Perto do Caribe, longe do Brasil. A construção política do Estado do Maranhão nos tempos da União Ibérica (1600-1655)

Autori

DOI:

https://doi.org/10.18764/1984-6169v25n2e23804

Parole chiave:

Estado do Maranhão, União Ibérica, Amazônia, século XVII

Abstract

O objetivo deste artigo é pensar o impacto da União Ibérica (1580-1640) na construção da ideia de um estado do Maranhão, afastado do Brasil e próximo às Índias de Castela. Em 1621, em plena União Ibérica, é criado o Estado do Maranhão. Essa nova unidade política divide a América Portuguesa em duas grandes áreas administrativas independentes entre si e diretamente subordinadas a Lisboa. A criação do estado do Maranhão é uma história repleta de conflitos, acordos e rivalidades, entre os grupos envolvidos: indígenas, militares, missionários, autoridades europeias. Mas, a criação do estado do Maranhão também responde a uma série de grandes questões sobre a Amazônia portuguesa do século os XVII: a distância entre Maranhão e as rotas do estado do Brasil; a importância das rotas internas, fluviais; a importância indígena para todas as atividades desenvolvidas nessas novas terras.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Biografia autore

Alirio Cardoso, Universidade Federal do Maranhão

Doutor em História pela Universidad de Salamanca, Espanha (2012). Professor Associado da Universidade Federal do Maranhão. Integra como Docente Permanente o Programa de Pós-Graduação em "História e Conexões Atlânticas: culturas e poderes" (PPGHIS-UFMA).
E-mail: alirio.cc@ufma.br

Riferimenti bibliografici

ADÓNIAS, Isa. Imagens da formação territorial brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Odebrecht, 1993, pp. 70-114.

ALENCASTRO, Luiz Felipe. “Le versant brésilien de l’Atlantique-sud: 1550-1850”. En: Annales. Histoire, sciences sociales, nº 2 (marzo-abril, 2006), p. 342.

BERREDO, Bernardo Pereira de. (s.d). Anais Históricos do Maranhão, em que se dá notícia de seu descobrimento, e de tudo o que nele tem sucedido até o de 1718. Rio de Janeiro: Ed. Tipo, 1988.

BETTENDORF, João Felipe, SJ.. Crônica da missão dos Padres da Companhia de Jesus no Maranhão [1698]. Belém: Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves/Secretaria de Estado da Cultura, 1990, pp. 66-67.

BOUZA ÁLVAREZ, Fernando Jesús. Entre dos Reinos, una patria rebelde: fidalgos portugueses en la Monarquía Hispánica después de 1640. Estudis. Revista de Historia Moderna, nº 20, pp. 83-103, 1994.

BOXER, Charles Ralph. Os holandeses no Brasil (1624-1654). São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.

BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Monções. São Paulo: Alfa-Ômega, 2a Edición, 1976.

CARDIM, Pedro. Los portugueses frente a la Monarquía Hispánica. In: ÁLVAREZ-OSSORIO ALVARIÑO, Antonio & GARCÍA CARCÍA, Bernardo J. (Orgs.). La Monarquía de las Naciones. Patria, nación y naturaleza en la Monarquía de España. Madrid: Fundación Carlos de Amberes, p. 355-383, 2004.

CARDOSO, Alírio. A Conquista da Amazônia: Índios, portugueses e missionários na formação do Estado do Maranhão e Grão-Pará (1607-1653). 1. ed. Curitiba: CRV, 2022.

CARDOSO, Alirio. Amazônia e a carreira das Índias: navegação para o norte da América portuguesa na época da Monarquia Hispânica. Revista de Indias, v. LXXV, (2015), p. 389-420.

CARDOSO, Alírio. Amazônia na Monarquia Hispânica. Maranhão e Grão Pará nos tempos da União Ibérica, 1580-1655. São Paulo: Alameda, 2017.

