Tecnologias de reaparecimento: a herança revolucionária dos mortos e desaparecidos políticos
DOI:
https://doi.org/10.18764/2447-6498.v10n2.2024.27Palabras clave:
Desaparecidos políticos, Tecnologia de reaparecimento, Necrogovernamentalidade, Vala de Perus, Suplemento biográficoResumen
A história das colônias europeias na América e na África mostrou como se faz uma gestão da morte e da precarização da existência para garantir o controle de uma sociedade. A. Mbembe(2018) chamou essa política de estado de necropolítica. No caso dos regimes autoritários latino-americanos (como a ditadura militar brasileira), a tática necropolítica, ganha o formato de uma estratégia necrogovernamental, através da tecnologia de desaparecimento dos mortos pelo gerenciamento do destino de cadáveres. Neste artigo discutiremos a investigação de Fábio Franco (2021) acerca dos mortos e desaparecidos políticos encontrados na vala clandestina de Perus, no cemitério Dom Bosco, em São Paulo. Como antídoto a essa tecnologia de desaparecimento gerida pelo Estado, propomos as “tecnologias de reaparecimento”, a partir das reflexões de Vinciane Despret (2023), que operam como resistência à necrogovernamentalidade ao aproximar os vivos dos mortos, recuperando suas histórias e a herança deixada por eles.
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