O Poeta como fabricante de ilusão: a crítica de Platão à mimeisis poética

Autores

  • ALEXANDRE JORDÃO BAPTISTA Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.18764/2447-6498.v9n1.2023.3

Palavras-chave:

Mimesis, Poesia, Platão, Mito

Resumo

Este artigo analisa a crítica de Platão à atividade artística dos poetas gregos clássicos, em especial Homero e Hesíodo, a partir de uma abordagem interdisciplinar entre filosofia e estética. Apoiados em uma pesquisa bibliográfica realizada em Diálogos como O Banquete, A República, As Leis e Crítias, assim como em comentadores especializados nas obras platônicas, apresentamos os procedimentos envolvidos na mimesis poética, tal como são descritos nas obras citadas. Por fim, concluímos que o problema central que Platão vê na poesia é o seu potencial de gerar, ao nível do sujeito, “ilusão” na medida em que os variados processos miméticos envolvidos instaurariam uma tal confusão entre a realidade e o discurso, entre o “mesmo” e o “outro” que a linha que divide estes polos tende a desaparecer, o que coloca questões com desdobramentos éticos significativos.

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Biografia do Autor

ALEXANDRE JORDÃO BAPTISTA, Universidade Federal do Maranhão

Doutor em Filosofia, Professor adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). São Luís-MA, Brasil.

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Publicado

2023-08-10

Como Citar

BAPTISTA, A. J. . (2023). O Poeta como fabricante de ilusão: a crítica de Platão à mimeisis poética. Revista Interdisciplinar Em Cultura E Sociedade, 34–42. https://doi.org/10.18764/2447-6498.v9n1.2023.3

Edição

Seção

Artigos