A amefricanidade nas vozes de cinco poetas afro-latino-americanas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/1984-6169v25n2e21744

Palavras-chave:

poetas afro-latino-americanas, amefricanidade, Lélia Gonzalez, análise do discurso

Resumo

Este trabalho apresenta uma proposta de leitura a respeito da produção de cinco poetas afro-latino-americanas: Victoria Santa Cruz, Conceição Evaristo, Alzira Rufino, Mary Grueso Romero e Shirley Campbell Barr. Formando uma pequena série de poemas dessas autoras, compartilhamos nossa percepção de certas regularidades discursivas, especialmente a partir dos debates gerados pela categoria de amefricanidade, de Lélia Gonzalez. O percurso indaga como, ao longo desta pequena série, se reestrutura uma rede de memórias acerca da identidade da mulher negra no território da América Latina e o Caribe. O itinerário interpretativo que realizamos nos levou a ler nesses poemas, a partir das vozes que neles enunciam, a elaboração e (re)afirmação da amefricanidade e o sentido de unidade das mulheres afro-latino-americanas que se dão, entre outros fatores, pelo reconhecimento de traços culturais africanos e ameríndios constituintes desse território.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Larissa Fostinone Locoselli, Universidade Federal de São Paulo

Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). É professora da Área de Espanhol do Curso de Letras da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
E-mail: larissa.locoselli@unifesp.br

Michele Costa, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Doutoranda em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Atualmente, é docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Câmpus Suzano.
E-mail: michele.costa@ifsp.edu.br

Marcela Loureiro Alves, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Mestre em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Instituto de Artes (2011). Atualmente é professora EBTT do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP, Câmpus Suzano.
E-mail: marcela.loureiro@ifsp.edu.br

Referências

AUTHIER-REVUZ, Jacqueline. Heterogeneidade(s) enunciativa(s). Caderno Estudos Lingüísticos, Campinas, 19: 25-42, jul./dez. 1990.

BAIRROS, Luiza. Lembrando Lélia Gonzalez (1935-1994). Afro-Ásia - Centro de estudos afro-orientais, n. 23, 2000. UFBA. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/20990/13591. Acesso em 01 abril 2021.

BARR, Shirley Campbell. Rotundamente Negra. San José: Arado, 1994.

CARNEIRO, Sueli. Epistemicídio. Portal Geledés. Artigo publicado em 14 de setembro de 2014. Disponível em: https://www.geledes.org.br/epistemicidio/. Acesso em 10 jun 2021

ESPINOSA, Yuderkys; GÓMEZ, Diana; OCHOA, Karina. Introducción. In: Tejiendo de otro modo: feminismo, epistemología y apuestas descoloniales en AbyaYala. Popayán: Universidad del Cauca, 2014, pp. 13-40.

EVARISTO, Conceição. Vozes-mulheres. In: EVARISTO, Conceição. Poemas de recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017. p. 10-11.

FANJUL, Adrián Pablo. A pessoa no discurso. Português e espanhol: novo olhar sobre a proximidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2017.

GARZÓN MARTÍNEZ, M. T. Oxímoron. Blanquitud y feminismo descolonial en Abya Yala. Descentrada, 2 (2), 2018.

GOMES, Helton Simões; FERREIRA, Lola. Conceição Evaristo: Temos um passado, que foi violentado, e a culpa não é nossa. Série Origens, capítulo 18. Tilt UOL. 14 de maio de 2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/reportagens-especiais/ancestralidade-conceicao-evaristo.htm?fbclid=IwAR38PlrQJ2iBZH74SmKuB5s9uh5OfJUxDYFlg2GbOSbuqDbRkYVnAXvTYjw. Acesso em 20 maio 2021.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural da Amefricanidade. Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.), 1988, p. 69-82.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020a. p. 38-51.

GONZALEZ, Lélia. Nanny: Pilar da amefricanidade. In: GONZALEZ, Lélia. RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (orgs.). Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020b. p. 151-157

GONZALEZ, Lélia. A mulher negra no Brasil. In: GONZALEZ, Lélia. RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (orgs.). Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020c. p. 158-170.

GRUESO, Mary. Negra Soy. In: El otro que yo que sí soy yo - Poemas de amor y mar. Buenaventura: Marymar, 1997, p. 116.

HOOKS, bell. Estudos feministas: questões éticas. In: Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. São Paulo, Elefante, 2019.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Análise de Discurso. Princípios e Procedimentos. Campinas, SP: Pontes Editores, 2009.

PISCITELLI, Adriana. Gênero: a história de um conceito. In: ALMEIDA, Heloisa Buarque de; SZWACKO, José (orgs.). Diferenças, igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009. p. 116-148.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Entre América e Abya Yala – tensões de territorialidades. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 20, p. 25-30, jul./dez. 2009. Editora UFPR. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/made/article/view/16231/10939. Acesso em 30 abril 2021.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das letras, 2019.

RIBEIRO, Djamila. O enfrentamento ao racismo precisa ser mais do que posts para aliviar a consciência. Folha de São Paulo, 4 de junho de 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/djamila-ribeiro/2020/06/o-enfrentamento-ao-racismo-precisa-ser-mais-do-que-posts-para-aliviar-a-consciencia.shtml?cmpid=assmob&origin=folha. Acesso em 10 jun 2021.

RIOS, Flávia; LIMA, Márcia. Introdução. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (orgs.). Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. p. 9-21.

RUFINO, Alzina. Resgate. In: RUFINO, Alzina. Eu, mulher negra, resisto. Santos: Edição da Autora, 1988. p. 88.

SANTA CRUZ, Victoria. Me gritaron negra. Portal Geledés. Disponível em: https://www.geledes.org.br/me-gritaron-negra-a-poeta-victoria-santa-cruz/. Acesso em 03 ago 2020.

SEGATO, Rita Laura. Racismo, Discriminación y Acciones Afirmativas: Herramientas Conceptuales. Observatório Da Jurisdição Constitucional, 1(1), 2011. Disponível em: https://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/observatorio/article/view/686 Acesso em 10 jun 2021

TRUTH, Sojourner. E eu não sou uma mulher? Portal Geledés. Artigo publicado em 8 de janeiro de 2014. Disponível em: https://www.geledes.org.br/e-nao-sou-uma-mulher-sojourner-truth/. Acesso em 10 jun 2021.

VICTORIA - BLACK AND WOMAN. Direção: Torgeir Wethal. Produção: Odin Teatret Film, 1978. DVD (21 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cHr8DTNRZdg&t=29s Acesso em 10 jun 2021.

Downloads

Publicado

2025-10-24

Como Citar

Fostinone Locoselli, L., Costa, M. ., & Loureiro Alves, M. . (2025). A amefricanidade nas vozes de cinco poetas afro-latino-americanas. Revista Brasileira Do Caribe, 25(2), 1–24. https://doi.org/10.18764/1984-6169v25n2e21744

Edição

Seção

Artigos