Configurações dos narradores de Pedra Bonita e de Cangaceiros
DOI:
https://doi.org/10.18764/2525-3441v9n25.2024.13Palavras-chave:
José Lins do Rego, Pedra Bonita, Cangaceiros, NarradorResumo
José Lins do Rego publica Pedra Bonita e Cangaceiros em 1938 e 1953, respectivamente. Situados em momentos diferentes da história da literatura brasileira e do desenvolvimento econômico do país, os romances guardam entre si significativas diferenças estéticas, mesmo que um seja continuidade do outro em termos temáticos. Uma dessas diferenças, embora também constitua uma continuidade ao seu modo, é a configuração do narrador: Cangaceiros radicaliza a discrição e quase desaparição da voz narrativa. Este artigo pretende refletir sobre esses e outros caracteres das vozes que narram essa história. O método de interpretação sociológica, praticado, por exemplo, por Antonio Candido. norteia esta interpretação dos romances. Ao final, propõe-se o entendimento de que a voz narrativa é apagada pelas forças e condições materiais que envolvem a lógica da estrutura econômica semifeudal praticada no Nordeste entre o final do século XIX e o início do século XX. Nesse sentido, o romance reguiano internaliza, em sua estrutura, a estrutura social vigente.
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