CARDOSO, Alírio. ‘un piccolo pataccio al rio dell’amazzoni’: Pirataria europeia e projetos italianos na Amazônia na época da Monarquia Hispânica. Revista de Historia (USP), v. 170 (2014), pp. 175-199.

CARVALHO, Jacinto de, S.J.. Crônica da Companhia de Jesus no Maranhão [primera mitad del siglo XVIII]. São Luis: Alumar, 1995.

CHAMBOULEYRON, Rafael. “Plantações, sesmarias e vilas. Uma reflexão sobre a ocupação da Amazônia seiscentista”. En: Nuevo Mundo, Mundos Nuevos, nº 6 (2006), p. 2260.

CHAMBOULEYRON, Rafael. “Rivers and Land Grants in the Colonial Amazon Region (Late Seventeenth and First Half of the Eighteenth Century”. In: Chambouleyron & Sousa, edictores. Rivers and Shores: ‘Fluviality’ and the Occupation of Colonial Amazonia. Baywolf Press, 2019, pp. 107-131.

CHAMBOULEYRON, Rafael. Portuguese Colonization of Amazon Region, 1640-1706. Tesis doctoral presentada a Cambridge University, 2005.

CHAUNU, Pierre. Sevilha e a América nos séculos XVI e XVII. Rio de Janeiro: Difel, 1980.

CORTESÃO, Jaime. “O Mito da Ilha Brasil e a Integração Territorial do Estado”. En: CORTESÃO, Jaime. História do Brasil nos Velhos Mapas. Rio de Janeiro: Ministério das Relações Exteriores/Instituto Rio Branco, vol. 1, 1975, pp. 339-363.

D’ABBEVILLE, Claude. História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão [1614]. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1975.

D’EVREUX, Yves. Viagem ao Norte do Brasil feito nos anos de 1613 e 1614 [1615]. São Luis, 1875.

DORES COSTA, Fernando. “interpreting the portuguese war of Restoration (1641-1668) in Europe context”. En: E-Journal of Portuguese History, nº 1, vol. 3, (verano, 2005).

DORNELLES, Soraia Sales. Morar e governar na vila de índios de Viana: Diretório Pombalino na Amazônia (1757-1798). Fronteras de la História, vol. 29, n.°1 (enero, 2024), pp. 63-83.

ELLIOT, J.H. “A Europe of composite monarchies”. En: Past and Present, nº. 137 (noviembre, 1992), pp. 52-58.

ESTACIO DA SILVEIRA, Simão. Relação Sumaria das cousas do Maranhão Escrita pello capitão Symão Estácio da Sylveira. Dirigida aos pobres deste Reyno de Portugal [1624]. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional. Separata dos Anais da Biblioteca Nacional, vol. 94, 1976.

FIGUEIRA, Pe. Luís, S.J.. “Relação da missão do Maranhão [1608-1609]”. En: LEITE, Serafim. Luiz Figueira, sua vida heróica e sua obra Literária. Lisboa: Agência Geral das Colônias, 1940.

GIL NUNILLA, Ladislão. “Diego de Lepe, descubridor del Marañon”. En Anuario de Estudios Americanos, vol. IX (1952), pp. 73-99.

HESPANHA, António Manuel. “A ‘Restauração’ portuguesa nos capítulos das cortes de Lisboa de 1641”. En: Penélope, nº. 9/10 (1993), PP. 29-62.

HULSMAN, Lodewijk. “Las Guyanas holandesas en América Latina (1600-1814)”, Procesos. Revista Ecuatoriana De Historia, (2005), 1(41), 20.

ISRAEL, F. I. “A conflit of empire: spain and the netherlands. 1618-1648”. En: past & present. no 76 (agosto, 1977), pp. 34 -74.

JEAN–VANNEY, René. “L’invention de l’Atlantique ou: l’océan école”. En: Historiens & Geographes, no 363 (agosto, 1998), pp. 75-97.

JOAN PAU, Rubiés. “La idea del gobierno mixto y su significado en la crisis de la monarquía hispánica”. En: Historia Social, nº. 24 (1996), pp. 58.

