Memória, discurso e sujeito: o entrelugar do surdo entre L1 e L2
DOI:
https://doi.org/10.18764/2525-3441v9n25.2024.11Palavras-chave:
sujeito surdo, libras e português, análise de discurso, memória discursivaResumo
A presente investigação tem por finalidade analisar como se constitui a produção de sentidos na escrita do sujeito surdo, pondo em destaque as possíveis marcas da memória de si como sujeito que requisita um eu individual e, ao mesmo tempo, reconhece-se coletivo e sobretudo, diferente dos demais. Neste estudo, trazemos uma proposta que se insere no escopo teórico-metodológico da Análise de Discurso materialista francesa e refletiremos a luz de autores como: Pêcheux (1999; 2009), Orlandi (2007; 2015), Indursky (2000; 2013) dentre outros. Para tratarmos sobre a Libras e a relação de L1 e L2: Fernandes e Moreiras (2009), Quadros (1997), dentre outros. O corpus em análise foi coletado a partir de uma postagem na rede social Facebook, tendo seus recortes feitos resultando em 2 sequências discursivas -SDs. Nossa proposta é relacionar a discussão teórica presente na AD aqui, pelas seguintes categorias: memória/interdiscurso; analisamos a relação que a escrita do surdo desempenha e evoca sentidos que já existem na memória e no interdiscurso bem como a intrínseca relação que a Libras, L1 do surdo se faz presente no português como marca identitária desse sujeito marcando também a posição-sujeito que este assume. A análise do corpus aponta para a demarcação de posições-sujeito filiadas à defesa de identidades surdas possíveis pelo discurso que suporta a surdez como diferença socioantropológica e não pelo discurso filiado à deficiência, funcionamentos estes que são evocados pela memória presente nas formações discursivas e pelos pré-construídos disponíveis no interdiscurso.
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