A FEMINILIZAÇÃO URBANA BURGUESA, COM REALCE À VANGUARDA FEMINISTA NORTE RIO GRANDENSE
Palavras-chave:
urbano, cidade, feminismo, política, rio grande do norteResumo
Oferecemos uma reflexão histórica sobre a vanguarda feminista norte rio-grandense nos espaços urbanos, aportada na representação do capitalismo concorrencial e da burguesia industrial. As lutas feministas compõem um modo de urbanidade que transgride práticas segregatórias nos espaços das cidades. Os movimentos de vanguarda ocorridos nesse recorte geográfico com suas notáveis representantes – Auta de Souza, Zila Mamede, Nízia Floresta e Celina Guimarães Viana – anunciam centelhas das transformações socioespaciais na luta pela emancipação. Pertencentes a um grupo estigmatizado nos estudos do feminismo do Brasil, consideradas parte de um “feminismo difuso” distante das questões da classe e da raça, as burguesas materializaram ações com uma rica trajetória por direitos sociais; vivenciaram tensões sociais, representações e lutas políticas construtoras de um arsenal de disputas dinamizadoras de um espaço em que se constituiu o primeiro voto feminino no Brasil, no ano de 1927, fato que repercutiu mundialmente. O que abriu as portas para uma nova urbanidade, com a representação das mulheres no cenário político atual. A vanguarda se mantém como parte das transformações operadas com a luta feminista mediada pelo acúmulo do tempo no espaço contemporâneo. Hoje, o estado tem como representante maior do governo uma mulher, concomitante, possui a maior bancada parlamentar municipal representada por mulheres em nível de país.
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