu e Outro.

    Na tradição filosófica e ética, o respeito se relaciona à ideia de reconhecimento e consideração pelas normas, direitos ou sentimentos dos outros, e também se expandiu para se aplicar a normas sociais, culturais e morais. O conceito de privacidade, que antes implicava um espaço de introspecção e de construção da identidade, se transforma em uma vitrine. O sujeito moderno, que antes encontrava realização na construção de uma identidade estável, agora busca validação nas reações efêmeras e nos “likes”. Segundo Bauman, nossa época é marcada pela precariedade e superficialidade das relações humanas. Na sociedade líquida, relacionamentos e conexões humanas são tratados como mercadorias, algo facilmente substituível e transitório. Essa lógica de consumo, aplicada aos relacionamentos, resulta na criação de laços mais frágeis, onde as conexões são desfeitas tão rapidamente quanto são estabelecidas.

    Na era da pós-modernidade líquida, onde nada é estável, o desafio está em construir uma identidade própria que não dependa exclusivamente das reações externas. Em vez de buscar segurança na aprovação alheia, Bauman sugere a importância de redefinir nossos laços e reencontrar o valor do compromisso e da intimidade verdadeira. O conceito de pós-modernidade proposto por Bauman nos desafia a refletir sobre os valores que orientam nossa relação com o outro e conosco mesmos. A exposição da intimidade, fruto das novas tecnologias e do desejo de aceitação, redefine o modo como entendemos a privacidade e coloca em questão a autenticidade de nossas relações. Pior, apela-se para o terrorismo cultural exigindo reconhecimento, fruto de um profundo narcisismo, produzindo uma era onde o efêmero é a regra. A mensagem de Bauman ecoa como um convite para reconstruir uma sociedade onde os laços são mais profundos, onde a intimidade é preservada, e onde a verdadeira conexão humana possa florescer. A pós-modernidade não é apenas uma fase histórica, mas um reflexo de nossa maneira de ser e estar no mundo. Cabe a nós decidirmos o que queremos preservar e que caminhos desejamos traçar para o futuro das relações humanas.

    Para isso, as instituições e os cidadãos precisam reagir. O que aconteceu na Brigada de Paraquedistas e na Universidade Federal do Maranhão, diante de professores universitários, que são funcionários federais submetidos a Lei 8.112 é criminoso, uma vez que a na Lei 8.112/1990, que regula o regime jurídico dos servidores públicos federais no Brasil, a expressão "manter o decoro" refere-se ao comportamento esperado dos servidores, especialmente em sua conduta e postura profissional. Manter o decoro na repartição implica agir com integridade, respeitar as normas e os colegas, e não adotar comportamentos que comprometam a moralidade e o ambiente de trabalho. O artigo 116, inciso IX, da Lei 8.112/1990, afirma que é dever do servidor “manter conduta compatível com a moralidade administrativa”. Isso abrange desde o respeito com colegas até a adequada utilização de recursos e instalações da repartição. A violação do decoro pode resultar em sanções disciplinares, que vão desde advertências até demissão, dependendo da gravidade do comportamento inadequado. Na prática, isso significa que o servidor deve agir com honestidade, transparência, e não se envolver em atos que possam comprometer a sua imparcialidade, como aceitar vantagens indevidas ou praticar atos de assédio moral ou sexual. A lei exige, assim, que o servidor público mantenha um padrão de conduta que inspire confiança na administração pública e promova um ambiente de trabalho ético e eficiente. È muito importante conduzir o processo garantindo a ampla defesa dos envolvidos, mas se for o caso, devem ser exonerados do cargo. A conivência com uma performance pornográfica dentro da repartição pública não pode ser considerada como comportamento adequado para um pesquisador/educador.

    É importante lembrar que se esta performance estivesse em outro espaço, que não fosse a repartição pública não se estaria questionando tal comportamento. Mas as instituições federais, que representam nossa democracia já tão abalada e precária, precisam ser preservadas. Uma coisa é certa: as Universidades Federais nunca tiveram tão distantes do mundo real e da população brasileira que as sustentam com impostos pesados, sendo a maioria pagos pelos mais pobres.

     

    [1] https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/universidade-federal-suspende-programa-apos-travesti-educar-com-o-c

     

    Prof. Dr. Wellington Lima Amorim 

    Professor Associado

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    E-mail: wellington.amorim@gmail.com

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  • COMUNICADO - SOBRE A REVISTA HÚMUS, CADERNOS BAUMAN, REVISTA AGON, REVISTA EVOCATIO

    2024-10-21

    COMUNICADO - REVISTA AGON, REVISTA EVOCATIO, REVISTA HUMUS, CADERNOS BAUMAN

    Prezados pesquisadores e colaboradores!

