Gênero como crítica

Autores/as

  • Marcio Nicolau

DOI:

https://doi.org/10.18764/2236-4099v14n34.2024.5

Palabras clave:

gênero, performatividade, crítica

Resumen

Este artigo levanta discussões sobre dinâmicas de poder, o gênero e a construção histórica das subjetividades. Explorando a noção de que as posições de sujeito são sobreposições, questiono aqui a aproximação entre gênero e essência. Balizado pelo “foucaultianismo butleriano”, onde a análise do poder e da subjetivação encontra o devir do gênero e da sexualidade, privilegio a concepção de gênero como ato performativo e contingente. Evoco o sentido de história genealógica foucaultiana, a partir da qual a prática discursiva instaura realidades. Sublinhando o poder que a linguagem tem de realizar continuamente os gêneros, proponho o gênero como uma ferramenta para desafiar normas históricas, discursivamente construídas. O objetivo é abrir caminho para problematizações refinadas sobre gênero, atuação e resistência, que evitem a ontologização de identidades.

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Biografía del autor/a

Marcio Nicolau

Doutor em História. Pesquisador do LabQueer/PPHR/UFRRJ.

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Publicado

2024-04-01

Cómo citar

Nicolau, M. (2024). Gênero como crítica. Cadernos Zygmunt Bauman, 14(34). https://doi.org/10.18764/2236-4099v14n34.2024.5