NO LIMITE DA PALAVRA, NO LIMITE DA VIDA: traços autoficcionais na série de Cartas para além do muro, de Caio Fernando Abreu
Abstract
Na literatura reside o poder de criar muitos possíveis em várias materialidades. Nesse sentido, objetivamos analisar as figurações de marcas autoficcionais na série de “Cartas para além do muro”, de Caio Fernando Abreu (2014). Nessas cartas, o autor-narrador transita entre o liame da realidade e da ficção, tornado sua vida o tema central quando do seu diagnóstico positivo para HIV. Nossa análise recorre aos pressupostos da autoficção para fundamentar a ideia de que a vida e a escrita desdobram-se, tornando possível uma leitura de estéticas de si. Para tanto, recorremos, principalmente, aos trabalhos Doubrovsky (2014), Arfuch (2010), Barthes (2005), Sontag (2007) e Bessa (1997).Downloads
Riferimenti bibliografici
ABREU, Caio Fernando. Pequenas Epifanias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.
ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Tradução Paloma Vidal. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Trad. Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
BARTHES, Roland. A preparação do romance II: a obra como vontade: notas de curso no Collège de France 1979-1980. Tradução Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
BAUMAN, Zygmund. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
BESSA, Marcelo Secron. Histórias positivas: a literatura (des)construindo a AIDS. Rio de Janeiro: Record, 1997.
BRANDÃO, Luís Alberto. Teorias do espaço literário. Perspectiva: Belo Horizonte, 2013.
CANDIDO, Antonio et al. A crônica – O gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. São Paulo: Editora da UNICAMP; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992.
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Trad. Vera da Costa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016.
DOUBROVSKY, Serge. O Último Eu. In: Ensaios sobre a autoficção. Tradução: Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
EVARISTO, Conceição. Histórias de leve enganos e parecenças. Rio de Janeiro: Malê, 2017.
GARCIA, Paulo César. A literatura não é uma só: os enfrentamentos à censura e as dissidentes estéticas que podem mais. In: MITIDIERI, André Luis; CAMARGO, Fábio; SACRAMENTO, Sandra (Orgs.). Revisões do cânone. Estudos literários e teorias contra-hegemônicas. Uberlândia – MG: O sexo da palavra, 2020.
JESUS, André Luiz Gomes de. As representações da morte e do morrer na obra de Caio Fernando Abreu. Dissertação (Mestrado em Letras). Universidade Estadual Paulista. São José do Rio Preto, 2010.
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, p. 200-212.
PRECIADO, Paul B. Um apartamento em Urano: Crônicas da travessia. Tradução: Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
SONTAG, Susan. A doença como metáfora: AIDS e suas metáforas. Tradução Rubens Figueiredo e Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Direitos autorais Cadernos Zygmunt Bauman
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.