DECADÊNCIA E RESISTÊNCIA: O ESTERTOR DA BELLE ÉPOQUE NA NARRATIVA DO RIO DE JANEIRO
Abstract
Este artigo tem por objetivo estabelecer a possibilidade de uma leitura acerca do que significou o desgaste da estética decadentista no cenário cultural brasileiro do período que marcou o fim da belle époque e a ascensão das propostas modernistas. A isso se acrescenta a morte de João do Rio como personalidade exponencial de uma vertente decadentista que pontifica na narrativa e no jornalismo do Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX. Em vista do que se apresenta como etapa posterior, a passagem de seu posto a escritoresque poderiam sucedê-lo mostra-se inviável, face à hecatombe modernista com promotora de um rastro de destruição do que fora a produção decadentista que a antecede. Assim, a narrativa de José do Patrocínio Filho, Orestes Barbosa e Benjamim Costallat, emMundo, diabo e carne, Bambambã! eMistérios do Rio, ainda que represente o estertor de uma estética sistematicamente desprezada pelos modernistas, continua a gozar por algum tempo de enorme prestígio entre as camadas populares, na medida em que sua reediçãosuscita uma abordagem paralela acerca dos antros de decadência e degradação da cidade. Há que se pensar, por esse meio, que o desprestígio a que foi postergada corresponde a paradigmas que sumariamente condenam a literatura da belle époque a um processo de obsolescência que custaria muito tempo para ser revisto e reinserido no cânone brasileiro.
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