SISTEMAS ALIMENTARES, SUPERMERCADOS E AGRICULTURA FAMILIAR: uma investigação bibliográfica nas ciências econômicas e sociais
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2865v28n2.2024.52Palavras-chave:
Sistemas alimentares, supermercados, agricultura familiarResumo
Este artigo tem como objetivo investigar o surgimento, na literatura das ciências econômicas e sociais, do debate relacionado aos sistemas alimentares, supermercados e agricultura familiar. Os resultados da investigação bibliográfica indicam duas principais convergências entre as pesquisas econômicas e sociológicas. Primeiramente, há uma compreensão compartilhada de que a concepção de sistemas alimentares está diretamente relacionada ao conjunto de agentes, recursos, fluxos, insumos, políticas, símbolos e padrões culturais resultantes dos processos de produção, agroindustrialização, distribuição e consumo alimentar. Em segundo lugar, no que diz respeito à relação entre supermercados e agricultura familiar, observa uma compreensão de que as políticas de compras das grandes redes supermercadistas tendem a prejudicar a inserção e a permanência dos produtos de origem familiar.
Downloads
Referências
AVELHAN, B. L.; ZYLBERSZTAJN, D. Análise teórica acerca da efetividade das normas formais ambientais: a ótica da nova economia institucional. In: SEMINÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO – SEMEAD, 15., 2012, São Paulo: Anais Eletrônicos... São Paulo: EAD/FEA/USP, 2012.
BARRETT, C. B. et al. Smallholder participation in agricultural value chains: comparative evidence from three continents. University Library of Munich, Germany, 2010.
BELIK; W.; SANTOS, R. R. Regional market strategies of supermarkets and food processors in extended MERCOSUR. Development Policy Review, v. 20, n.4: p. 515-528, 2002.
BELIK, W. Muito além da porteira: mudanças nas formas de coordenação da cadeia agrolimentar no Brasil. 1999. 144 p. Tese (Livre-docência). Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999.
BENCHARIF, A.; RASTOIN, J. L. Concepts et méthodes de l’analyse de filières agroalimentaires: application par la chaîne globale de valeur au cas des blés en algérie. Unité Mixte de Recherche Moisa, 2007.
BURCH, D.; DIXON, J.; LAWRENCE, G. Introduction to symposium on the changing role of supermarkets in global supply chains: from seedling to supermarket: agri-food supply chains in transition. Agriculture and Human Values, v. 30, n. 2, p. 215-224, 2012.
BURCH, D.; LAWRENCE, G. (Eds). Supermarkets and agri-food supply chains: transformations in the production and consumption of foods. Cheltenham, UK; Northampton, MA, USA, Ed. Edward Elgar, 2007.
BURCH, D.; LAWRENCE, G. Supermarket own brands, supply chains and the transformation of the agri-food system. The International Journal of Sociology of Agriculture and Food, v. 13, n. 1, p. 1-18, 2005
CAVALCANTI, J. S. B. Globalização e ruralidade. In: WANDERLEY, M. de N. B. (Org.). Globalização e desenvolvimento sustentável: dinâmicas sociais rurais no Nordeste brasileiro. Campinas: Polis/UNICAMP, 2004a. p. 17-32.
CAVALCANTI, J. S. B. New challenges for the players in global agriculture and food. The International Journal of Sociology of Agriculture and Food, v. 12, p. 29-36, 2004b.
CONSTANCE, D.; HEFFERNAN, W. Las empresas transnacionales y la globalización del sistema alimentario. In: BONNANO, A. (Coord.). Globalización del sector agrícola y alimentario. Madrid: Serie Estudios, 1994. p. 105-144.
DAVIS, J. H.; GOLDBERG, R. A. A Concept of Agribusiness. Division of Research. Graduate School of Business Administration. Boston: Harvard University, 1957.
DIXON, J. Authority, power and value in contemporary industrial food systems. The International Journal of Sociology of Agriculture and Food, v. 11, p. 31-39, 2003.
DIXON, J. Reflexive Accumulation and Global Restructuring: Retailers and Cultural Processes in the Australian Poultry Industry. Rural Sociology, v. 64, n. 2, p. 320-333, 1999a.
DIXON, J. A cultural economy model for studying food systems. Agriculture and Human Values, v. 16, n. 2, p. 151-160, 1999b.
ELDER, S. D. The impact of supermarket supply chain governance on smallholder farmer cooperatives: the case of Walmart in Nicaragua. Agriculture and Human Values, v. 36, n. 2, p. 213-224, 2019.
FRIEDLAND, W. H. Reprise on commodity systems methodology. The International Journal of Sociology of Agriculture and Food, v. 9, p. 82-103, 2001.
FRIEDLAND, W. H. La transnacionalización de la producción agricola: palincesto del estado transnacional. The International Journal of Sociology of Agriculture and Food, v. 1, p. 59-70, 1991.
FRIEDLAND, W. H. Commodity Systems Analysis: An Approach to the Sociology of Agriculture. In: SCHWARZWELLER, H. K. (Ed.). Research in rural sociology and development: a research annual. Greenwich, Connecticut: JAI Press, 1984. p. 221–235.
FRIEDMANN, H.; McMICHAEL, P. Agriculture and the state system: the rise and decline of national agricultures, 1870 to the present. Sociologia Ruralis, v. 29, n. 2, p. 93-117, 1989.
GREEN, R. H.; SANTOS, R. M. R. Bresil, un systeme agro-alimentaire en transition. Paris: Editions de Tiheal, 1993.
HAZELL, P. et al. The future of small farms: trajectories and policy priorities. World Development, v. 38, n. 10, p. 1349-1361, 2010.
