SARTRE LEITOR DE HEGEL: a recepção hegeliana em o Ser e o Nada
Resumo
Almeja-se, no presente artigo, investigar o estatuto da recepção hegeliana pelo pensamento de Jean-Paul Sartre, em O ser e o nada, especificamente sobre como o hegelianismo contribui para as teses fenomenológicas da ontologia madura, de 1943. Em um primeiro momento, aborda-se a maneira ambígua com que Sartre se apropriou de maneira indireta do pensamento de Hegel paralelamente aos cursos de Kojève, os quais o filósofo francês não assistiu. Em seguida, busca-se apresentar a presença de Hegel nas formulações teóricas de O ser e o nada, tal como alguns movimentos críticos presentes na seção “A concepção dialética de nada [néant]”. Intersubjetividade, negação, Outro e a tentativa sartriana de superação ao solipsismo envolvem um contato com o pensamento de Hegel que ainda é pouco dimensionada. Em suma, constata-se uma aproximação pouco profunda de Sartre com as teses de Hegel, ao mesmo tempo que o filósofo alemão se configura fundamental para a elaboração das teses de O ser e o nada.
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