DESENVOLVIMENTO PLENO DO ESTUDANTE NA BNCC: notas críticas
Résumé
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil e Ensino Fundamental, aprovada pelo Ministério da Educação (MEC), em 2017, traz em seu bojo o perfil de aluno que se quer formar para a sociedade do século XXI. Sendo uma normativa a ser incorporada pelas redes e instituições de ensino do país, nos propomos analisar criticamente a concepção de desenvolvimento pleno do estudante conforme consta no referido documento, a qual pauta-se no conceito de Educação Integral. Buscando desvelar seus significados e consequências para a formação dos estudantes brasileiros, depreendemos do documento que, para o desenvolvimento pleno, a escola deverá focar menos em ensinar os conteúdos dos componentes curriculares e mais no desenvolvimento de competências gerais e específicas como direitos essenciais. O estudante é compreendido de forma abstrata, ao se negar a realidade concreta, o que compromete o ensino efetivo e, consequentemente, a aprendizagem e o desenvolvimento do psiquismo.
Téléchargements
Références
ANDERY, Maria Amália Pie Abib et. al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
BANCO MUNDIAL. Aprendizagem para todos: investir nos conhecimentos e competências das pessoas para promover o desenvolvimento; estratégia 2020 para a educação do Grupo Banco Mundial: resumo executivo. Washington, DC: Banco Mundial, 2011.
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Documento Completo. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ Acesso em: 21 de jun. de 2021.
CASTRO, Maria Helena Guimarães. Breve histórico do processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular no Brasil. Em Aberto, v.33, n. 107, p. 95-112, jan./abr. 2020. Disponível em: http://emaberto.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/view/4557/3777
Acesso em: 21 de jun. de 2021.
CHOSSUDOUSKY, M. A globalização da pobreza. Impactos das reformas do FMI e do Banco Mundial. São Paulo, 1999.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. 16. ed. São Paulo: Loyola, 1993.
NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia política: uma introdução crítica. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
MARSIGLIA, A. C. G. Um quarto de século de construtivismo como discurso pedagógico oficial na rede estadual de ensino paulista: análise de programas e documentos da Secretaria de Estado da Educação no período de 1983 a 2008. 2011. Tese (Doutorado em Educação Escolar) – Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Araraquara, 2011.
MARTINS, Lígia Márcia. O desenvolvimento do psiquismo e a educação escolar: contribuições à luz da psicologia histórico-cultural e da pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2013.
PETERNELLA, Alessandra. Crise da pedagogia e suas implicações à formação do pedagogo no início do século XXI. Tese (doutorado em educação). Universidade Estadual de Maringá: Maringá, 2016.
TULESKI, Silvana Calvo. EIDT, Nádia Mara. A periodização do desenvolvimento psíquico: atividade dominante e a formação das funções psíquicas superiores. In. MARTINS, Lígia Márcia. ABRANTES, Angelo Antonio. FACCI, Marilda Gonçalves Dias. Periodização histórico-cultural do desenvolvimento psíquico: do nascimento à velhice. Campinas, SP: Autores Associados, 2016.
TOUSSAINT, E. A bolsa ou a vida: a dívida externa do terceiro mundo: as finanças contra os povos. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.
SANCHEZ VÁSQUEZ, Adolfo. Filosofia da Práxis. 1. ed. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO); São Paulo: Expressão Popular, 2007.
SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best Seller, 1999.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 10 ed., Campinas, SP: Autores associados, 2008.
SILVA, Ileizi Fiorelli. NETO, Henrique Fernandes Alves. O processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no Brasil e a sociologia (2014 a 2018). Espaço do Currículo, v.1 3, p. 262-283, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/51545 Acesso em: 21 de jun de 2021.
UNESCO. Declaração mundial de educação para todos. Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Tailândia, 1990.
VIGOTSKI, Levi Seminovitch. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2000.