KAGEYAMA, A. A.; SILVA, J. G. Do complexo rural aos complexos agroindustriais. In: SILVA, J. G. (Orgs). A nova dinâmica da agricultura brasileira. 2 ed. Campinas: UNICAMP, 1998. p. 1-40.
LAWRENCE, G.; DIXON, J. The political economy of agri-food: Supermarkets. In: BONANNO, A.; BUSCH, L (Eds.). Handbook of the international political economy of agriculture and food. UK: Edward Elgar Publishing, 2015.
LINHARES, M. Y. L. História do abastecimento: uma problemática em questão (1530-1918). Brasília: Binagri Edições, 1979a.
LINHARES, M. Y. L.; SILVA, F. C. T. História política do abastecimento (1918-1974). Brasília: Binagri Edições, 1979b.
LIVERPOOL-TAISE, L. S. O. et al. A scoping review of market links between value chain actors and small-scale producers in developing regions. Nature Sustainability, v. 3, n. 10, p. 799-808, 2020.
MALASSIS, L. A longa marcha dos camponeses franceses. São Paulo: Via Lettera, 2003.
MALASSIS, L.; GHERSI, G. Sociétés et économie alimentaire. Économie Rurale, v. 255, n. 1, p. 54-60, 2000.
MALASSIS, L. Les trois âges de l’alimentaire. Agroalimentaria, v. 96, n. 2, p. 3-5, 1996.
MALASSIS, L. Alimentar os homens. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.
MALASSIS, L. Food systems analysis. Working Paper Series, n. 286. Department of Agricultural Economics. Berkeley, University of California, 1983. 39 p.
MALASSIS, L. Economie agro-alimentaire i: economie de la consummation et la production agro-alimentaire. Paris: Éditions Cujas, 1973.
MARAFON, G. J. Industrialização da agricultura e formação do complexo agroindustrial no Brasil. Geo UERJ, n. 3, 1998.
McMICHAEL, P. Regimes alimentares e questões agrárias. São Paulo: EDUNESP, 2016.
MÜLLER, G. Observações sobre a noção de Complexo Agroindustrial. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 8, n. 1/3, p. 28-47, 1991.
NAVARRO, Z. Meio século de interpretações sobre o rural brasileiro (1968-2018). Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 57, p. 472-489, 2019.
NEWBY, H. El desafio de la sociologia rural en la actualidad. Comércio Exterior México, v. 32, n. 4, p. 347-356, 1982.
PERES, J.; MATIOLI, V. Donos do mercado: como grandes supermercados exploram trabalhadores, fornecedores e a sociedade. São Paulo: Elefante, 2020.
PRITCHARD, W. N. The emerging contours of the third food regime: evidence from Australian dairy and wheat sectors. Economic Geography, v. 74, n. 1, p. 64-74, 1998.
PRITCHARD, W. N. Shifts in food regimes, regulation, and producer cooperatives: insights from the Australian and US dairy industries. Environment and Planning A, v. 28, n. 5, p. 857-875, 1996.
RASTOIN, J. L. Louis Malassis (1918-2007): Presidente-fundador de la Asociación Internacional de Economía Alimentaría y Agroindustrial (AIEA2). Agroalimentaria, v. 13, n. 26, p. 13-16, jun. 2008.
REARDON, T. et al. Agrifood industry transformation and small farmers in developing countries. World Development, v. 37, n. 11, p. 1717-1727, 2009.
SCHNEIDER, S. Da crise da sociologia rural à emergência da sociologia da agricultura: reflexões a partir da experiência norte-americana. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 14, n. 2, p. 225-256, 1997.
SAUER, S. Agricultura familiar versus agronegócio: a dinâmica sociopolítica do campo brasileiro. Brasília: EMBRAPA, 2008.
TOURINHO, M. M.; CRUZ, L. Sociologia da Agricultura: um novo enfoque para a sociologia rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 24, n. 2, p. 251-266, 2019.
WANDERLEY, M. de N. B. Raízes Históricas do Campesinato no Brasil. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS. 20, 1996, Caxambu. Anais Eletrônicos... Caxambu, 1996.
WILKINSON, J. O estado, a agricultura e a pequena produção. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008.
ZYLBERSZTAJN, D.; MACHADO FILHO, C. P. Ações coletivas: o papel das associações de interesse privado no agribusiness. São Paulo: Pioneira, 1998
ZYLBERSZTAJN, D. Estruturas de governança e coordenação do agribusiness: uma aplicação da nova economia das instituições. São Paulo: USP, 1995.
ZYLBERSZTAJN, D. Organização de cooperativas: desafios e tendências. Revista de Administração, v. 29, n. 3, p. 23-32, 1994.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS
REVISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Termo de Transferência de Direitos Autorais
Como condição para a submissão, os autores devem declarar a autoria do trabalho e concordar com o Termo de Cessão de Direitos Autorais, marcando a caixa de seleção após a leitura das cláusulas)
- Declaro que participei da elaboração do trabalho referido, em parte ou no todo; que não omiti qualquer ligação ou acordo de financiamento entre os autores e instituições ou empresas que possam ter interesses na publicação desse trabalho;
- Declaro tratar-se de texto original, isento de compilação, em parte ou na íntegra, de minha autoria ou de outro (os) autor (es);
- Declaro que o texto não foi enviado a outra revista (impressa ou eletrônica) e não o será enquanto a possibilidade de sua publicação esteja sendo considerada pela RPP;
- Declaro que transfiro os direitos autorais do trabalho especificado para a RPP, comprometendo-me a não reproduzir o texto, total ou parcialmente, em qualquer meio de divulgação, impresso ou eletrônico, sem prévia autorização dessa Revista.
- Declaro que tenho conhecimento que a cessão do texto à RPP é gratuita e, portanto, não haverá qualquer tipo de remuneração pela sua utilização.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.