POR ONDE ANDA NOSSA MEMÓRIA?

Authors

Keywords:

Leo, Morte, Memória, Cronotopo, Ditadura.

Abstract

A memória literária, ainda, é uma polêmica para os estudos sobre a Ditadura militar brasileira (1964 a 1985). Neste artigo, analisaremos a morte da memória cronotópica no romance histórico Aos meus amigos (2008), da escritora Maria Adelaide Amaral, em meio ao suicídio do protagonista Leo cujos amigos Flora, Lena, Lúcia, Beny, Tito e Ivan passam a recordar de algumas circunstâncias, no velório e, também, durante a confraternização na casa de Lúcia. Circunstâncias que refletem os efeitos de continuidade e descontinuidade do sonho revolucionário. Baseamo-nos nos estudos de Bakhtin (1988), Benjamin (2013) e Franco (2003) que estabelecem a importância sobre cronotopo, história e memória literária para o sujeito social. Percebemos que o sujeito social vem desnutrindo a sua memória discursiva, a ponto de cair em um Alzheimer infinito.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

John David Peliceri da Silva, Unesp (IBILCE)

Professor de Língua Portuguesa e Língua Inglesa e suas respectivas Literaturas pelo IMES-FAFICA (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Catanduva), Bacharel em Direito, Mestre em Letras pela UNESP / FCL de Assis-SP, doutorando em Letras pela UNESP / IBILCE em São José do Rio Preto-SP e professor em Catanduva-SP e Novo Horizonte-SP.

Nelson Luís Ramos, Unesp (IBILCE)

Nelson Luís Ramos concluiu o doutorado em Letras [Sjrp] pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho em 2001. Atualmente é Professor Assistente-Doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho junto ao Departamento de Letras Modernas, responsável pelas disciplinas de Língua Francesa (Letras) e Cultura Francesa (Tradutor). Publicou 4 artigos em periódicos especializados e 13 trabalhos completos em anais de eventos, além de 1 resumo expandido e 55 resumos em anais de congressos. Possui 2 livros e 01 capítulo de livro publicados. Possui 36 itens de produção técnica. Participou de 75 eventos no Brasil e 1 no exterior. Orientou 2 Dissertações de Mestrado, 01 Tese de Doutorado e 12 trabalhos de iniciação científica nas áreas de Letras, Linguística e Artes. Atua na área de Letras, com ênfase em Literatura Acadiana e Questões de Identidade e em Língua e Cultura Francesa. Em suas atividades profissionais interagiu com 1 colaborador em co-autorias de trabalhos científicos. Em seu currículo Lattes os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: vocabulário, língua francesa, literatura brasileira, simbolismo, literatura quebequense, literatura comparada, identidade e campo léxico. Foi Coordenador do Curso de Licenciatura em Letras do IBILCE de 04/2013 a 04/2015, período em que conduziu a Reestruturação do Curso com vistas à adequação à Deliberação 111 do CEE-SP. Foi Presidente da Comissão de Reestruturação do Curso de Licenciatura em Letras do IBILCE de 06/2013 a 03/2016, atuando intensamente na remodelação do Curso tendo em vista sobretudo a adequação à Deliberação 111 do CEE-SP bem como outras decorrentes do Conselho Federal de Educação. Foi membro da Banca de Elaboração das Provas de "Língua Portuguesa e Redação" e, posteriormente, de "Linguagens e Códigos" do Vestibular da UNESP de 1999 a 2012, enfatizando principalmente a interdisciplinaridade no trabalho efetuado.

References

AMARAL, Maria Adelaide. Aos meus amigos. Editora Globo, 2008.

ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Tradução Paulo Soethe. Campinas: Editora da Unicamp, 2011.

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética. A teoria do romance. São Paulo: Editora Hucitec, 1988.

BENJAMIN, Walter. Origem do drama barroco alemão. São Paulo: Editora Autêntica, 2013.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil Platôs – capitalismo e esquizofrenia. Tradução Aurélio Guerra e Célia Pinto Costa. Rio de Janeiro, 1995.

FRANCO, Renato. Literatura e catástrofe no Brasil: anos 70. In: Seligmann-Silva, Márcio. História, memória, literatura: o testemunho na era das catástrofes. Campinas: Editora UNICAMP, 2003.

FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. In: ______. Sigmund Freud Obras Completas. Vol. 12. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução Irene Ferreira et al. 5.ed. Campinas: Ed. Unicamp: 2003.

SCHOPENHAUER, Artur. O mundo como vontade e representação. Tradução Wolfang Leo Maar. São Paulo: Abril, 1974.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. História, memória, literatura: O testemunho na era das catástrofes. Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp, 2003.

SPERBER, Suzi. Ficção e razão: uma retomada das formas simples. São Paulo: Hucitec, 2009.

Published

2021-03-01

How to Cite

DA SILVA, John David Peliceri; RAMOS, Nelson Luís.
POR ONDE ANDA NOSSA MEMÓRIA?
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, v. 6, n. 18, p. 234–257, 1 Mar. 2021 Disponível em: http://cajapio.ufma.br/index.php/afluente/article/view/15682. Acesso em: 6 nov. 2024.

Issue

Section

Dossiê Literatura, Escritura e Memória