    Entro em contato para firmar o compromisso com as publicações que devem atender a sua periodicidade sem atraso. Porém, para que isto ocorra é necessário o compromisso te todos, inclusive dos pesquisadores:

    - Os artigos devem ser formatados conforme a solicitação da revista: https://seer.ufrgs.br/index.php/agon/about (Diretrizes para autores); Nós editores temos o prazer em ajudar e acreditamos no dever de corrigirmas nunca de realizar a formatação que é de responsabilidade dos autores.

    - As revistas serão indexadas na Web of Sciense, Miguilin, Diadorim, Google, Latindex, Capes e no sistema Qualis. Para isso, é preciso o compromisso de todos com o envio dos artigos e as correções solicitadas dentro do prazo definido pelos editores. 

    - Os editores são: Profa Diana, Profa. Daniel, Prof. Silas, Prof. Wellington, Prof. Maria Aparecida. Que avaliam, lêem todos os trabalhos, buscam uma segunda avaliação entre os colegas editores ou ad hoc, para posterior publicação.

    Revista Agon: https://seer.ufrgs.br/index.php/agon/index

    Revista Evocatio: https://seer.ufrgs.br/index.php/agon/index

    Revista Humus: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/

    - Revista Cadernos Bauman: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/bauman

    ATENÇÃO: Precisamos de artigos para a Revista Cadernos Bauman, devido ao imbroglio com a Universidade Federal do Maranhão, estamos com edições atrasadas e o tempo é escasso.

    Grato por sua compreensão 

    Wellington

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  • COMUNICADO - SOBRE A REVISTA HÚMUS E CADERNOS BAUMAN

    2024-10-19

    Prezados colaboradores e pesquisadores!

    Acabamos de publicar a primeira edição de 2024!

    Quero agradecer ao Prof. Dr. Aruanã e Prof. Dr. Silas pelo engajamento e ajuda neste processo!

    Foram publicados 15 artigos.

    Algumas orientações:

    - Se você não recebeu nenhum pedido de correção ou ajuste é porque seu artigo ainda será lido e editado!

    - Aqueles que não enviaram seus artigos com as correções e ajustes dentro do prazo estipulado ficaram de fora e novamente ser emitido um novo contato com os autores para publicarem seus artigos.

    - Ainda será publicado duas edições esse ano, a segunda edição de 2024 e a terceira edição de 2024. Mas isto somente ocorrerá em novembro.

    Logo, os trabalhos serão retomados na primeira semana de novembro. Onde pretendo dar conta das duas edições da Revista Húmus até o final de novembro.

    Em tempo: 

    Temos duas novas revistas que precisam de 5 artigos em cada revista para fechar sua ultima edição do ano, são elas:

    - Revista Agon: https://seer.ufrgs.br/index.php/agon/index

    - Revista Evocatio: https://seer.ufrgs.br/index.php/evocatio/index

    Por fim, temos a revista que precisará da ajuda e engajamento de todos para dar conta das edições atrasadas.

    - Cadernos Zigmunt Bauman: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/bauman 

    Grato 

    Prof. Dr. Wellington Lima Amorim

     

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  • COMUNICADO - SOBRE A REVISTA HÚMUS E CADERNOS BAUMAN

    2024-10-18

    Boa noite! Amanhã, 19/10/2024, pretemos colocar no ar a primeira edição referente ao ano de 2024 da Revista Húmus.

    Foram selecionados 17 artigos para publicação. No entanto, estou dependendo de 6 pesquisadores reenviarem para meu email institucional - wellington.amorim@ufrgs.br - os artigos com as correções solicitadas.

    Preciso destas produções até o meio dia de amanhã, 19/10/2024. Aqueles que não enviarem irão para o final da fila. E darei preferências a outros autores. 

    Estamos com o tempo contado e necessitamos da compreensão e agilidade de todos!

    Grato por sua compreensão

    Wellington

     

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  • COMUNICADO - SOBRE A REVISTA HÚMUS E CADERNOS BAUMAN

    2024-10-15

    Prezados pesquisadores e colaboradores!

    Comos é do conhecimento de todos, foi depois de uma longa contenda com a Universidade Federal do Maranhão, que durou dois anos, primeiro com a minha remoção para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e depois com a paralização das atividades das revistas mencionadas que o bom senso foi restabelecido e a UFMA autorizou que eu atualizasse as edições atrasadas dos últimos dois anos devido a paralisação das Revista Húmus e Cadernos Bauman.

    A partir de 2025 as revistas continuarão, em nova plataforma, disponibilizada  na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    Sendo assim, pedimos a todos os pesquisadores cadastrados na plataforma que enviem seus artigos nas áreas de Literatura, Direito, Psicanálise, Filosofia e Desenvolvimento Regional. Artigos interdisciplinares sempre são bem vindos.

    Neste momento fechamos as edições atrasadas da Revista Húmus, relativo as três edições de 2023.

    Podem ser consultadas nos links:

    - https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/issue/view/956

    - https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/issue/view/957

    - https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/issue/view/958

    A partir do dia 17/10, iniciaremos o acolhimento dos artigos que serão publicados referentes as três edições previstas para 2024. Todos os artigos serão pré-aprovados.