LEONARD, Irving A.. Viajeros por la América Latina colonial. México: F.C.E, 1992.

LISBOA, João Francisco. Crônica do Brasil colonial: apontamentos para a história do Maranhão. Petrópolis/Brasília: Vozes/INL, 1976.

LUCAS VILLANUEVA, Óscar. “Las relaciones financieras entre España y Portugal, 1563-1580”. En Studia Historica. História Moderna, vol. 23 (2001), pp. 173-198.

MARQUES, GUIDA. “O estado do Brasil na União Ibérica. Dinâmicas políticas no Brasil no tempo de Filipe II de Portugal”. En: Penélope, n. 27 (2002), p. 24.

MAURO, Frédéric. “As rotas”. En: MAURO, Frédéric. Portugal, o Brasil e o Atlântico (1570-1670). Lisboa: Estampa, vol. 1, 1989, pp. 39-55.

OPERMEIER, Franz. “Documentos sobre a Colônia francesa no Maranhão (1612-1615). As partes censuradas do livro de Yves D’Evreux Suitte de L’Histoire”. En: COSTA, Wagner Cabral. História do Maranhão: Novos Estudos. São Luís: EDUFMA, 2004, pp. 33-50.

RODRIGUES, José Damião & Madeira, Artur Boavida. “Rivalidades imperiais e emigração: os açorianos no Maranhão e no Pará nos séculos XVII e XVIII”. Anais de História de Além-Mar, vol. IV (2003), pp. 247-263.

RUIZ-PEINADO ALONSO, José Luis. “El control de territorio. Misiones en la demarcación de fronteras amazónicas”. En: Boletín Americanista, año LVIII, nº 58, (2008), pp. 115-131.

SANTOS PEREZ, José Manuel; SOUZA, George F. Cabral de (eds.). El Desafío Holandés al Dominio Ibérico en Brasil en el siglo XVII. Salamanca: Universidad de Salamanca/Aquilafonte, 2006.

SARAGOÇA, Lucinda. Da Feliz Lusitania aos confins da Amazônia (1615-62). Lisboa/Santarém: Cosmos/Câmara municipal de Santarém, [apêndice documental], 2000.

SCHWARTZ, Stuart. “The voyage of the vassals: royal power, noble obligations, and merchant capital before the Portuguese restoration of independence, 1624-1640”. En: The American Historical Review, vol. 96, nº. 3 (junio, 1991), pp. 735-762.

STUDART, Barão de. Documentos para a História do Brasil e especialmente para a do Ceará. Fortaleza: Typ. Studart, 1904, Vol.

TEJERINA, Marcela. Luso-brasileños en el Buenos Aires Virreinal. Trabajo, negócios e intereses en la plaza naviera y comercial. Bahía Blanca: Editorial de la Universidad Nacional del Sur, 2004.

TOLEDO SOBRINHO, Thomaz Pompeu de. “Relação do Maranhão”. En: Três Documentos do Ceará Colonial. Fortaleza: Imprensa Oficial, 1967.

VALLADARES, Rafael. Portugal y la Monarquía Hispánica, 1580-1668. Madrid: Arco Libros, 2000.

VENTURA, Maria da Graça Mateus. Portugueses no Peru ao tempo da União Ibérica. Mobilidade, cumplicidades e vivências. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2 vols, 2005.

ZERON, Carlos Alberto Ribeiro & CAMENIETZKI, Carlos Ziller. “Nas sendas de Sérgio Buarque de Holanda: Documentos sobre uma expedição florentina à Amazônia, em 1608”. En: Revista de História, no 71, pp. 61-84.

##submission.downloads##

Pubblicato

2025-10-24

Come citare

Cardoso, A. (2025). Perto do Caribe, longe do Brasil. A construção política do Estado do Maranhão nos tempos da União Ibérica (1600-1655). Revista Brasileira Do Caribe, 25(2), 1–17. https://doi.org/10.18764/1984-6169v25n2e23804

Fascicolo

Sezione

Artigos