Holocausto, trauma e Cultura Psicanalítica
uma análise dos quadrinhos underground de Art spiegelman
DOI:
https://doi.org/10.18764/2525-3441v9n26.2024.23Palavras-chave:
Histórias em quadrinhos, Psicanálise, Cultura psicanalítica, Autobiografias, ContraculturaResumo
Este artigo trata tem como objetivo analisar a maneira como ideias vindas da psicanálise serviram a artistas da contracultura estadunidense dos anos 1960 e 1970 como ferramenta capaz de moldar e legitimar suas críticas às normas sociais vigentes naquele momento. De maneira mais específica, o artigo aponta suas lentes para as histórias em quadrinhos (HQs) do cartunista Art Spiegelman, conhecido por seu premiado Maus: A história de um sobrevivente. O foco desta análise, contudo, está na obra produzida por Spiegelman quando ainda fazia parte do movimento dos quadrinhos underground, formado por jovens rebeldes que produziam revistas marginais com histórias sobre sexo, drogas e violência. O artigo parte do conceito de cultura psicanalítica, para demonstrar as maneiras pelas quais a arte e ideias da psicanálise serviram naquele contexto como instrumentos numa luta por mudanças culturais que pudessem tornar possível a existência de um modelo de sociedade mais justo.
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