    Nossa intenção é publicar 10 artigos por edição. Aqueles que não forem contemplados em 2024, serão avaliados para que sua possível publicação seja em 2025.

    Quero agradecer a todos pela ajuda e o engajamento que tiveram em enviar os seus artigos!

    Em especial ao amigo Prof. Msc. Paulo Silas!

    A REVISTA É CLASSIFICADA COMO A3 PELA CAPES.

    Vamos tentar manter esta classificação ou melhorá-la!

    Divulguem nosso trabalho!

    Prof. Dr. Wellington Lima Amorim

     

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  • ORIENTAÇÕES - ATUALIZAÇÃO DAS EDIÇÕES 2023

    2024-10-13

    Prezados colaboradores

    - Estou com as três edições de 2023 para serem lançandas na próxima semana;

    - Para que isto ocorra necessito que aqueles autores que solicitei revisões e correções, realizem as tarefas no prazo estipulado;

    - Caso isto ocorra dentro do prazo de 24 horas, na terça estarei realizando as últimas edições para lançar as edições de 2023;

    - Advertência: os autores continuam não apresentando o cuidado necessário no Estado da Arte de seus artigos. Não colocando nas fontes, espaçamentos e a letra adotada pela revista antes de enviar os artigos. Solicito que vejam as normas da revista, bem como não retirem da formatação que o editor realizou antes de enviar para solicitar correções e revisões.

    No aguardo!

    Boa semana! 

    Prof. Dr. Wellington Lima Amorim

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  • NOTA TÉCNICA AOS AUTORES DA REVISTA HÚMUS E CADERNOS BAUMAN

    2023-04-20

    Os editores da Revista Húmus e Cadernos Bauman estão a frente da edição das revistas, Humus e Bauman, desde 2011, perfazendo um total de 11 a 12 anos aproximadamente, desde sua fundação até a última edição em 2022. As revistas foram fundadas pelos editores, antes que os mesmos, Prof. Dr. Wellington Lima Amorim e Prof. Dr. Renato Nunes-Bittencourt, estivessem inseridos no sistema federal de ensino. Com a minha remoção para a Universidade Federal do Maranhão para a Universidade Rio Grande do Sul e segundo parecer técnico da Central de Bibliotecas da Universidade Federal do Maranhão deveríamos seguir a seguinte orientação:

     

    Encerrar a Cadernos Zygmunt Bauman e a Revista Húmus e manter as edições do volume 1 (publicado em 2013) até o volume 12 (publicado em 2022) das respectivas revistas no Portal de Periódicos Eletrônicos da UFMA, uma vez que foram criadas e hospedadas no referido Portal e com ônus do Digital Object Identifier (DOI) prefixo UFMA https://doi.org/10.18764/ a partir do volume 12 das edições de 2022. E a continuidade das edições dar-se-á sem migração e ônus para a UFMA, posto que os editores poderão pleitear a inclusão das revistas em caráter de continuidade a partir do volume 13(2023) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.”

     

    Porém contrariando o parecer do Conselho Gestor da Central de Bibliotecas da Universidade Federal do Maranhão, o reitor decidiu:

     

    Indeferir o pedido do Sr. Wellington Lima Amorim, uma vez que as revistas Húmus e Cadernos Zygmunt Bauman são institucionalizadas e pertencem à UFMA, tratando-se de  interesse público, com fulcro nos arts. 49 e 50 da Lei 9.784/99 e art. 8º, I, da Resolução nº 1890-CONSEPE.”

     

    Sendo assim, existe um impasse jurídico, uma vez que a referida resolução citada em epígrafe foi promulgada em 2019 e as revistas não estão vinculadas a nenhum departamento ou programa de pós-graduação e mesmas existem com data anterior a esta resolução, e ainda, os editores nunca transferiram a titularidade de suas revistas para a Universidade Federal do Maranhão. Não existiu nenhum procedimento da UFMA que indique esta transferência para a referida Universidade, como é orientado pelo Centro Brasileiro do ISSN: 

     

    “No caso de transferência de titularidade, isto é, mudança da editora ou do autor coorporativo, o Centro Brasileiro do ISSN (CBISSN) deverá ser informado por meio de correspondência devidamente assinada por ambas as partes e com assinaturas autenticadas em cartório. O documento de solicitação de Transferência de Titularidade de Editora deve ser enviado pelos correios” para o Centro Brasileiro do ISSN. E ainda, “O título está protegido por copyright uma vez que lhe foi atribuído um ISSN? Não há nenhuma ligação entre copyright e ISSN. Portanto, não há copyright ou proteção do título com a atribuição do ISSN.”

     

    Logo, os editores decidiram por unanimidade suspender as publicações da revista até que esse impasse seja resolvido. Procuraremos analisar qual os meios jurídicos disponíveis para garantir a continuidade da produção acadêmica hoje obliterada e inviabilizada pela decisão da Reitoria.

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