Narrar o grande branco: palavra e imagem em Noite dentro da noite, de Joca Reiners Terron
DOI:
https://doi.org/10.18764/2525-3441v9n25.2024.10Palabras clave:
Endereçamento, Voz narrativa, Trauma, Literatura brasileira contemporânea, Joca Reiners TerronResumen
Este trabalho realiza uma análise intersemiótica de Noite dentro da noite – uma autobiografia, de Joca Reiners Terron (2017), problematizando como as fotografias que abrem os capítulos do romance atuam na estruturação de uma narrativa descentrada e fragmentária. A hipótese é de que a impossibilidade de fala do personagem e as imagens, rasuradas, colocam a ditadura militar e o trauma histórico e individual sob o signo do que não pode ser dito – seja porque foi apagado, seja porque sua lembrança é insuportável. A leitura aqui apresentada articula a composição da voz em segunda pessoa à problematização do endereçamento na narrativa, questionando de que modo a fragmentação e os brancos da memória evidenciam, no romance, realizações da cultura brasileira contemporânea em que palavra e imagem ligam-se aos não-ditos da História ora pelos impactos subjetivos do desaparecimento político, ora pela impossibilidade de narrar o trauma.
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